Você tem uma mentalidade de crescimento ou possui uma mentalidade fixa?

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Vamos conversar sobre isso?

Hoje vamos embarcar em uma jornada de conhecimento de si e transformação pessoal. Vamos explorar os conceitos de mentalidade fixa e mentalidade de crescimento, baseados nas revolucionárias ideias da psicóloga e pesquisadora Carol Dweck. Esses conceitos podem ser a chave para desbloquear o seu potencial máximo e levar uma vida mais realizada e bem-sucedida.

Pra começar, vamos definir o que é uma mentalidade fixa.

Você já se sentiu preso em suas habilidades, acreditando que seus talentos são limitados e imutáveis?

Isso é o que Carol Dweck chama de mentalidade fixa. Pessoas com essa mentalidade tendem a ver suas capacidades como fixas, algo que não pode ser alterado.

Quando enfrentam críticas ou desafios, podem reagir defensivamente, porque veem isso como uma ameaça à sua autoimagem. Elas se apegam à ideia de “nasci assim e não posso mudar”, “não consigo mudar”…

Às vezes, a pessoa vai além e demonstra não querer mudar. “Sou assim e não vou mudar”. Esse tipo de imagem de si, esse tipo de mentalidade fixa pode levar a uma vida de estagnação e frustração.

Por outro lado, temos a mentalidade de Crescimento – uma mentalidade crescimento é a chave para o desenvolvimento.

Imagine se você pudesse olhar para as mesmas críticas e desafios que você experimenta no dia a dia de uma perspectiva diferente. É aqui que entra a mentalidade de crescimento.

Carol Dweck nos ensina que, com uma mentalidade de crescimento, você acredita que suas habilidades podem ser desenvolvidas por meio do esforço, da dedicação e da persistência.

Quem tem uma mentalidade de crescimento vê desafios e críticas não como ameaças, mas como oportunidades valiosas para aprender e crescer. Mesmo diante de rótulos negativos, você não se limita e continua a buscar o desenvolvimento contínuo de suas habilidades.

E aí, quem é você nesse cenário? Você já se viu em alguma dessas descrições? Talvez você tenha se identificado mais com a mentalidade fixa em algumas áreas da sua vida e com a mentalidade de crescimento em outras.

E isso é normal. Todo mundo tem um pouquinho de mentalidade fixa… Mas todo mundo pode ter uma mentalidade de crescimento. O importante é reconhecer que todos nós podemos desenvolver uma mentalidade mais aberta e focada no crescimento, independentemente de onde estamos agora.

Dicas para Cultivar uma Mentalidade de Crescimento:

Desafie-se: Aceite desafios como uma forma de aprender e crescer. Em vez de fugir deles, encare-os como oportunidades.

Acredite que você pode melhorar. Não se conforme com o que você já sabe ou já faz. Busque sempre se desafiar e se superar.

Aceite e aprenda com críticas: Veja as críticas como feedback construtivo, não como ataques pessoais.

Persistência: Quando as coisas ficarem difíceis, não desista. A persistência é fundamental para o desenvolvimento de habilidades.

Infelizmente, vejo hoje principalmente jovens que desistem fácil. Diante das primeiras dificuldades, acham que “este curso não é pra mim”, “este trabalho é muito chato”, “aqui o chefe pega muito no meu pé”…

São jovens, mas possuem uma mentalidade fixa nessas áreas.

Outra dica para o desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento: celebre o esforço, não apenas o resultado. Valorize o processo de aprendizagem tanto quanto os resultados.

Aprenda com os outros. Não se compare ou se sinta inferior aos outros. Observe o que eles fazem de bom e tente aprender com eles. Peça ajuda quando precisar e ofereça ajuda quando puder.

Cultive a curiosidade: Seja curioso sobre como você pode melhorar e o que mais pode aprender.

A mentalidade de crescimento não é apenas uma teoria; é uma prática diária que pode levar a uma vida mais gratificante e bem-sucedida. Ao adotar essa mentalidade, você se abre para um mundo de possibilidades e descobertas. Lembre-se: não é sobre ser perfeito; é sobre estar em um constante processo de evolução. Então, qual será o seu próximo passo nesta jornada de crescimento?

