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A gente está vivendo uma lógica às avessas. Então é natural ouvir coisas do tipo “se não der certo, eu separo”. Quer dizer, a pessoa já casa com um pezinho fora do casamento. Isso é péssimo, porque significa que o comprometimento em fazer dar certo não é pleno.
É fato que relacionamentos são fadados ao fracasso. Por isso, é fundamental se casar apenas após ter tentado prever todos os possíveis desastres que podem ocorrer ao longo da vida a dois. Na verdade, durante o namoro, as pessoas deveriam gastar tempo em se conhecerem de fato – e não estou falando de cama.
Alguns pontos devem ser muito bem conversados. Eu separei cinco aspectos que considero essenciais, embora alguns amigos leitores possam apontar muitos outros.
O primeiro deles: filhos. Esse é um tema que não pode ser esquecido jamais. Ter ou não ter filhos? Quantos filhos? Quando ter filhos? Como educá-los? Vai permitir dormir na casa de amigos ou não? Estudar em escola pública ou particular? Aceitar namoro com que idade? Na vida adulta, dar ou não carro? Pagar ou não uma faculdade? Isso pode parecer besteira, pois se tem a impressão que vai demorar demais para acontecer, porém tudo que diz respeito aos filhos pode gerar descompasso entre o casal.
Outra questão: como enfrentar os contratempos da vida. Vamos seguir na lógica dos filhos… Se o casal quiser filhos, mas um dos parceiros tiver algum problema de fertilidade, o que fazer? Buscar ajuda médica? E se não der certo? Adoção seria uma alternativa? Um assunto que poucos casais discutem: o futuro dos pais. Caso um deles venha adoecer, como seria a reação? Assumiriam o cuidado? Pagariam para alguém? E na velhice, colocar os pais no asilo, trazê-los para casa ou ir morar com eles? Dinheiro também é um tema que não pode ser ignorado, pois é normal para a maioria das famílias enfrentar contratempos financeiros em algum momento da vida.
Terceiro assunto: família. Quando a gente casa, casa com a família do outro. Não tem jeito. É assim mesmo. Então, qual o papel que vão exercer na vida do casal? Como vão administrar as festas (natal, ano novo, páscoa, dia das mães, férias etc.)? E a presença da família no cotidiano dos filhos? Tem mais… Cada família tem sua tradição, seu jeito de ser. Você sabe quais são os padrões de comportamento da família do seu parceiro?
Quarto aspecto a ser conversado: vida espiritual. Embora muita coisa possa mudar pelas descobertas que fazemos durante a vida, é fundamental que esse seja um assunto bem discutido. Possuem a mesma fé? Se não possuem, como será a rotina religiosa dentro e fora de casa? Tem gente que casa e depois descobre que o parceiro se incomoda porque a mulher vai à igreja. Tudo isso tem que ser conversado antes, inclusive a respeito dos filhos. A criança vai com a mãe para a igreja? E, detalhe, é fundamental que o casal saiba que, se tiverem religiões diferentes (tipo, um é evangélico e outro é espírita), isso pode até não ser problema para os dois, mas certamente vai causar confusão na cabeça das crianças.
Quinto: hábitos. Esse negócio é complicado, viu? Hoje, por exemplo, mesmo sendo um dia calmo no supermercado, a mulher do caixa, que é casada, colocou sabonetes, queijos e um pacote de batata palha numa mesma sacola. Bom, quando ela terminou de empacotar as compras, eu já imaginei como deve ser a organização na casa dela. Se eu fosse conviver com ela, não daria certo de jeito nenhum. Em hipótese alguma vou achar natural misturar produtos de limpeza com alimentos. E nem misturar um produto que é frio e úmido com outro que é seco, crocante e só se manterá assim se não pegar umidade e frio.
Tem hábitos que não são problema no relacionamento. Podem ser conversados, negociados. Se um gosta de acordar cedo e o outro, tarde, isso não precisa gerar discórdia. Nem se um tem o hábito de jantar (comida mesmo) e outro prefere uma fruta. Porém, questões de organização, de rotinas, modo de se vestir, atitudes com os amigos, com a família etc. podem resultar em descompasso. Por isso, é importante que os dois falem sobre seus hábitos de maneira sincera, coloquem “as cartas sobre a mesa”.
Ainda que não exista relacionamento perfeito, conversas com esse tipo de profundidade podem prevenir problemas graves no futuro.