Como você lida com as preocupações?

Ei… Como você lida com as preocupações? Ou será que você é o tipo de pessoa que não se preocupa?

Eu invejo quem não se preocupa. Deve ser bom viver sem preocupações.

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Mas confesso que também fico preocupado com quem não se preocupa (risos). Afinal, se uma pessoa não se preocupa, talvez ela também seja uma pessoa inconsequente, uma pessoa que age sem pensar no que pode acontecer depois.

A preocupação é uma reação humana diante de um cenário incerto.

E quase tudo na vida traz incertezas.

É fato que muitas que nos parecem naturais, não ocupam nossa mente, não nos causam preocupação – embora a gente não tenha garantia alguma que seguirão como parte da nossa rotina.

Acordar, levantar, comer alguma coisa, ir para o trabalho, ir para a escola… Quem tem visão, enxerga tudo direitinho, não deita preocupado se no dia seguinte estará vendo.

Essas coisas rotineiras, embora também possam ser interrompidas por alguma surpresa desagradável, geralmente não nos causam preocupação. A gente só se dá conta da importância delas quando algo acontece.

Eu lembro que, quando estava na cadeira de rodas, após um acidente de moto, me preocupava se voltaria a andar. Pela janela do apartamento, via as pessoas andando, correndo no bosque, e ficava pensando: será que vou conseguir voltar a andar?

Sigo sem correr e andando devagar, mas já não começo o dia pensando se vou conseguir ficar de pé e dar um passo após o outro.

Enfim…

A preocupação é uma reação normal de alguém que quer o bem para si e para as pessoas que ama, mas não sabe se terá o que precisa.

Entretanto, por mais que seja uma reação normal, a preocupação pode gerar ansiedade, medo, desespero.

O sábio Salomão, em Provérbios 12:25, diz: “A preocupação deprime a pessoa, mas uma palavra de incentivo a anima”.

Pois é… A preocupação deprime a pessoa.

Quando estamos preocupados, nos falta um sorriso. E se sorrimos, o sorriso é falso; é um sorriso amargo, cheio de dor, porque não é um sorriso espontâneo.

A preocupação rouba o sono… Preocupados, alguns comem demais; outros, não comem.

Por isso, o sábio diz: a preocupação deprime a pessoa.

Mas Salomão também diz: mas uma palavra de incentivo a anima.

E essa observação da sabedoria bíblica é preciosa; ela mostra o quando é importante estarmos próximos das pessoas.

Só recebe uma palavra de incentivo quem não está sozinho, quem não está isolado.

No isolamento, não existe ninguém que pode dizer: ei, vai passar!

Quando temos pessoas por perto, Deus pode falar conosco e nos incentivar por meio de outras pessoas.

É curioso que o próprio Cristo, no seu momento de maior angústia, Ele pediu que seus discípulos mais próximos estivessem junto dEle enquanto orava.

Ou seja, Jesus não queria ficar sozinho, mesmo estando diante do Pai em oração.

Jesus queria a companhia dos amigos, enquanto orava no Getsêmani.

Deus nos fez para dividirmos a nossa vida com outras pessoas.

Desde o princípio… Deus olhou para Adão e viu que não era bom que Adão continuasse sozinho. Mais do que dar uma esposa a Adão, Deus deu a ele uma companhia, alguém para estar ao lado dele.

Por isso, querido amigo/a, quero te dizer uma coisa: divida suas preocupações com pessoas confiáveis.

Existem dois benefícios diretos de contar com alguém nas suas preocupações. O primeiro deles é que, ao falarmos, deixamos extravasar parte do que sentimos.

O próprio fato de verbalizamos nossas preocupações permite que organizemos melhor as ideias e ouçamos a nós mesmos, percebendo inclusive possíveis contradições em nossos pensamentos. Porque nossa mente tem a capacidade de amplificar os problemas e quanto mais a gente pensa neles, maiores ficam.

Segundo benefício é que, ao falarmos com pessoas sábias, podemos receber delas a palavra de incentivo que necessitamos.

Pessoas sábias, quando não podem ajudar, ainda assim, oram por nós, oram conosco. E esse tipo de atitude traz alívio e nos fortalece na caminhada, nos ajuda a enfrentar as incertezas com esperança.

8 dicas para se tornar uma pessoa mais agradável

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Num mundo cada vez mais conectado, mas cada vez mais fragmentado por diferenças e disputas, tornar-se uma pessoa mais agradável é um ato revolucionário.

Ser uma pessoa agradável é uma forma de construir pontes em um terreno frequentemente marcado por divisões e competições. A gente vive um mundo onde é cada um por si e “Deus para todos”…

As pessoas parecem dispostas a agradar apenas quando é conveniente, quando há algum tipo de benefício.

Porém, quando a gente é agradável, a gente cria conexões verdadeiras, ganha o respeito e admiração.