Aprenda com o que os outros aprenderam antes de você!

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Você quer fazer grandes coisas? Quer? Então aprenda com os melhores!

Ninguém chega a nenhum lugar sem ter clareza de propósito, sem planejamento e sem boas referências.

Tem gente que acha que basta uma ideia na cabeça e muito trabalho para ter os resultados esperados.

Embora essa regrinha possa até funcionar para algumas pessoas, não é o que acontece com a maioria.

Basta observar as estatísticas. No Brasil, por exemplo, geralmente os empreendedores quebram dois negócios e só conseguem sucesso no terceiro. Noutras palavras, precisam se dar mal, precisar quebrar a cara duas vezes para, só depois disso, ter o sucesso desejado.

Por que isso acontece? Já citei aqui as principais causas, mas talvez uma das mais importantes: investimos pouco tempo na preparação e na busca por boas referências.

Em outras palavras, se você quer realizar grandes coisas precisa procurar dicas e bom exemplos para encontrar a direção certa.

Livros e trabalhos publicados são excelente ajuda em termos de pesquisa documentada e exemplos de sucesso. A internet também se tornou em pouco tempo outra ferramenta inestimável de informações relevantes.

Sempre vai existir gente que trilhou os caminhos que pretendemos trilhar. E as experiências documentadas dessas pessoas – em livros, trabalhos publicados e relatos verbais – servem de referência para evitar cometer erros tolos.

Tempos atrás, ouvi o relato de um empreendedor de sucesso nos Estados Unidos. Ele conta que, depois de alguns anos de muito trabalho, um colega mais experiente lhe disse:

“[Fulano], você é um cara esperto, mas tem gente que viveu muito antes de você. Você não é o primeiro a sonhar alto, então seria interessante estudar o que outros aprenderam primeiro, para então construir suas ações com base no que aprendeu com eles”.

Percebe a profundidade disso?

Quando a gente estuda, a gente não perde tempo; a gente ganha tempo. Ao estudar, a gente aprende com os outros – com o que viveram, com o que experimentaram…

O mundo não começou ontem. Muitas gerações vieram antes de nós. Eu costumo dizer para meus alunos: este celular lindo e apaixonante que você tem nas mãos é fruto da luta histórica da humanidade para se comunicar à distância. O whatsapp que você usa hoje era a mensagem de fumaça que antepassados usavam para se comunicarem.

O rádio, como veículo de comunicação de massa, se tornou realidade em 1920. Mas, entenda, a invenção começou bem antes quando foram descobertas as ondas eletromagnéticas, em 1863. E detalhe, essa descoberta só aconteceu em função de outras teorias que vinham sendo estudadas há mais de 40 anos.

Ou seja, quando o rádio surge, nasce como resultado de diferentes estudos feitos ao longo de mais de 100 anos. E estudos que nada tinham a ver com o rádio em si. Mas que permitiram que o rádio fosse criado.

Não sei se você está entendendo… Mas o que quero reafirmar é que, se você fazer coisas grandes, você precisa olhar para a história e buscar referências nos conhecimentos que outras pessoas desenvolveram ao longo do tempo.

A pesquisa e a experiência dos outros são o melhor lugar para começar a procura por sua resposta. Trata-se de um ato de humildade e inteligência. Tudo o que existe, existe em função de um conhecimento anterior. Seria ingenuidade da nossa parte abrir mão de buscar esses saberes.

Portanto, busque aprender os livros, com os relatos… Busque se inspirar nos melhores.

Armado com esse conhecimento, você pode olhar a situação do alto, enxergando tudo o que você já sabe e o que tem sido feito para atingir seus objetivos.

Sua jornada em busca de seus sonhos não será solitária. Você estará amparado pelo saber de outras tantas pessoas que já viveram inúmeras outras experiências e têm conhecimentos relevantes que podem te ajudar.

Imagem de Siala por Pixabay

Para que serve o conhecimento?

A busca por conhecimento é parte da minha vida, é parte do que sou.

Mas, por vezes, fico pensando: para que serve tudo o que sei? Para que serve tudo o que estudei?

