Sejam misericordiosos, assim como seu Pai é misericordioso

Este é o texto de Lucas 6:36

Dias atrás, eu falei aqui que tenho dificuldade para entender como Deus vai transformar nosso caráter a ponto de nos permitir entrar no reino dos Céus.

Quem crê na Bíblia, acredita que seremos transformados. Mas se nosso coração não for bom, não tem espaço pra nós no reino dos Céus.

Por isso, a nossa condição de vida hoje aponta para o nosso futuro. Se nossas obras não refletem a fé que professamos, há um descompasso entre aquilo que dizemos crer e aquilo que vivemos.

E, nas palavras que citei, palavras do próprio Jesus, temos uma orientação e também uma certeza que nos enche de esperança.

Jesus diz: sejam misericordiosos como seu Pai é misericordioso.

Então, vamos pensar juntos no que seria ser misericordioso.

Penso que a primeira coisa que precisamos entender é que Jesus nos convite a imitar as qualidades do próprio Deus – a compaixão e a bondade do nosso Pai, que está no Céu.

E como a gente pode viver isso?

Acho que o primeiro passo é reconhecer a humanidade que existe em todos nós. Somos todos iguais. As diferenças que existem foram criadas por nós – não por Deus.

Nós produzimos as diferenças. Nós estabelecemos distinções, hierarquias. Deus não.

Então o primeiro passo é reconhecer que, mesmo atrás daquele criminoso cruel, daquele político corrupto ou daquele poderoso arrogante existe um humano carente de Deus e de seu amor, alguém que também merece a misericórdia, a graça que perdoa.

O segundo passo é entender que a misericórdia não diz respeito apenas aquilo que entendemos como vida espiritual. Na verdade, uma vida espiritual não está separada da vida prática, no trabalho, nos relacionamentos, na escola, nos momentos de diversão ou em qualquer outro espaço.

Por isso, a misericórdia também pode ser traduzida na empatia, na compaixão, no cuidado, no estender a mão… A misericórdia se revela no perdão, mesmo quando não há merecimento naquele para quem se estende perdão. Isso é misericórdia.

Quando Jesus fala de misericórdia e aponta para Deus, Ele sugere que a misericórdia é um ato constante, incondicional. Esse tipo de misericórdia desafia os padrões humanos, frequentemente limitados por condições ou expectativas.

Ao pedir que sejamos misericordiosos como o Pai, Jesus está incentivando uma abordagem radical à forma como tratamos os outros, promovendo um ambiente de aceitação e amor incondicional.

Isso nos leva a refletir sobre o valor dos pequenos atos de misericórdia… Podemos ser mais compreensivos com as dificuldades do outro… Podemos apoiar alguém em seu tempo de crise… Podemos tentar entender antes de julgar… Ou simplesmente, podemos não julgar.

Agora pensa só no efeito da misericórdia em nossos dias… Consegue imaginar o que seria o mundo se fôssemos misericordiosos como Deus é conosco?

Mas eu disse que as palavras de Jesus trazem uma orientação e também esperança, lembra?

Pois é… Jesus nos pede pra sermos misericordiosos. Mas quando Ele cita que o Pai é misericordioso, meu coração se acalma.

E eu fico em paz porque posso contar com a misericórdia Dele, porque posso ter a certeza que, quando eu falhar, Ele ainda assim não vai me abandonar. Deus vai continuar me estendendo misericórdia – basta eu aceitar.

A misericórdia é isso: um ato da graça. Deus estende misericórdia para nós, como nós devemos estender aos outros.

Tanto na nossa relação com Deus como na nossa relação com os outros, a misericórdia é um presente. E sendo um presente, cabe a quem está sendo presenteado receber ou não o presente.

Amém?

Sejamos misericordiosos como o nosso Pai é misericordioso conosco.

Que Deus nos abençoe!

Faça tudo para a glória de Deus

Ei, escuta só este verso:

Portanto, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa, façam para a glória de Deus. 1 Coríntios 10:31.

Acho que você já leu e/ou ouviu este versículo algumas vezes. São palavras inspiradas escritas pelo apóstolo Paulo.