A habilidade de ser agradável é uma arte sutil, que envolve empatia, respeito e a capacidade de valorizar os outros.

Ser uma pessoa agradável abre portas. Estabelece conexões mais profundas, promove a cooperação e pode levar a oportunidades tanto no âmbito pessoal quanto profissional.

E, para nós cristãos, é a maneira mais simples de tocar um coração e testemunhar Jesus.

Por isso, hoje, inspirado em Augusto Cury, vamos explorar oito passos fundamentais para cultivar essa qualidade.

Elogiar quem está próximo: Um elogio sincero pode iluminar o dia de alguém. Quando reconhecemos as qualidades e esforços dos que estão à nossa volta, criamos um ambiente de apreciação mútua e incentivo. Elogiar vai além de simples palavras; é um reconhecimento da existência e do valor do outro.

Exaltar e agradecer pessoas que exercem funções essenciais: Muitas vezes, subestimamos o impacto de profissionais como cozinheiros, garçons, porteiros, zeladores e seguranças em nossas vidas. Agradecer e valorizar todas essas pessoas é um ato de humildade e gratidão que reconhece a importância de cada trabalho para o funcionamento da sociedade.

Ter prazer com o sucesso dos outros: A alegria pelo sucesso alheio é um sinal de maturidade e generosidade. Quando celebramos as conquistas dos outros, mostramos que valorizamos o bem-estar e a felicidade alheios tanto quanto a nossa. Além disso, superamos a inveja, o ciúme e o egoísmo que, por vezes, habitam em nosso coração.

Promover o bem-estar dos outros: Preocupar com o bem-estar dos outros é uma das formas mais sinceras de expressar bondade. Ao ajudar os outros sem esperar nada em troca, cultivamos uma atmosfera de generosidade e compaixão.

Romantizar a vida: Exercitar a razão é importante, mas se racionalizarmos tudo, nos tornamos duros, secos. Por isso, encarar a vida com um olhar romântico significa apreciar os pequenos momentos e encontrar beleza nas coisas simples. Essa atitude contagia os que estão ao redor com otimismo e gratidão.

Reciclar o ciúme e a inveja: Lutar contra sentimentos como ciúme e inveja é essencial para se tornar uma pessoa mais agradável. Estas emoções, embora comuns, podem levar a atitudes negativas e prejudiciais. Gente ciumenta, gente que tem inveja é gente rancorosa, incapaz de se alegrar com as vitórias dos outros. Além disso, romper com o ciúme e com a inveja também contribui para o nosso próprio bem-estar emocional.

Vencer o tédio: Quando falo de tédio aqui não falo do tempo de ócio que todos necessitam para cuidar da própria mente. Falo da necessidade de surpreender a si mesmo e aos outros com atos inesperados de bondade… Falo da disposição de fazer coisas diferentes, que saiam da rotina e do previsível.

Valorizar o que se tem: A gratidão pelo que temos, em vez de lamentar o que falta, é fundamental para uma vida feliz e satisfatória. Apreciar nossas posses, relacionamentos e experiências nos torna mais contentes e agradáveis.

Enfim, tornar-se uma pessoa mais agradável é um caminho contínuo de crescimento pessoal e contribuição para um mundo melhor.

Esses oito passos não são apenas ações, mas também uma mudança de mentalidade que nos torna mais conscientes, empáticos e felizes. Ao adotarmos essas práticas em nossa vida diária, não só melhoramos nossa própria existência, mas também a dos que nos cercam. Assim, tornamo-nos não apenas agradáveis, mas também agentes de mudança positiva em nosso mundo.

A quem você pode recorrer quando coisas boas acontecem na sua vida?

É uma pergunta que muitas vezes não fazemos. Geralmente pensamos: “A quem posso recorrer em meus piores momentos?”

Mas pense bem: Nos bons momentos, será que contamos com pessoas que realmente comemoram conosco nossas vitórias?

Os fracassos e problemas que enfrentamos não ameaçam a autoestima dos outros. Para o ego, é fácil mostrar compreensão a alguém em dificuldade. Contudo, suas boas qualidades e sucessos podem se tornar desafiantes para pessoas que baseiam sua autoestima em se sentirem superiores.

O escritor e palestrante Leandro Karnal propõe um teste interessante: fale a um amigo sobre o quão bem sua vida está indo e observe sua reação. Muitas vezes, ao ouvir apenas boas notícias sobre nós, essa pessoa pode demonstrar desconforto ou até fazer comentários que denotam certa inveja.

Quando algo bom nos ocorre, naturalmente, queremos compartilhar essa alegria. Porém, nem sempre encontramos a receptividade esperada. Mesmo nossos planos mais entusiasmantes, ao serem compartilhados, podem receber críticas desestimulantes.