Confesso a você que uma quantidade enorme de coisas que sei estão guardadinhas aqui comigo. Não tem função prática no meu trabalho. Também consigo dar conta de transformar em aulas, em palestras ou textos. Falta tempo. E, noutros casos, são questões complexas demais para tratar fora de um espaço especializado.

Por isso, carrego um bocado de frustração. Afinal, do que vale o saber se este saber não trouxer algum tipo de benefício?

Esta pergunta – “para que serve o conhecimento” – me incomoda e, de certo modo, norteia parte das minhas ações.

E, refletindo sobre isso, concluí algo que compartilho com você:

Nenhum conhecimento tem valor se não nos torna pessoas melhores. Nenhum conhecimento tem valor se não promove o bem.

Se o conhecimento que possuo não me faz uma pessoa bondosa, generosa, altruística… Se o conhecimento que possuo não me motiva a ser mais paciente, acolhedor… Se não tem reflexos positivos sobre os meus relacionamentos, esse é conhecimento é vão, é inútil.

Pegou a ideia?

Hoje, as pessoas correm atrás de informações. Nunca tivemos tanta informação disponível. Há inclusive um processo de saturação.

Porém, nunca tivemos uma sociedade tão depressiva, angustiada, ansiosa… Nunca a sociedade esteve tão doente.

E nunca a sociedade se odiou tanto.

As pessoas andam com raiva uma das outras. Tolerância e respeito são obtidos por força de lei. Mas, virtualmente, todos os dias pessoas matam pessoas, com palavras e com a cultura do cancelamento.

Isso revela que o conhecimento disponível não tem produzido saúde. Isso mostra que o conhecimento que acessamos não tem nos feito viver melhor. Isso nos faz perceber que o conhecimento não tem trazido felicidade e paz.

Frequentemente, as pessoas buscam conhecimento para questões práticas do cotidiano: desenvolver as potencialidades profissionais, ganhar dinheiro… Ou como diz um filósofo francês, a maioria consome informação como voyer solitário do espetáculo caótico que domina o mundo. Informação vazia que vai do nada para o lugar nenhum. Apenas pelo consumo curioso do drama alheio, dos conflitos e desastres diários.

E, pior, mesmo dentro do ambiente cristão, das práticas religiosas, muita gente busca conhecer, se enche de conteúdos teológicos, mas não muda como pessoa, não tem brilho no olhar e não é capaz de espalhar o bem, de disseminar amor. E conhecer verdades bíblicas, mas ser incapaz de promover a paz, de disseminar o amor, é ser apenas mais um fariseu.

Portanto, hoje, meu desafio pra você é: busque sim o conhecimento. Mas busque o saber com objetivo, com um propósito. Queira ser melhor, queira viver melhor. Queira usar o conhecimento para tornar o mundo melhor.

É fato que não podemos alcançar o mundo todo. Mas alcançamos o nosso mundo. O nosso mundo é a nossa família, os amigos, colegas de trabalho, irmãos da igreja… E até pessoas que estão conosco nas redes sociais.

Este também é o meu desafio. Afinal, nenhum conhecimento tem valor se não nos torna pessoas melhores. Nenhum conhecimento tem valor se não promove o bem.

Quem não quer parar no tempo, estuda

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Você gosta de estudar?

Ei… Não vale dizer que saiu da escola faz muitos anos. Não, não! Estudar não tem a ver com escola; tem a ver com a vida.

Se você pensa em estudar apenas na escola, você está profundamente equivocado, equivocada.

Quem não quer parar no tempo, estuda; quem quer se desenvolver profissionalmente, estuda; quem quer cuidar bem de suas emoções, estuda.

Dias atrás, falei aqui e também fiz um post curto lá no Instagram sobre o cuidado das nossas emoções. Na ocasião, ressaltei que, quem é gestor de suas emoções, é mais feliz, vive melhor.

Uma leitora me escreveu: prof., como faço isso? Como cuido das minhas emoções?

Pois é… Muita gente tem a bênção de, durante a infância, receber da família todo a educação e o estímulo necessários para o desenvolvimento das competências emocionais e sociais. Entretanto, esse é, digamos, um benefício de poucos.

Por isso, a maioria, pra ter saúde emocional, terá que investir nisso. E como fazer esse investimento? Estudando!