Eu não sei o que essas palavras significam pra você, mas elas me tocam. Me provocam, na verdade.

Pensa um pouco… Quando você come, você deve comer para a glória de Deus.

Quando você bebe, você deve beber para a glória de Deus.

Vamos parar por aqui, por enquanto. Já já vamos além…

Só nessas duas coisas já temos alguns desafios. Primeiro, se é para glória de Deus, aquilo que a gente come deve nos fazer bem. E deve nos fazer bem porque Deus deseja que cuidemos do nosso corpo.

Então, quando como, se como qualquer bobagem, se como em excesso – de maneira exagerada – fica difícil concluir que esse tipo de prática alimentar agrada a Deus.

Não se trata só de um alimento proibido. Repare: quantas pessoas comem de maneira apressada, sem sequer sentir o gosto dos alimentos? Isso acontece com você? Será que, quando você come apressadamente, nem senta à mesa para se alimentar direitinho, para mastigar de maneira adequada… Será que, ao comer assim, você glorifica a Deus?

E a bebida? Algumas pessoas bebem, por exemplo, e se embriagam, chegam a perder a razão, falam coisas que não deviam falar, agem de forma inoportuna. Quando isso acontece, fica claro que não Deus não está nesse tipo de comportamento.

Mas, veja, o apóstolo Paulo segue dizendo: “quer façam qualquer outra coisa, façam para a glória de Deus.”

Aí o negócio fica tenso. Significa que, quando saio pra trabalhar e estou dirigindo, minhas atitudes ao volante são parte das minhas atividades diárias. Portanto, devem ser para glória de Deus.

Acontece que, enquanto estou dirigindo, frequentemente tenho vontade de sair batendo em todo mundo que, na minha perspectiva, não dirigem direito, são desrespeitosos. A cada seta que um outro motorista esquece de dar, eu me estresso.

Felizmente, não tenho o hábito de xingar. Mas me irrito e, admito, nessas horas, não desejo o bem daquelas pessoas que estão atrapalhando o meu trajeto.

Tá entendendo?

Mas o apóstolo diz “quer façam qualquer outra coisa, façam para a glória de Deus”.

Este “façam qualquer outra coisa” engloba tudo, tudo. A maneira como interajo com as pessoas ao longo do dia, os comentários que faço nas redes sociais, as páginas que acesso na internet… Tudo deve ser para glória de Deus.

Tudo!

O que falo e como falo com minha esposa deve ser para glória de Deus. A maneira como converso com meu filho/a, o jeito que corrijo meu filho deve ser para glória de Deus.

A minha reação com o vizinho que varreu a sujeira da frente da casa dele e deixou o lixo no portão da minha casa… A minha reação deve ser para a glória de Deus.

Ficou desafiador aí? Pra mim, ficou.

Por isso, digo sempre: só pela misericórdia do Senhor seremos salvos.

Eu confesso que tenho muita dificuldade para entender como Deus vai transformar nosso caráter a ponto de nos permitir entrar no reino dos Céus.

E tenho dificuldade de compreender, porque o melhor de mim ainda é lixo diante do Cristo, que é nosso modelo, representou e nos ensinou sobre como deveríamos agir.

Hoje, meu querido amigo/a, te convido a tentar (sim, trata-se de uma tentativa) viver de acordo com o padrão do reino dos céus.

Te convido e me convido a buscar glorificar a Deus em nossas práticas cotidianas. Creio que, quando há o desejo de glorificar a Deus e temos uma atitude consciente sobre nossas ações, o Espírito de Deus nos ajuda a agirmos de forma melhor e, assim, honrarmos o Senhor em nossa vida, testemunhando que somos de Cristo.

Amém?

5 características das pessoas bem-sucedidas, segundo a Bíblia

A Bíblia traz lições preciosas sobre o nosso comportamento no mundo do trabalho.

Muita gente olha para o trabalho como uma espécie de punição. Mas não é essa a relação que Deus tem com o trabalho – já falei sobre isso aqui.

Mas o texto sagrado vai mais longe: ele aponta quais são as principais atitudes de quem busca viver uma vida digna, e ser uma representante do reino dos Céus em todos os lugares – inclusive no seu trabalho. E essas pessoas se destacam no que fazem.