Às vezes, a reação é de indiferença, inveja, desdém ou crítica. Tais atitudes podem nos magoar e abalar nosso entusiasmo, fazendo-nos sentir incompreendidos.

Por que isso ocorre? Por que algumas pessoas não conseguem celebrar nossas vitórias?

Uma possível explicação é que essas pessoas possuem baixa autoestima e vivem em comparação constante. Sentem-se ameaçadas ou diminuídas perante o sucesso de alguém próximo. Não conseguindo reconhecer seu próprio valor, ressentem-se daqueles que alcançam algo notável.

Infelizmente, algumas dessas pessoas tentam diminuir ou desmerecer as conquistas alheias para se sentirem superiores.

Quem age assim perde a chance de se inspirar nos exemplos positivos alheios. E quem está do outro lado pode acabar se sentindo culpado, inseguro ou desencorajado.

Então, como lidar?

Uma solução é se cercar de pessoas com autoestima saudável, que se alegram genuinamente com nossas conquistas. São poucas, mas existem. Pessoas que nos apoiam, incentivam e celebram. Elas não competem, mas cooperam. Admiram sem invejar, elogiam sem criticar.

Para reconhecer e manter essas pessoas por perto:

Seja também alguém que celebra as vitórias alheias. Cultive empatia, generosidade e reconhecimento.
Observe as reações das pessoas ao seu redor, identificando genuíno interesse ou indícios de inveja.
Selecione bem com quem compartilhar suas alegrias.
Valorize as relações saudáveis. Demonstre gratidão e carinho, fortalecendo laços genuínos de amizade e parceria.

Por que não temos um amigo mentor?

O autor John M. Perkins, no livro O poder da amizade, define o amigo mentor como aquele amigo que consultamos, que nos orienta e que tem liberdade para falar coisas que nos contrariam, que incomodam.

É fundamental ter amigos; mas é essencial ter pelo menos um amigo mentor – aquele que tem experiência, vivência e, principalmente, participe de nossa vida mais ativamente auxiliando a fazer escolhas acertadas.

O amigo mentor é um amigo para se escutar, de quem ouvimos conselhos e até mesmo correções.

O amigo mentor é o amigo que puxa o freio, que corrige a rota, que não apoia todas as escolhas.

Porém, por que esse tipo de amigo é tão raro? Por que muitos de nós não temos um amigo mentor?

Dias atrás, ao falar sobre o amigo mentor, recebi várias mensagens de ouvintes comentando… “Ronaldo, sinto falta de uma pessoa assim na minha vida”. Também teve pessoas que me perguntaram: “Professor, como encontro este amigo?”.

Existem pelo menos três razões que explicam por que raramente temos um amigo mentor.

Primeira, frequentemente, achamos que amizades são resultado de encontros do destino. E é fato: boas amizades podem surgir espontaneamente. Muitas das amizades começam na infância, na escola, entre os vizinhos, amigos da igreja… Outros aparecem na adolescência… Tem os amigos que surgem na faculdade e até mesmo no trabalho.

Entretanto, muitos desses amigos são amigos de jornada, são amigos de momento, são amigos para sair, bater papo… Até são amigos pra chorar e pra sorrir. Mas poucos têm maturidade para ocupar a função de “amigo mentor”.

Segunda razão, geralmente queremos que nossos amigos sejam legais, simpáticos… Queremos que os amigos cumpram algumas expectativas que temos em relação ao tipo de pessoa com a qual queremos e aceitamos conviver. E aí quando um amigo diz “você está no caminho errado”, a amizade fica abalada.

Terceira, queremos reciprocidade dos amigos. Queremos pelo menos receber o que oferecemos aos amigos. E quando não existe reciprocidade, o laço de amizade se rompe.

Esses três aspectos que citei são normais. Não há de errado com os amigos que vamos acumulando ao longo da vida, nem com o fato de queremos que sejam legais e que também nos ofereçam pelo menos aquilo que oferecemos a eles.

Porém, o amigo mentor não se enquadra necessariamente em nada disso. Essa é a razão dele ser raro em nossa vida.

Um amigo mentor geralmente é alguém que escolhemos. É alguém que buscamos. É uma pessoa que admiramos, que reconhecemos sua sabedoria e que dizemos: ei, você quer ser meu amigo?

E ao fazer isso, falamos sobre nossa admiração, sobre o que achamos da pessoa e o quanto gostaríamos de ter a sua amizade. Mas se trata de uma amizade que implica num tipo de relacionamento em que, quase sempre, a iniciativa é nossa. E uma amizade em que nos abrimos para que a outra pessoa ofereça a sabedoria dela para nos ajudar.

Não se trata de amizade de iguais. Eu não dou palpite para o meu mentor sobre a vida dele. Eu o reconheço com mais experiente do que eu e alguém que tem muito mais a oferecer do que eu.