Ouvir ou ler o Ronaldo ajuda? Ajuda. Assistir vídeos com palestras de psicólogos, coaches, terapeutas ajuda? Ajuda. Mas não é suficiente.

É preciso fazer uma jornada de autoconhecimento, que envolve a leitura, a pesquisa, exercícios… Ou seja, estudo. É preciso estudar! É preciso estudar pra se conhecer, é preciso estudar para desenvolver as habilidades emocionais e sociais necessárias para viver melhor.

Mas vai além…

Se você vai ser pai, vai ser mãe, não dá pra educar as crianças de forma intuitiva. Talvez, no passado, até era possível aprender a educar com os próprios pais – ou tentando não cometer os erros deles. Hoje, pra ser pai, é preciso estudar – entender a cabeça das crianças nas diferentes fases da vida, compreender as tecnologias que afetam o olhar deles para o mundo…

Por isso, estudar é o verbo que mais deveríamos conjugar – como prática de vida.

Se você faz pão para vender, você precisa estudar novas receitas, descobrir novos ingredientes… Estudar técnicas de venda, de marketing… Se não faz isso, seu desenvolvimento será limitado.

Se você é fisioterapeuta, deve estudar sempre para manter-se atualizado sobre a resposta do corpo aos estímulos de determinados exercícios, sobre o uso de aparelhos, tecnologias…

Ou seja, nenhum profissional se torna brilhante sem um investimento diário no aprendizado. E esse ato de estudar não precisa, necessariamente, ser na escola. Pode ser por meio de livros, de pequenos cursos… E, hoje, com a internet, tudo está muito mais acessível, fácil e barato.

Mas por que pouca gente estuda? Por que a maioria não leva a sério os estudos?

Porque estudar cansa. Dá trabalho.

O maior educador brasileiro, nosso querido mestre Paulo Freire, afirma que “[…] Estudar não é uma tarefa de facilidade. Não é um piquenique num fim de semana numa praia tropical. Estudar é muito mais demandante”.

Palavras dele. O autor também afirma:

“A natureza do ato de estudar não é a de quem apenas se distrai. O ato de estudar te exige tanto que termina por te cansar. Ele [o ato de estudar] tem que criar em ti uma paciência impaciente, uma tenacidade que, se não existe, frustra o ato de estudar.”

Note, estudar não é divertido. Cansa. E, por isso, Paulo Freire afirma que é preciso desenvolver uma paciência impaciente… Ou seja, é preciso ter paciência para conseguir se manter estudando e, ao mesmo tempo, ser impaciente no sentido de haver uma inquietação, uma insatisfação com o próprio saber, de forma a se motivar pela continuidade da busca pelo saber.

Porque “não é possível saber sem disciplina.”

É a disciplina do estudo que te leva ao saber. É esse ato de investimento diário, de separar um tempo diário para cuidar de si mesmo, que te leva ao saber. Um saber que pode ser do campo emocional, social, profissional e, inclusive, espiritual.

O crescimento no saber demanda esse investimento: o investimento nos estudos, que, como Paulo Freire diz, “não é um piquenique num fim de semana numa praia tropical.” Porém, estudar é transformador. Faz crescer.

Por isso, se você não gosta de estudar, aprenda a gostar. Desenvolva o gosto!

Você fala do que sabe ou do que acha que sabe?

Anos atrás, uma personagem de televisão repetia um bordão: “eu só falo do que tenho certeza”.

Era uma piada, claro! Ela mentia, distorcia, mas sempre fechava o besteirol dela com esse bordão… “Eu só falo do que tenho certeza”.

O pesquisador e ganhador do Prêmio Nobel, professor Daniel Kanehman, mostrou em seus estudos que nossas certezas, quase sempre, estão muito distantes de representarem a verdade.

Isso não tem a ver necessariamente com caráter. Tem a ver com o funcionamento do cérebro. Embora a gente use a palavrinha “racional” para designar os humanos e diferenciá-los dos demais animais, nós estamos muito distantes de sermos efetivamente racionais.