Hoje, separei cinco características que a Bíblia identifica daquelas pessoas que se destacam no que fazem.

Primeira, trabalham com entusiasmo. Independentemente de o trabalho ser grande ou pequeno, dê o seu melhor. Os grandes artistas dão o seu melhor esforço, não importa o tamanho da audiência. E a Bíblia diz, em Colossenses 3, 23:“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens”.

Se tudo o que a gente faz, a gente deve fazer de todo o coração, como para o Senhor e não para as pessoas, significa que a gente faz com alegria, com entusiasmo. Não dá para fazer de cara amarrada, com má vontade.

Você aí já encontrou alguém que te atende numa loja como se você estivesse atrapalhando? Você chega para comprar e parece que a pessoa gostaria de te colocar pra fora?

Gente que se destaca é gente entusiasmada. E a Bíblia nos mostra isso.

Segunda característica – pessoas que se destacam não se acomodam; pessoas que se destacam aguçam, desenvolvem, aprimoram suas habilidades.

Elas nunca param de se desenvolver, crescer, aprender e melhorar.

Escuta só o que diz a Bíblia: “Se o machado está cego e sua lâmina não foi afiada, é preciso golpear com mais força; agir com sabedoria assegura o sucesso”, Eclesiastes 10:10.

É preciso mais do que desejo para se destacar; é preciso habilidade! Lembre-se: você nunca está desperdiçando tempo quando você está “afiando seu machado”.

Portanto, não se acomode. Busque aprender mais, treine mais, ensaie mais.

Terceira característica – Elas mantêm a sua palavra. Elas são confiáveis. Pessoas que se destacam são pessoas nas quais você pode confiar. Se prometem, cumprem. Se dizem que vão entregar algo, elas mantêm a palavra e entregam, conforme o combinado.

Pessoas assim se destacam porque as pessoas de integridade são raras em nossa sociedade. Muitos se dizem amigos leais, mas quem pode encontrar alguém realmente confiável?, Provérbios 20:6.

Ou seja, falar é fácil, difícil é realmente ser – ser confiável, ser leal, ser fiel, ser correto.

Quarta característica. Pessoas que se destacam são pessoas que mantêm uma atitude positiva.

Mesmo sob as piores circunstâncias, elas não se tornam negativas. Não vivem lamentando, não vivem reclamando.

Elas choram sim, elas sofrem sim, elas enfrentam momentos de angústia e medo, mas mantêm uma atitude positiva, porque não perdem a esperança.

Filipenses 2:14-15 diz: “Faça tudo sem resmungar ou discutir, para que você possa se tornar irrepreensível e puro, filhos de Deus sem culpa em uma geração deformada e tortuosa”.

E lembre-se da recomendação do livro de Eclesiastes: “Se seu chefe está com raiva de você, não desista! Um espírito quieto pode superar até grandes erros” (Eclesiastes 10:4 NLT).

Mas há uma quinta característica: pessoas que se destacam fazem mais do que é esperado. Este é um segredo que toda pessoa de sucesso descobriu.

Você nunca vai se destacar fazendo apenas o que é necessário. Jesus disse em Mateus 5, 41: “Se alguém o forçar a caminhar uma milha com ele, caminhe duas”.

Se mesmo diante de um cenário difícil, adverso, Cristo aponta a necessidade de irmos além, de fazermos mais do que a obrigação, podemos entender que realizar apenas o que foi pedido nunca vai nos levar a fazer diferença no nosso trabalho ou em qualquer outro lugar em que estivermos.

Portanto, fica a dica:

Mesmo quando te faltar reconhecimento, lembre-se que você não faz para o outro. Você faz para a glória de Deus.

Texto inspirado numa reflexão do Pastor Rick Warren.

A coragem de ouvir a verdade

Quando somos confrontados pelo olhar do outro a nosso respeito, podemos crescer.

E esta é a reação adequada: ouvir para mudar. Ouvir para crescer.

Eu sei que é mais fácil ouvir e rejeitar. É mais ouvir e rebater. É mais simples ouvir e culpar.