Quem tem um amigo mentor, oferece em troca respeito, gratidão, amabilidade, atenção, companhia e uma escuta atenta.

E aí, pronto para buscar um amigo mentor?

Ter um amigo assim faz crescer, contribui para o desenvolvimento pessoal. Um amigo mentor aperfeiçoa o caráter e ajuda a fazer as melhores escolhas.

“Você não vai se conectar a ninguém se não se dispor a ser vulnerável”

A frase é da escritora Brené Brown. E resume umas grandes verdades sobre a dinâmica dos relacionamentos.

Tem muita gente que sente falta de amizades verdadeiras. Tem gente que sente falta de alguém que participe efetivamente de suas vidas.

Porém, são pessoas que se protegem, que se escondem, que não aceitam mostrar seus medos, suas fragilidades, suas quedas.

E todas as vezes que nos protegemos, evitando expor quem realmente somos, criamos barreiras.

Não há possibilidade de conexão numa relação construída em meio a muros.

Se dispor a ser vulnerável não tem a ver com se mostrar humilde, com uma pseudo-fraqueza.

Se dispor a ser vulnerável é romper com a casca, com a proteção. É não se esconder atrás de uma fachada de pessoa forte, de alguém perfeito, de alguém que não falha.

Este tem sido um processo doloroso para mim.

Pelo meu perfil psicológico, sou muito reservado. O que me coloca numa condição de constante proteção de quem sou.

Isso reforça o distanciamento das pessoas. Muita gente me admira, mas não se aproxima.

Geralmente, não me sinto confortável em falar de minhas dores, falar de meus medos, falar de minhas tristezas, de minhas quedas passadas…

Então, romper com a casca, colocar-me como vulnerável, é uma luta diária, mas se trata de um movimento necessário para que eu estabeleça vínculos reais.

Sei que isso é difícil para muita gente. Sei que algumas pessoas, mesmo quando estão doentes, evitam falar do medo que sentem, porque não querem se expor, não querem parecer fracas, indefesas.

Quando estão com dificuldade no trabalho, não querem mostrar seus insucessos.

Quando estão com dúvidas, não querem revelar a insegurança.

Sei também que o mundo parece valorizar os fortes, aqueles que são determinados e nunca duvidam da própria capacidade. Porém, pessoas que parecem nunca falhar, nunca sofrer, podem até ser admiradas, mas também parecem intocáveis. E isso as mantêm sozinhas, solitárias.

Quem não se expõe parece estar num patamar de superioridade aos demais mortais. Pode funcionar como proteção, mas não desperta empatia, não motiva a solidariedade e nem permite o verdadeiro vínculo de amor.

O escritor e educador Augusto Cury ressalta a importância da vulnerabilidade inclusive nos relacionamentos com os filhos. Os pais querem que seus filhos sejam humanos, mas se comportam como deuses.

Muitos pais nunca revelam suas incertezas, nunca falam de seus medos, nunca mencionam suas quedas passadas…

Ao fazerem isso, perdem a chance de se conectarem com os filhos. Deixem de ser mestres da vida, não ensinam os filhos a educar a emoção e a superar as frustrações.

Pais de todos os lugares do mundo querem que seus filhos reconheçam seus erros, mas eles próprios são incapazes de falar ou admitir seus erros para seus filhos.

Augusto Cury afirma que “bons pais preparam seus filhos para os aplausos; mas pais brilhantes preparam seus filhos para fracassos”. E quando isso acontece? Quando os pais se mostram vulneráveis e tratam de seus próprios fracassos com seus filhos.

Nas amizades, a dinâmica é semelhante. Como contar com alguém que nos abrace se nunca nos mostramos carentes de abraço?

Eu posso garantir, nossos vínculos se tornam mais profundos quando não escondemos que somos vulneráveis.

Só quando nos assumimos vulneráveis nos mostramos realmente humanos.

Só quando nos assumimos vulneráveis, as pessoas se sentem confortáveis ao nosso lado e, sem muros, sem cascas, sem barreiras, a conexão se torna possível.

Imagem de Cheryl Holt por Pixabay 

Em quem você confia?

Consegue pensar em alguém? Tem alguém próximo de você que realmente te inspira confiança? Alguém com quem você pode abrir o coração?

Quem é digno de confiança? Quem é capaz de guardar um segredo? Entre as pessoas próximas, existe alguém que não fala mal de você quando você não está por perto?

Tem?

Se você não precisa pensar muito para responder, sinta-se uma pessoa abençoada.

Este talvez seja um dos nossos grandes dilemas: em quem confiar?

O ser humano nunca foi plenamente confiável. Tem natureza má. Dos animais, provavelmente seja o mais perigoso. Enquanto os animais agem totalmente de forma instintiva – ou seja, é possível prever o que um animal vai fazer -, os humanos, em sua capacidade de pensar, também podem dissimular.