Somos sim capazes de pensar. E temos um enorme potencial para a elaboração de um pensamento racional. Mas isso pouco acontece. Por certo desconhecimento sobre nós mesmos e pouco investimento numa base sólida de conhecimento, somos facilmente enganados pela parte do cérebro que é mais intuitiva, emocional. O emocional, inclusive, é quem faz as escolhas sobre o que ouvimos, lemos, estudamos… Você já notou que de alguns livros você gosta e de outros, não? Que você se identifica mais com alguns youtubers do que com outros? Escolhemos ler, ver e ouvir aquilo que nos agrada. Pois é… Até o saber passa pelo filtro das emoções. Por isso, frequentemente, nossas convicções não passam de meias-verdades.

Ter a compreensão de como funciona a nossa mente é o primeiro passo para respondermos a pergunta que fiz: você fala do que sabe ou fala do que você acha que sabe?

Quando reconhecemos que nossas certezas podem ser meias-verdades, temos a chance de avançar, de dar um passo a mais na busca pelo saber.

E aí eu sempre lembro de uma frase poderosa de Jesus. Lá em Mateus, capítulo 22, versículo 29, encontramos Jesus alertando algumas pessoas que faziam questionamentos equivocados a respeito do reino dos céus.

E ele diz: olha, vocês erram por não conhecerem as escrituras.

Para quem Jesus fala isso? Principalmente para os saduceus e fariseus. Quem eram eles? Eram os grandes intelectuais da época, faziam parte da elite dos judeus.

Note, saduceus e fariseus são corrigidos porque falavam de coisas que achavam que sabiam. Jesus deixa claro que o erro deles nasce no desconhecimento. Eles acham que sabem, mas nada sabem.

E, como sempre digo, o pior ignorante é aquele que ignora sua própria ignorância.

O alerta de Jesus sobre as escrituras é aplicável a todos os campos do conhecimento.

No que diz respeito à Bíblia, por exemplo, muita gente se diz cristão, mas desconhece a Palavra. Conhecer não é saber meia dúzia de versículos ou mesmo ter lido a Bíblia de capa a capa. Conhecer não é ouvir sermões todo fim de semana na igreja ou acompanhar alguns pastores e padres na internet.

Conhecer implica num esforço de aprofundamento diário no saber.

Um dos maiores pesquisadores sobre performance, o neurocientista Daniel Levitin, analisou os grandes nomes do esporte, da música e de outras áreas. Ele concluiu que ninguém se torna autoridade em uma área sem antes ter dedicado pelo menos 10 mil horas ao estudo e a prática daquela atividade.

Ou seja, se você quer realmente saber sobre alguma coisa, precisa dedicar três horas diárias ao estudo daquele assunto por 10 anos.

Se você duvida desse argumento, leia as pesquisas de Daniel Levitin e também os livros de Anders Ericsson, autoridade mundial no estudo da expertise.

Então, preste atenção: existe sim uma hierarquia de conhecimentos. O conhecimento não é resultante de uma achismo. Um conhecimento é obtido por meio de uma dedicação sistematizada que nos leva a dominar os saber acumulados de uma determinada área. E nunca vamos conhecer sobre tudo.

Por exemplo, eu fiz um doutorado em Educação. Mas, mesmo sendo doutor nesta área, não domino as teorias pedagógicas. Tenho colegas que se dedicaram a isso. Eles são autoridade nessa área. Eu não. Meu foco sempre foram os processos de aprendizagem e como aprendemos por meio dos discursos. Então, eu falo do que sei.

Quando entendo que o conhecimento é complexo, eu me abro para o saber. Ninguém precisa ser uma autoridade em nenhuma área do conhecimento, mas faz bem ter a consciência do não saber. Isso nos mantêm abertos para o diálogo, para a descoberta e, principalmente, permite a boa prática de não criar confusão nas redes sociais defendendo coisas que pouco conhecemos.

Portanto, fica a dica. Invista no conhecimento.

Podemos confiar na Ciência?

A resposta obvia é: sim!

São as ciências que nos oferecem bases para muitas de nossas crenças e decisões.

Entretanto, as teses científicas não são verdades absolutas. Toda pesquisa científica pode ser revista.

Significa então que devemos desconfiar da Ciência?