Mas o caminho é outro: é ouvir, avaliar com sabedoria, reter o que é bom e descartar o que não serve. A partir disso, mudar o que precisa ser mudado.

Se nos cercamos de pessoas sinceras, verdadeiras, ao nos mostrarmos abertos para ouvir a verdade, temos a chance de estabelecer conexões profundas e que acabarão resultando num ambiente onde a verdade vai prevalecer.

E é isto que o apóstolo Paulo nos aconselhava ao sustentar que devemos dizer a verdade. Porque dizer a verdade implica também em ouvir a verdade.

Então por que não começarmos por aí? Por que não começarmos por uma escuta atenta do que o outro tem a nos dizer?

A abertura que damos ao outro é também um convite para que outros façam o mesmo, criando um ciclo de confiança e apoio.

No final das contas, a jornada para a mudança e a cura é uma jornada que devemos empreender juntos.

Encorajo você a buscar e cultivar essas conexões honestas e profundas.

Pegou a ideia?

Que possamos criar um espaço onde a verdade não seja apenas falada, mas vivida. Onde, em vez de esconder nossas falhas, as enfrentamos com coragem, sabendo que não estamos sozinhos.

É nesse espaço de vulnerabilidade e apoio mútuo que encontramos o caminho para uma vida mais plena e autêntica.

Promessa para os sábios e que conduzem pessoas à Justiça…

Eu gosto de, no começo do dia, escrever minha breve oração com 3 agradecimentos e 3 pedidos.

E aproveito para abrir o aplicativo da Bíblia que tenho no celular e ler o versículo do dia.

Nesta semana, num dos dias, abri e li este verso.

Os sábios brilharão intensamente como o esplendor do céu, e os que conduzem muitos à justiça resplandecerão como estrelas, para sempre.

Achei a promessa linda. Fiquei encantado. E me surpreendi ao ver que este texto está em ‭Daniel, capítulo 12, versículo 3.

Esta tradução que citei é da Bíblia NVT‬, a Nova Versão Transformadora, da editora Mundo Cristão. Recomendo esta tradução.

Eu já li o livro de Daniel. E li algumas vezes os últimos capítulos, em função dos textos proféticos. Mas nunca tinha reparado neste versículo.

Os sábios brilharão intensamente como o esplendor do céu, e os que conduzem muitos à justiça resplandecerão como estrelas, para sempre.

Quem são os sábios?

Os sábios, no contexto bíblico, são aqueles que buscam a Deus, que temem a Deus, que guardam os mandamentos de Deus.

Ou seja, os sábios não são aqueles que são sábios aos próprios olhos. Sábio não é quem acumula conhecimentos. Sábio é quem tem o temor do Senhor e busca, em suas ações, refletir o caráter do Pai, que está no Céu.

Os sábios são pessoas que buscam a sabedoria divina e a aplicam em suas vidas.

Mas a segunda parte do verso indica algo que também me encanta. O profeta Daniel diz que aqueles conduzem muitos à justiça resplandecerão como estrelas.

O que é conduzir à justiça?

Será que o verso está falando do nosso modelo de justiça? A nossa justiça geralmente é punitiva, restritiva e, para tentar garantir o mínimo de equilíbrio nas relações, funciona apenas como uma espécie de reação àquilo que já foi estragado, machucado.

Note… A Justiça do Trabalho só entra em ação quando alguém já sofreu prejuízos na empresa, deixou de receber seus direitos…

A Justiça Criminal só funciona para condenar quem já matou, roubou e deixar rastros de morte e perdas.

Mas a Justiça divina é diferente. Ela é ampla. E ela não é executada apenas por Deus.

A Justiça dos Céus acontece todas as vezes que os filhos de Deus fazem a diferença na vida de alguém.

Os que conduzem muitos à justiça são aqueles que guiam outras pessoas para o caminho do bem, que fazem tudo o que é possível para cuidar, para curar, para salvar…

Eles podem ser professores, líderes religiosos ou qualquer pessoa que tenha um impacto positivo na vida dos outros.