O humano é capaz de sorrir, apertar sua mão, abraçar – dividir a mesma casa com você – e ainda assim, quando vira as costas, diz inverdades, cria factoides, faz comentários maliciosos. Prefere dizer ao outro a confrontar diretamente, recomendar, orientar… quem sabe, até corrigir.

Sim, o ser humano pode ser mal. E fazer mal.

Entretanto, por inocência, imprudência ou sei lá o quê, por vezes, as pessoas deixam suas vidas nas mãos de outros. Confessam segredos, dividem fofocas e, no dia seguinte, frustram-se ao descobrir que o “melhor amigo” traiu sua confiança.

Não deveria ser assim. No entanto, entre os humanos são raros aqueles que agem de maneira sincera, leal; são poucos os que se apoiam sem pensar em reciprocidade, contamos nas mãos aqueles protegem, que amam de verdade.

Mas, como tenho dito, não somos ilhas; precisamos do outro. No trabalho, dividimos tarefas. O sucesso se garante por um trabalho de equipe e em equipe. Na faculdade, não é diferente – quem se isola, perde. Na família, as conexões são fundamentais. Na família, encontramos o suporte que nos faz atravessar os vales. Carecemos de afeto e os amigos também podem tornar nossos dias mais leves.

E ai você pergunta: como conciliar nossa necessidade de conexão e, ao mesmo tempo, a falta de pessoas em quem podemos confiar?

Aprendi três coisas que quero compartilhar com você.

Primeira, as pessoas realmente confiáveis são raras. E, por isso, é preciso tempo para identificar em quem podemos confiar. Nas dinâmicas de relacionamento, vamos observando, testando… Até saber quem é confiável e quem não é.

Segunda coisa, nem sempre as pessoas mais confiáveis são as mais legais. Às vezes, queremos uma pessoa super, hiper, mega simpática em nossa vida, que tope todos os nossos programas e ainda que seja totalmente confiável. Isso é um pouco demais! Lembre-se, para algumas situações, precisamos de alguém confiável, que guarde um segredo, que saiba nos ouvir. Para outras, só precisamos de alguém pra jogar futebol, passear no shopping, rir de nossas piadas…

Terceira coisa que aprendi: existem diferentes tipos de amizade. Adoraríamos que todas as pessoas fossem perfeitas. Mas você não é perfeita, não é perfeita, eu não sou perfeito. Precisamos aprender a conviver com as pessoas e seus defeitos. Algumas pessoas serão boas companhias pra falar do governo; outras serão discutir sobre trabalho; existirão aquelas que vão participar de sua intimidade e outras que estarão com você para te ouvir, para te orientar.

Pegou a ideia?

Seja prudente. Poucas pessoas servem para guardar um segredo, mas isso não quer dizer que seu mundinho precisa se resumir a duas ou três pessoas. Muita gente pode conviver contigo e tornar alguns dos momentos do seu dia bastante agradáveis. É só exercitar a sua inteligência emocional.

Quem são os seus amigos?

Quem são as pessoas que estão próximas de você?

Vamos conversar hoje sobre a amizade. Vamos falar sobre a influência dos amigos em nossa vida!

Gente, amizade é uma coisa séria. Somos seres sociáveis, precisamos de gente na nossa vida. Porém, quem está conosco também nos forma.

Vou repetir… Quem está conosco, quem caminha conosco, participa da nossa formação.

É isso: aquilo que somos é um pouco aquilo que são as pessoas que convivem conosco. Nós somos a soma dos nossos relacionamentos.

Por isso, quando a gente traz uma pessoa pra vida da gente, estamos trazendo alguém que vai participar da nossa formação. Estamos trazendo pra nossa vida alguém que vai ajudar a moldar a nossa forma de ver, de interpretar o mundo, estamos trazendo pra nossa vida alguém que pode nos motivar ou nos desmotivar, que pode nos fazer caminhar ou pode nos levar ao fracasso.

E aqui faço uma observação importante: estamos em constante formação. Ninguém está pronto. O processo de formação e transformação é diário. Acontece mesmo quando a gente não percebe. Eu sou hoje uma pessoa diferente do que era há um ano atrás, há dez anos atrás – e não é só pela cara amassada, pelas rugas e manchas na pele.

E por que isso acontece? Porque estamos em constante formação. E essa formação acontece também por influência das pessoas que fazem parte da nossa vida. Quem entra ou sai da minha vida deixa um pouco dele ou dela em mim.

Por isso, é fundamental escolher bem as amizades. É por isso que encontramos no Salmos 119, verso 115, uma declaração contundente do salmista. Ele diz:

“Afastem-se de mim os que praticam o mal! Quero obedecer aos mandamentos do meu Deus!”

O salmista quer que todas as pessoas que praticam o mal saiam de perto dele.