Não. Apenas precisamos considerar que, embora a metodologia científica garante seriedade e confiabilidade ao trabalho realizado, os resultados geralmente não são definitivos.

Com o tempo, coisas novas podem ser descobertas e, quando trazidas à luz, parte do que até então se sabia a respeito de um assunto pode ser descartado.

Sempre brinco com meus alunos… Já disseram pra gente que tomar café era um veneno pra saúde; depois, apareceram estudos apontando que uma ou duas xícaras por dia ajudavam o cérebro e até a prevenir doenças; não faz muito tempo, vi uma reportagem apontando OITO xícaras como a quantidade ideal. Está na Super Interessante. Quem faz isso, segundo uma pesquisa, viveria mais.

Por isso, sempre sugiro: referencie-se na Ciência, mas não se apegue a ponto de se fechar para outros tipos de conhecimento.

Sempre é possível aprender mais

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Estimular que as pessoas leiam mais, estudem mais, aprendam mais faz parte da minha rotina. Acho até que sou repetitivo e um pouco chato por insistir tanto nisso. Entretanto, tudo que fazemos pode ser aperfeiçoado e tornar-se melhor a partir do nosso investimento diário na busca por saber mais.

Veja só…

Cozinhar, parece-me, um dom. Mas, observe: as pessoas que nos surpreendem com seus pratos são justamente aquelas curiosas que conversam sobre receitas, pesquisam receitas, experimentam novos ingredientes, novos temperos… Ou seja, toda grande cozinheira também é uma grande pesquisadora.

Na construção civil, o pedreiro exerce uma atividade bastante técnica. E, se manusear bem as ferramentas, compreendendo a necessidade de respeitar medidas, proporcionalidade e usar os materiais adequados, com tempo e repetição das mesmas ações, certamente fará um trabalho bastante satisfatório.

Contudo, um bom pedreiro, se for curioso e desejar aprender mais, pode descobrir técnicas novas, soluções inovadoras na construção civil. Ganha ele, ganha o cliente. Vai se destacar na profissão, ser cada vez mais procurado e valorizado em sua remuneração.

Em todas as áreas, a lógica se repete. Quanto mais investimos em conhecimento, maior é nosso repertório. Com isso, tornamo-nos profissionais com habilidades amplas e capacidade para oferecer respostas diferenciadas e surpreendentes para nossos contratantes. Além disso, é gratificante aprender algo novo. Faz bem para o ego e nos estimula a querer crescer cada vez mais.

Portanto, tire um tempinho todos os dias para aprender um pouco mais. Seja para aplicar na cozinha, na limpeza de uma casa ou mesmo na liderança de sua empresa, sempre há espaço para novos conhecimentos, sempre é possível inovar.

A leitura não é natural para os humanos

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Gente, eu sou apaixonado pelos livros. Leio todos os dias! E faço isso há muitos anos. Leio livros cristãos, leio os clássicos, literatura comercial e, claro, o que mais gosto: a produção filosófica e científica dos grandes pensadores da atualidade. Só nos dois últimos anos, acumulei mais de 100 livros lidos.

Entretanto, você sabia que a leitura não é algo natural para o ser humano? Os seres humanos não nasceram para ler. Eu brinco que algumas coisas vieram de fábrica, mas a leitura não. Talvez isso explique por que a leitura é tão difícil para tantas pessoas. A pesquisadora Maryanne Wolf afirma que “a aquisição do letramento é uma das façanhas epigenéticas mais importantes do homo sapiens”.

Incrível, né? Nosso cérebro é maravilhoso! Nós aprendemos a ler!

E, veja só, ao introduzirmos a leitura em nossos hábitos, as estruturas do nosso cérebro foram mudadas. Aprender a ler bem e em profundidade mudou as estruturas do nosso cérebro, as conexões do cérebro… E isso teve efeitos sobre a natureza do pensamento humano.

Com a aquisição da leitura, e a possibilidade de uma leitura profunda, nossa capacidade de pensar se ampliou. Foi potencializada, digamos assim. Afinal, quanto mais informações de qualidade nós adquirimos por meio da leitura, mais inferências, deduções conseguimos estabelecer por meio dos pensamentos. Até mesmo a análise dos fatos se torna muito mais rica.