Quando ajudamos alguém a vencer o vício do alcoolismo, das drogas… Quando a gente impede que alguém seja tratado mal, quando a gente faz de tudo para que uma pessoa não seja rejeitada, excluída…

Quando a gente não discrimina, quando a gente acolhe… quando amamos, quando nos importamos e agimos para fazer a diferença na vida de alguém… estamos levando Justiça.

E para quem é sábio, para quem leva pessoas à Justiça, é para essas pessoas que a promessa profética foi feita.

Os sábios brilharão intensamente como o esplendor do céu…

Quem é sábio, segundo o coração de Deus, é luz do mundo, é sal da terra. Não passa despercebido. Por onde passa, deixa marcas do amor de Deus.

Quem pratica a Justiça, resplandece… Brilha!

É honrado pelo próprio Criador, porque Deus é justo. E se alegra em ver em nossas ações um pouquinho daquilo que Ele sonhou para este mundo antes da entrada do pecado.

Meu querido amigo, minha querida amiga, busque a sabedoria de Deus; busque fazer justiça, segundo a lógica dos Céus.

Não somos convidados pelo Senhor para sermos justiceiros. Somos convidados a refletir o amor que transforma, que não lança ninguém para fora.

Num mundo caótico, os sábios e os que levam pessoas a experimentar a Justiça dos céus representam um vislumbre da própria ordem celeste, são, hoje, verdadeiros representantes do reino do Deus.

Você quer isto pra você? Eu desejo isto pra mim.

Que nossa vida seja para a glória de Deus.

Como você lida com as preocupações?

Ei… Como você lida com as preocupações? Ou será que você é o tipo de pessoa que não se preocupa?

Eu invejo quem não se preocupa. Deve ser bom viver sem preocupações.

Prefere ouvir? Dê o play!

Mas confesso que também fico preocupado com quem não se preocupa (risos). Afinal, se uma pessoa não se preocupa, talvez ela também seja uma pessoa inconsequente, uma pessoa que age sem pensar no que pode acontecer depois.

A preocupação é uma reação humana diante de um cenário incerto.

E quase tudo na vida traz incertezas.

É fato que muitas que nos parecem naturais, não ocupam nossa mente, não nos causam preocupação – embora a gente não tenha garantia alguma que seguirão como parte da nossa rotina.

Acordar, levantar, comer alguma coisa, ir para o trabalho, ir para a escola… Quem tem visão, enxerga tudo direitinho, não deita preocupado se no dia seguinte estará vendo.

Essas coisas rotineiras, embora também possam ser interrompidas por alguma surpresa desagradável, geralmente não nos causam preocupação. A gente só se dá conta da importância delas quando algo acontece.

Eu lembro que, quando estava na cadeira de rodas, após um acidente de moto, me preocupava se voltaria a andar. Pela janela do apartamento, via as pessoas andando, correndo no bosque, e ficava pensando: será que vou conseguir voltar a andar?

Sigo sem correr e andando devagar, mas já não começo o dia pensando se vou conseguir ficar de pé e dar um passo após o outro.

Enfim…

A preocupação é uma reação normal de alguém que quer o bem para si e para as pessoas que ama, mas não sabe se terá o que precisa.

Entretanto, por mais que seja uma reação normal, a preocupação pode gerar ansiedade, medo, desespero.

O sábio Salomão, em Provérbios 12:25, diz: “A preocupação deprime a pessoa, mas uma palavra de incentivo a anima”.

Pois é… A preocupação deprime a pessoa.

Quando estamos preocupados, nos falta um sorriso. E se sorrimos, o sorriso é falso; é um sorriso amargo, cheio de dor, porque não é um sorriso espontâneo.

A preocupação rouba o sono… Preocupados, alguns comem demais; outros, não comem.

Por isso, o sábio diz: a preocupação deprime a pessoa.

Mas Salomão também diz: mas uma palavra de incentivo a anima.

E essa observação da sabedoria bíblica é preciosa; ela mostra o quando é importante estarmos próximos das pessoas.

Só recebe uma palavra de incentivo quem não está sozinho, quem não está isolado.

No isolamento, não existe ninguém que pode dizer: ei, vai passar!

Quando temos pessoas por perto, Deus pode falar conosco e nos incentivar por meio de outras pessoas.