Significa que ele está excluindo pessoas? Significa que ele tem preconceito com as pessoas? Não.

O salmista sabe que gente que goza da nossa amizade, que convive conosco, é gente que influencia a nossa vida e nos faz fazer coisas que nem sempre gostaríamos de fazer.

Quem aí, na infância, não fez uma arte daquelas “cabeludas” quando estava com o grupinho de amigos? Sozinho, sozinha você não tinha coragem. Mas com os amiguinhos, com as amiguinhas, foi lá e fez.

Por que isso acontece? Porque as amizades nos influenciam.

Talvez você diga: ah… mas Cristo andava com todo tipo de pessoa. E é verdade. Mas Cristo estava tão cheio do Espírito que Ele é quem influenciava, Ele é quem contagiava. E como Cristo tinha tanta força assim sobre as pessoas? Porque, antes de caminhar com as pessoas, Ele andava com Deus, Cristo começava o dia com Deus. O Pai estava sempre com Ele. Cristo estava revestido da glória do Pai.

Nós somos humanos. Nossa mente e nosso caráter está sendo moldado todos os dias. E se não escolhermos quem caminha conosco, faremos coisas que vão nos envergonhar. E mesmo que não façamos nada errado, talvez nossos companheiros de caminhada sejam pessoas que espalham pessimismo, dúvida… E isso vai nos afetar.

Por isso, veja bem quem são suas amizades. Caminhe com quem te ajuda a fazer uma jornada de vitórias

Pegou a ideia?

Você tem facilidade para se conectar às pessoas?

Você tem amigos? Gosta de fazer amizade com as pessoas?

E aí?

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Eu confesso que tenho dificuldade. Minha timidez complica tudo. E como sou um profissional da comunicação, professor universitário, as pessoas geralmente acham que sou bastante sociável. E aí essa imagem cria um descompasso entre a expectativa e a realidade.

Por isso, conectar-me às pessoas constitui uma espécie de exercício diário. Eu preciso me manter muito atento às oportunidades de conexão, porque, do contrário, as pessoas vão passando pela minha vida e poucas ficam.

Eu tento encontrar formas de me conectar às pessoas porque nós seres humanos fomos programados para nos conectar. A ciência do cérebro tem descoberto nos últimos 30 anos que o próprio design do cérebro o torna sociável. Uma parte do cérebro é atraída para uma ligação íntima com outras pessoas.

Essa ponte neural, conforme explica Daniel Goleman, afeta as nossas emoções e nosso corpo. A ausência de pessoas em nossa vida afeta a saúde emocional, afeta a saúde física.

A presença de outras pessoas em nossos dias nos faz florescer.

É claro que o ditado “antes só do que mal acompanhado” resume certa verdade. Algumas pessoas podem funcionar como sanguessugas emocionais. São aquelas que reclamam de tudo, são as pessimistas, são as pessoas de caráter duvidoso, mentirosas, dissimuladas… Mas essas pessoas não são a maioria.

Como regra, as pessoas têm defeitos, mas são boas! Possuem boas intenções. É fato que possuem gostos, preferências, personalidades diferentes da nossa. E isso produz confrontos. Mas até mesmo os embates, o fato de sermos contrariados, são aspectos importantes trazidos pelo relacionamento. Nos fazem crescer pela exposição ao diferente, pela necessidade de negociar, de tolerar, de ceder… Por isso, não há desculpa para se fechar aos relacionamentos.

E escute só o que diz Daniel Goleman: “Quanto mais forte nossa ligação emocional com outra pessoa, maior é a força mútua. As trocas mais potentes ocorrem com as pessoas com as quais passamos a maior parte do tempo, ano após ano – sobretudo as pessoas que nos são mais queridas”.

A presença de pessoas queridas nos fortalece.

“Os sentimentos resultantes [dos relacionamentos] têm consequências que se reproduzem em nosso corpo, secretando cascatas de hormônios que regulam os sistemas biológicos – do coração ao sistema imunológico”.

Note, o sistema biológico reage à presença de outras pessoas. Quando estamos conectados, o corpo responde, inclusive atuando sobre o nosso sistema imunológico.

Nos tornamos mais saudáveis à medida que temos relacionamentos saudáveis. Grave isso: Nos tornamos mais saudáveis à medida que temos relacionamentos saudáveis.

Mas faça isso buscando contatos reais. Procure estar com as pessoas. Procure encontrar as pessoas queridas. Conte com as tecnologias digitais para manter a conexão. Mas invista no encontro. Entre em sintonia com a outra pessoa. Você vai sorrir junto, vai se alegrar junto… Talvez chore junto… Mas vai influenciar e ser influenciado pelas emoções da outra pessoa. O relacionamento cria as pontes neurais e estimula os hormônios,

“Hoje, à medida que a ciência revela a importância dos relacionamentos construtivos, as conexões humanas parecem cada vez mais sitiadas”. As pessoas parecem cada vez mais distantes, mais isoladas em seus próprios mundos. Mas você não precisa viver esse distanciamento.