Maryanne Wolf afirma que a “qualidade de nossa leitura não é somente um índice da qualidade de nosso pensamento, é o melhor meio que conhecemos para abrir novos caminhos na evolução cerebral de nossa espécie”. Ou seja, se investimos com seriedade num programa rotineiro de leitura, temos a chance de alimentar o desenvolvimento do cérebro, estimulando e mantendo ativas as conexões neurais.

Noutras palavras, nossos neurônios são exercitados por meio da leitura. E, com o aumento do repertório proporcionado pela leitura, a qualidade do pensamento se distingue. A leitura é a única forma de enriquecimento do nosso cérebro.

Muita gente admira os intelectuais. E embora os intelectuais possam ter algumas habilidades diferenciadas, na maioria dos casos, são apenas pessoas que investiram profundamente na leitura e isso as tornou brilhantes, donas de ideias invejáveis.

Portanto, se você ainda não é leitor(a), comece hoje! Não esqueça que a própria Bíblia lembra que “bem-aventurado é aquele que lê”.

Quer realizar seus projetos? Comece devagar Saber+

Entenda por que começar a devagar te ajuda a vencer os hábitos sabotadores que te impedem de realizar seus sonhos
  1. Quer realizar seus projetos? Comece devagar
  2. Você se prepara para fazer o que tem que fazer?
  3. O outro pode não nos amar, mas ainda assim devemos amá-lo
  4. Quem não assume o controle de sua vida, permite que outros assumam
  5. Se você está sobrecarregado, reconheça seus limites

Não há justificativa para questionar as vacinas contra a Covid-19

Poucas vezes na história das ciências houve a necessidade de uma resposta tão urgente para um problema que afeta a sociedade. A pandemia de coronavírus impôs a obrigação de respostas rápidas. E o empenho de cientistas e laboratórios certamente entrará para a história.

A produção de uma vacina para assegurar a imunidade das pessoas é resultado de trabalho sério, que envolve milhares de pesquisadores em todo o mundo. Não se trata de uma pesquisa isolada, por iniciativa de um ou outro país. Cerca de dez países são responsáveis diretamente pelos principais estudos – Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia, Japão, Austrália, Alemanha, Índia, Canadá e Coreia do Sul. Entretanto, é preciso considerar que muitas outras nações firmaram parcerias, como é o caso do Brasil, por meio do Instituto Butantan com a Sinovac da China, e a Fiocruz com biofarmacêutica AstraZeneca do Reino Unido. Ou seja, o mundo das ciências está focado em assegurar uma vacina que garanta a imunização contra um vírus poderoso que já fez milhões de vítimas.

Contudo, apesar do empenho de milhares de cientistas em diferentes países do mundo e do investimento de bilhões de dólares, parcela da população brasileira rejeita a vacina. A atitude, que só pode ser considerada como ignorância de alguns e má fé de outros, não tem nenhuma justificativa racional. Quem hoje suspeita das vacinas e cria teorias conspiratórias não sabe do que fala, não conhece as ciências, certamente nunca passou um único ano dentro de um laboratório pesquisando sequer o funcionamento de uma célula.

Embora eu não seja da área de saúde, não atue na pesquisa médica, biomédica, farmacêutica ou química, conheço bem o rigor da metodologia científica. Fiz meu percurso pela graduação, especialização, mestrado e doutorado. Ainda lembro das sete cópias da tese de doutorado entregues para sete diferentes avaliadores(as) em fases de qualificação e defesa, após meses e anos de leitura, pesquisa e redação. O rigor que envolve a formação de um cientista chega a parecer insano e injusto. Há necessidade de muito comprometimento.

O longo e desgastante percurso assegura autoridade e conhecimento; por isso, só pode ser chamado de cientista alguém que vivenciou esse processo de formação e avaliação pelos pares. Por isso, sei que quem está dentro de um laboratório trabalhando no desenvolvimento da vacina não é um curioso ou inconsequente; são profissionais que têm, primeiro, um nome e uma carreira para zelar; segundo, trabalham com provas observáveis, testáveis; por fim, só se dão por satisfeito quando têm algo realmente consistente para apresentar.