É curioso que o próprio Cristo, no seu momento de maior angústia, Ele pediu que seus discípulos mais próximos estivessem junto dEle enquanto orava.

Ou seja, Jesus não queria ficar sozinho, mesmo estando diante do Pai em oração.

Jesus queria a companhia dos amigos, enquanto orava no Getsêmani.

Deus nos fez para dividirmos a nossa vida com outras pessoas.

Desde o princípio… Deus olhou para Adão e viu que não era bom que Adão continuasse sozinho. Mais do que dar uma esposa a Adão, Deus deu a ele uma companhia, alguém para estar ao lado dele.

Por isso, querido amigo/a, quero te dizer uma coisa: divida suas preocupações com pessoas confiáveis.

Existem dois benefícios diretos de contar com alguém nas suas preocupações. O primeiro deles é que, ao falarmos, deixamos extravasar parte do que sentimos.

O próprio fato de verbalizamos nossas preocupações permite que organizemos melhor as ideias e ouçamos a nós mesmos, percebendo inclusive possíveis contradições em nossos pensamentos. Porque nossa mente tem a capacidade de amplificar os problemas e quanto mais a gente pensa neles, maiores ficam.

Segundo benefício é que, ao falarmos com pessoas sábias, podemos receber delas a palavra de incentivo que necessitamos.

Pessoas sábias, quando não podem ajudar, ainda assim, oram por nós, oram conosco. E esse tipo de atitude traz alívio e nos fortalece na caminhada, nos ajuda a enfrentar as incertezas com esperança.

A batalha nossa de cada dia

A gente enfrenta, todos os dias, uma grande batalha. Uma batalha interna. Uma batalha que praticamente ninguém vê. Uma batalha silenciosa.

A gente enfrenta uma batalha entre a nossa natureza e a nova vida em Cristo.

Essa luta é angustiante… principalmente se você, de fato, deseja ser uma pessoa segundo o coração de Jesus.

Falo sobre isso neste vídeo.

Com Deus, não precisamos usar máscaras ou esconder nossas imperfeições

Navegar pelas águas turbulentas da vida pode ser uma jornada solitária e desafiadora. Frequentemente, nos deparamos com momentos em que sentimos que o mundo ao nosso redor não compreende ou aceita nossas fraquezas, limitações e dificuldades.

É fácil sentir-se desanimado e isolado, como se estivéssemos constantemente lutando contra uma correnteza implacável de expectativas e julgamentos.

Mas, há uma verdade reconfortante que muitas vezes esquecemos nos momentos de desespero: Deus não nos despreza por causa de nossas falhas.

Diferente do que podemos experimentar no dia a dia com os outros, Deus nos vê através de uma lente de amor incondicional e graça. Ele conhece cada aspecto de nosso ser — nossas lutas internas, nossos medos mais profundos e nossos desejos mais secretos — e, mesmo assim, escolhe nos aceitar completamente.

Esta aceitação divina não é baseada em nossas conquistas, no quanto somos bons ou no quão perto chegamos de atingir um ideal inatingível de perfeição. É uma aceitação inabalável, que não muda com as estações da vida ou com as tempestades que enfrentamos.

Com Deus, não precisamos usar máscaras ou esconder nossas imperfeições; Ele nos convida a vir como estamos, com todos os nossos defeitos e beleza, para encontrar refúgio e amor.

Lembre-se, quando o mundo parece virar as costas para você ou quando você se sente menos por não atender às expectativas alheias, há um amor maior e uma aceitação mais profunda esperando por você.

A mão de Deus está estendida em sua direção, não para julgar, mas para segurar a sua com compaixão e entendimento. Nosso caminho pode estar repleto de desafios, mas com Ele, nunca caminhamos sozinhos.

Então, da próxima vez que se sentir desamparado ou questionar o seu valor por causa das dificuldades que enfrenta, lembre-se: Todos nós temos fraquezas, limitações e dificuldades na vida. Mas Deus não nos despreza por causa delas. Em seus olhos, você é amado(a) exatamente como é, e isso é o que verdadeiramente importa.