Ainda que você seja como eu, procure se conectar as pessoas. Os relacionamentos são um presente de Deus para homens e mulheres. Precisamos uns dos outros. A descobertas da ciência não mencionam Deus. Mas, quando conhecemos o texto sagrado, compreendemos que o propósito de Deus nunca foi que vivêssemos sozinhos. E, hoje, a ciência confirma que vale a pena estabelecer conexões.

Eu tenho certeza que, se estivéssemos mais conectados uns aos outros, as pessoas sofreriam menos ansiedade, estresse, depressão, pânico… Seríamos mais saudáveis, mais felizes!

Portanto, de posse deste conhecimento, amplie sua rede de amigos! Vai ser bênção para sua vida. E sua vida será bênção para outras pessoas.

Quebre o gelo: sorria!

Qual é o seu principal cartão de visitas?

O que você oferece às pessoas quando entra num ambiente desconhecido? Como você cumprimenta as pessoas? O que você oferece junto com seu bom dia, boa tarde, boa noite?

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Acho que quase todo mundo deseja causar uma boa primeira impressão. E quem acha que isso não tem importância, deveria rever sua maneira de pensar. Somos seres sociais. Precisamos de conexões. E estas conexões se abrem para amizades, para oportunidades, para uma vida muito mais leve e feliz.

E, gente, não existe nada mais poderoso que um sorriso. Este é o nosso melhor cartão de visitas. Estar com os cabelos bem penteados, um perfume gostoso, uma roupa adequada para o momento… Tudo isso tem valor. Mas o sorriso toca o coração do outro.

O escritor e pesquisador Daniel Goleman conta uma história muito interessante no início do seu livro “Inteligência Social”. Ele diz que, durante a segunda invasão americana ao Iraque, um grupo de soldados saiu em busca de uma mesquita local. O objetivo era encontrar o clérigo da cidade. O grupo de soldados queria pedir ajuda para organizar a distribuição de suprimentos para a população. Mas o grupo foi cercado por uma multidão.

As pessoas estavam com medo. Achavam que os soldados estivessem ali para prender o líder espiritual delas ou destruir a mesquita – um local sagrado para elas.

Centenas de muçulmanos cercaram o grupo de soldados, abanando os braços no ar, gritando e imprensando o pelotão de soldados. Detalhe, os soldados estavam fortemente armados. O comandante, Tenente Coronel Christopher Hughes, teve de pensar rápido para evitar um confronto com os civis.

E escute só… Sabe o que ele fez?

Munido de um alto-falante, ordenou aos soldados que se ajoelhassem em um só joelho. Em seguida, ordenou aos soldados que apontassem os rifles para o chão. Sua próxima ordem foi: “Sorriam.”

O que você acha que aconteceu?

Note, o grupo de soldados não estava conseguindo chegar à mesquita. Aquela multidão estava disposta a morrer por seu líder religioso. Mas o objetivo dos soldados era só conseguir ajuda para entregar os suprimentos para a população.

Eles, porém, não tinham como se comunicar, como explicar o objetivo. Existia a barreira da língua e os americanos, ali no Iraque, eram os guerreiros estrangeiros que invadiam o país.

Bom, diante desse gesto dos soldados – de se ajoelharem, abaixarem as armas e sorrirem para as pessoas -, o humor da multidão se transformou. Muitos ainda continuavam gritando, mas a maior parte agora sorria. Alguns deram tapinhas nas costas dos soldados que, seguindo as ordens do comandante Hughes, começaram a recuar lentamente – sem deixar de sorrir.

Essa atitude mudou o clima. O comandante teve a habilidade de captar o nível de hostilidade da multidão e sentir o que acalmaria aquelas pessoas. Teve de apostar na disciplina de seus homens e no grau de confiança que tinham nele. E teve de apostar em um único gesto preciso que eliminasse as barreiras lingüísticas e culturais.

Esse incidente destaca o brilhantismo social do cérebro mesmo em embates tensos e caóticos.

Anos atrás, numa estratégia de marketing muito bem-sucedida, a Coca-Cola causou uma epidemia de riso dentro de um vagão de trem. Um ator, passando-se por passageiro, entrou no vagão assistindo um vídeo num tablet. O vagão estava lotado de pessoas. Enquanto assistia, aquele homem ria muito, dava altas gargalhadas. Pouco a pouco, todas as pessoas que estavam no trem também estavam rindo muito.

Se você quer ver o vídeo, entre no Youtube e coloque no sistema de buscas: Coca-cola risadas. Vai lá! Acho que você vai gostar.

O que essas histórias nos revelam?