Justamente pela complexidade, rigor e seriedade do percurso científico, deve ser rejeitada toda e qualquer suspeita que possa haver contra os diferentes tipos de vacina que estão chegando ao mercado. Tenho repetido que se a pessoa não é cientista, não tem formação específica e especializada na área, e não estudou por pelo menos mil horas sobre o vírus e as técnicas empregadas para a produção da vacina, deve calar-se. Não tem o direito de opinar. Tampouco de espalhar vídeos e mensagens que circulam na internet. Não é apenas irresponsável; é criminoso.

Ainda que duvidar seja um ato produtivo, e foi por meio de interrogações que o pensamento científico se desenvolveu, quem não domina o assunto, deve minimamente respeitar o trabalho que está sendo feito por gente que tem se empenhado oito, doze, dezesseis horas por dia nos últimos meses em busca de um imunizante que vai proteger todos nós de um vírus que é real, que causa uma enfermidade severa e que tem matado muita gente.

Ps. Apenas uma sugestão: se você tem dúvidas sobre a vacina, ao invés de alimentar-se de vídeos do Youtube, procure pesquisar literatura científica sobre o assunto e o currículo dos diferentes cientistas responsáveis pela produção das vacinas, o histórico e suas contribuições para a sociedade.

É a educação que nos faz humanos

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Quando uma formiga nasce, às características genéticas dela determinam todas as suas ações. Nada do que faz durante toda sua existência será diferente daquilo que nasceu programada para fazer. Uma formiga terá o mesmo comportamento de todas as outras de sua espécie. E, para executar com excelência suas “tarefas”, em nenhum momento, passará por algum treinamento ou processo de educação.

O que acontece com uma simples formiga também se repete com todas as outras espécies de insetos, aves, animais. É fato que alguns deles são domesticados, treinados e desenvolvem habilidades que podem ser úteis às pessoas. Porém, a natureza dotou os bichinhos do conhecimento necessário para que façam o que precisam fazer, inclusive para sobreviverem . Nada e ninguém precisa ensinar uma formiga a ser formiga, um gato a ser gato, um leão a ser leão, uma águia a ser águia… Mas, nós, homens e mulheres, precisamos ser ensinados a sermos humanos.

Somos a única espécie animal que depende totalmente do outro inclusive para sobreviver. É fato que sabemos algumas coisas quando nascemos: sabemos chorar para nos defender e para pedir ajuda, sabemos chorar para pedir comida… Entretanto, é a educação que nos faz gente. Se o processo educativo, inclusive formal, fosse interrompido e se perdêssemos todo o saber acumulado ao longo de milhares anos, voltaríamos às cavernas.

O ser humano precisa ser ensinado. E embora os primeiros anos de vida sejam suficientes para que a gente saiba as formas básicas de convivência, como a comida chega na mesa e até como preservamos nossa saúde, também somos o único animal que precisa aprender sempre. No nosso mundo, diferente do mundo dos outros bichos, conforme o tempo passa, inúmeras coisas mudam e precisamos aprender a lidar com as novidades. Além disso, muitas dessas mudanças são provocadas justamente pelos novos conhecimentos produzidos com base em todo saber já acumulado.

Mas vai além… A a educação que nos faz crescer inclusive no respeito aos outros de nossa própria espécie. Os saberes desenvolvidos pela filosofia, sociologia, antropologia, psicologia etc. nos ajudam a lidar com as emoções, fazem-nos compreender a diversidade de pensamentos, ideias… Permite-nos o respeito, a tolerância, A compreensão do outro como igual, mesmo sendo de raça, gênero ou classe social diferente.

Se nos negamos a aprender, sofremos diferentes tipos de exclusão. Uma delas é a própria falta de trabalho, algo fundamental para a nosso bem-estar, para assegurar os recursos para vivermos de maneira digna. Mas o pior mesmo é que, quando nos fechamos para o aprendizado, rejeitamos o que há de mais humano em nós: o processo de desenvolvimento constante.

Aprender sempre é imperativo. É por meio do eterno aprendizado que respondemos às novas demandas do mercado de trabalho, às inovações tecnológicas e até desenvolvemos nossas formas de convivência com outras pessoas. Fechar-se para o aprendizado é retornar à barbárie.