Fale sozinho; o que aprendemos com o profeta Jeremias

Você conversa com você mesmo, com você mesma? Você é o tipo de pessoa que fala sozinha?

Este negócio parece loucura, mas, na verdade, trata-se de uma prática saudável; uma prática que ajuda a manter as emoções em equilíbrio.

O doutor Augusto Cury, um dos principais pesquisadores das emoções no Brasil, defende o diálogo com si mesmo/a como uma estratégia constante, necessária, para colocar nossas emoções no rumo certo.

E a conversa com si mesmo/a é particularmente necessária para colocar em xeque, para questionar aqueles pensamentos perturbadores, aquelas ideias negativas.

Não temos como impedir que alguns pensamentos surjam em nossa mente. Você não tem como impedir que uma lembrança ruim, a fala que feriu… Você não tem como impedir que essas memórias surjam quando menos você espera.

Mas, segundo o escritor Augusto Cury, quando isso acontece, devemos reposicionar esses pensamentos, questionando-os.

Se alguém tentou diminuir, você pode dizer pra você mesmo… Isso que fulano falou não me representa… E aí você pode falar palavras afirmativas, positivas e que sejam coerentes com quem você é.

Este processo faz parte da técnica desenvolvida pelo Augusto Cury chamada DCD – que envolve três movimentos mentais: duvidar, criticar e declarar.

E neste contexto, ele defende que as pessoas mentalmente mais saudáveis são justamente aquelas que praticam a técnica.

Por isso, falar consigo mesmo, falar sozinho/a com você, faz bem. Pode acreditar. Eu mesmo faço isso inúmeras vezes. Às vezes, não verbalizo em voz alta, mas faço em pensamento.

Às vezes, alguém pode me olhar e me ver balançando a cabeça, fazendo careta, sinalizando que “não”, com cara de quem está discordando… E estou mesmo: estou discordando dos pensamentos que talvez estejam ocorrendo naquele momento.

Enfim, faz bem falar consigo mesmo/a.

Mas sabe o que descobri?

O profeta Jeremias também fazia isso.

No livro de Lamentações, lemos:

Digo a mim mesmo: “O Senhor é minha porção; por isso, esperarei nEle”. Lamentações 3:24

Gente, isto é lindo!!

O que Jeremias está fazendo aqui? Está falando com ele mesmo.

E sabe por quê? Porque Jeremias quer afastar toda e qualquer dúvida que possa surgir em sua mente.

Jeremias está dizendo para ele mesmo: ei, fica calmo. O Senhor é minha porção; eu posso esperar nEle. Eu DEVO esperar no Senhor. Eu preciso esperar no Senhor. A situação pode não estar boa, mas o Senhor é a minha porção, o Senhor é tudo o que eu preciso. É Ele quem está no controle de tudo!

Esta é uma lição poderosa para nossos dias mais difíceis.

Às vezes, estamos nos sentindo fracos, e precisamos dizer para nós mesmos: fique tranquilo, respire fundo, espere no Senhor.

Jeremias não permite que a negatividade se instale em seu coração. Ele conversa com ele mesmo… E diz o mais importante para ele mesmo… Diz aquilo que precisa ser dito: o Senhor é tudo o que eu preciso.

Tudo pode faltar, mas se tenho o Senhor, nada me faz falta. Por isso, espero nEle.

Hoje, quero encorajar você, meu amigo, minha amiga, a conversar com você mesmo/a.

A psicologia já mostrou que o diálogo consigo mesmo faz bem para a saúde mental.

Mas eu vou além… Tendo como referência a conversa de Jeremias com ele mesmo, eu encorajo você a declarar continuamente: eu tenho o Senhor, e se tenho o Senhor, posso ficar em paz. Eu posso esperar nEle.

Eu não sei o que você está vivendo… Não sei pelo que está passando, mas fale com você mesmo, como fez Jeremias. Diga palavras de ânimo, palavras que sustentem sua fé. Não deixe a dúvida se instalar em seu coração.

Para que servem os nossos dons?

O apóstolo Pedro nos deixou um conselho precioso. Está em 1 Pedro 4:10. O texto diz:

“Deus concedeu um dom a cada um, e vocês devem usá-lo para servir uns aos outros, fazendo bom uso da múltipla e variada graça divina.”