Primeiro, que o riso tem efeito poderoso. Um sorriso desarma a outra pessoa. Cria conexões. Com um sorriso, você toca o coração do outro.

Segundo, o sorriso é contagiante. Gente que sorri deixa o ambiente mais leve, mais agradável. Observe um palestrante que fala todo o tempo com um sorriso no rosto… Observe o semblante das pessoas. A maioria vai estar com um semblante leve, com um arzinho sorridente.

E por que isso acontece? Porque temos neurônios-espelho.

Existe em nosso cérebro neurônios que estão lá para estabelecer conexão com as outras pessoas. Os neurônios-espelho nos conectam aos outros. As emoções que demonstramos podem impactar os outros – de maneira positiva ou negativa.

Por isso, sorrimos com o sorriso dos outros e os outros podem sorrir com os nossos sorrisos.

É claro que os neurônios-espelho não atuam apenas no que diz respeito ao sorriso. Repare: se você coçar o seu nariz enquanto está conversando com alguém, provavelmente a outra pessoa vai fazer o mesmo gesto. O que dizer do bocejo então? Mas, enfim, isso já é assunto para um outro programa.

Por enquanto, aproveite a dica e sorria!! Quebre o gelo nos ambientes e contagie as pessoas com um sorriso.

Contém trechos do livro “Inteligência Social”, de Daniel Goleman.

Você tem um amigo mentor?

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Você tem pelo menos um amigo que te serve de referência, de guia, alguém que tem liberdade suficiente pra dizer: “ei, não é este o melhor caminho! Você está fazendo bobagem”.

Uma vida boa é uma vida com amigos. Quem não tem amigos, vive na solidão. E provavelmente terá mais dificuldade para lidar com os desafios da existência.

Porém, mais do que ter amigos é fundamental ter alguns amigos – ou pelo menos um amigo – que tenha experiência, vivência e, principalmente, participe de sua vida mais ativamente, te auxiliando a fazer escolhas acertadas.

O autor John M. Perkins, no livro O poder da amizade, chama esse tipo de amigo de “amigo mentor” – alguém que a gente ouça, inclusive quando fala coisas que contrariam, que incomodam.

A gente vive em tempos líquidos. Os amores são líquidos. Os relacionamentos são frágeis e baseados na conveniência. Quem importa hoje, deixa de importar amanhã. Quem está comigo hoje, deixa de estar amanhã.

Uma palavra que contraria, uma atitude que desagrada, um hábito que não aprecio é suficiente para descartar uma pessoa.

Quantas pessoas abandonamos ao longo da vida por que não correspondem às expectativas alimentadas?

Não amamos as pessoas; amamos a imagem que possuímos delas.

Quando o real não corresponde à imagem idealizada em nossa mente, rompemos com o relacionamento.

Também queremos amigos que aplaudam nossas escolhas. Amigos que sempre dizem “sim”. Amigos que servem aos nossos interesses.

Sim, amizade também é serviço ao outro, mas não apenas para contemplar as nossas necessidades.

Por isso, é raro ter amigos mentores.

John M. Perkins ressalta que o amigo mentor geralmente é uma pessoa exerce, de fato, o papel de mentoria. E o mentor é alguém com mais experiência, alguém que já andou pelos caminhos que, hoje, ainda nos são desconhecidos.

O amigo mentor é um amigo para se escutar, de quem ouvimos conselhos e até mesmo correções.

Muitos dos erros que cometemos são reflexo de inexperiência, desconhecimento, falta de sensatez. Às vezes, até pelas características da personalidade, a pessoa é mais impulsiva, teimosa, emocional. Outras vezes, faltam referências. O ambiente não contribui, a educação familiar também não.

O amigo mentor é o amigo que puxa o freio, que corrige a rota, que não apoia todas as escolhas.

É o amigo que diz que estamos errados. O amigo mentor não dá tapinhas na costa. É alguém que te ama o suficiente para dizer: não se separe, não fique com essa garota, não traia a sua esposa, não minta para seu marido… É alguém que pergunta: será que não está faltando oração em sua vida? Qual o tempo que você dedica ao estudo da bíblia?

O amigo mentor pode ser um professor, pode ser um irmão mais velho, pode ser um tio, um irmão da igreja…

O amigo mentor é um amigo que você escolhe, alguém que para quem você diz: você pode ser meu amigo? E você escolhe essa pessoa, porque ela é amiga de Deus, é honesta, respeitável, é alguém que ama, que acolhe. Alguém em quem os frutos do Espírito – a bondade, a mansidão, a humildade, a paz, a temperança… – não são meras palavras, não são discurso vazio; são práticas de vida.

Ter um amigo assim faz crescer, contribui no nosso desenvolvimento pessoal. Aperfeiçoa o nosso caráter. Ajuda a nos tornarmos pessoas melhores.