Veja… O apóstolo Pedro diz que Deus concedeu um dom a cada um…

E aqui estão as duas primeiras lições: todos nós temos dons; e todo dom é dádiva do Senhor – é presente de Deus para nós.

Talvez você diga… Ah, Ronaldo, não tenho dom não.

Claro que tem. Talvez você ainda não tenha reconhecido qual o seu dom. Mas certamente você tem um ou mais dons.

Você tem facilidade para cozinhar? Talvez aí esteja o seu dom.

Você vive conversando com as vizinhas, fala com todo mundo, sabe de tudo o que está acontecendo no seu bairro? Talvez aí esteja o seu dom. Talvez você seja uma pessoa comunicativa, uma pessoa que ganha fácil a confiança dos outros…

Pode até ser que você não use o seu dom da melhor forma, mas certamente você tem um dom.

Os dons não são necessariamente habilidades extraordinárias. Tem gente que acha que ter dom é só gente como o grande compositor Beethoven.

Deus presenteou a todos com dons.

Mas aí vem outro ponto. O apóstolo Pedro disse que o dom que temos deve ser usado para servir.

Deus nos deu dons – não para nosso próprio benefício, mas para o bem comum. Os dons são para abençoar.

Cada um de nós tem algo a oferecer… E deve usar como parte do corpo de Cristo.

Todos temos um talento, uma habilidade, um conhecimento, uma experiência ou uma paixão. Esses dons são manifestações da graça de Deus em nossas vidas, e devemos usá-los com gratidão e generosidade.

Mas como podemos fazer isso na prática? Como podemos servir uns aos outros com os dons que Deus nos deu? Aqui vão algumas dicas:

  • Reconheça o seu dom. Peça a Deus que lhe mostre qual é o seu dom e como ele pode ser usado para a glória dele. Repare aí… O que você faz com certa facilidade? Algo que parece fácil pra você? Talvez este seja o seu dom.

Não se compare com os outros nem se menospreze. Lembre-se de que Deus lhe fez único e especial, e que ele tem um propósito para você.

  • Desenvolva o seu dom. Não se acomode nem se contente com o mínimo. Busque aperfeiçoar o seu dom, estudando, praticando, aprendendo com os outros e se desafiando. Não enterre o seu talento, mas invista nele para que ele renda frutos.
  • Compartilhe o seu dom. Não guarde o seu dom só para você nem use o seu dom para se exibir ou se orgulhar. Ofereça o seu dom ao serviço do reino de Deus e do próximo.

Não tem problema aplicar o seu dom, a sua habilidade, para ter sucesso profissional. Mas esta não pode ser a única razão do seu dom.

Dias atrás, eu lia o testemunho de um homem que era um grande chef de cozinha nos Estados Unidos. O restaurante dele era um dos melhores numa grande metrópole americana. Mas ele percebeu que todo o sucesso era vazio…

Então o que ele fez? Foi para a periferia, para os bairros mais pobres, e começou ali um curso com garotos e garotas, ensinando aquela molecadinha a cozinhar, preparando para um mercado de trabalho, que sempre tem demanda de mão de obra.

Isso é colocar o dom a serviço das outras pessoas.

Então, escuta o Ronaldo: procure oportunidades de usar o seu dom para abençoar, primeiro, as pessoas que estão ao seu redor… A sua família, seus amigos, colegas de trabalho, de faculdade… Seus vizinhos… na comunidade ou onde quer que Deus lhe enviar.

Seja um canal de bênção para as pessoas ao seu redor.

Querido amigo, querida amiga, Deus nos chamou para sermos seus cooperadores na obra da salvação. Ele nos capacitou com dons maravilhosos e nos confiou uma missão.

E a gente abençoa em todos os lugares. Não servimos a Deus e nossos dons não estão a serviço dos céus apenas quando estamos cantando ou pregando na igreja.

Por isso, não desperdicemos essa oportunidade, nem negligenciemos essa responsabilidade. Usemos os nossos dons para servir uns aos outros, fazendo bom uso da múltipla e variada graça divina.

Pegou a ideia?