O que fazer quando o casamento acaba e a pessoa não sabe por quê? 

Sabia que isso acontece?

O homem, ou a mulher, diz que não quer mais, pega as malas e vai embora… E não dá nenhuma satisfação.

Acontece.

Não é o mais comum, mas acontece.

E foi exatamente isso o que viveu um dos nossos amigos. Ele mandou recado dias atrás no meu Instagram.

Eu havia falado sobre divórcio. Havia comentado sobre as razões que levam pessoas à separação e nosso amigo disse:

Ronaldo, o que a gente faz quando a outra pessoa vai embora e nem dá uma explicação?

Ele me contou que o casamento terminou há mais de três anos. E até hoje não entende o que aconteceu.

Pior, por não saber o que aconteceu, ele sofre e não consegue seguir em frente. Ele parou no tempo e segue remoendo o fato.

Complicado, né?

Casamentos acabam todos os dias. E não existe divórcio feliz. Pode até ser que represente alívio para uma das partes… Ou que um dos cônjuges saia feliz da relação. Mas todo divórcio deixa marcas. E machuca pessoas.

Por isso, é importante que a pessoa só entre num casamento se estiver disposta a se doar, a renunciar, a amar quando não deseja amar.

Mas, infelizmente, por diferentes razões, pessoas desistem do casamento.

E nosso amigo não sabe por que a companheira decidiu deixá-lo.

Bom, então vamos refletir sobre algumas coisas.

Primeira, a gente já entendeu que o divórcio não faz bem. E nem é plano de Deus para nós. Porém, se a separação se torna necessária, ela deve ser o final de um processo que começou com a luta para salvar o relacionamento.

Segunda, uma separação nunca acontece sem um motivo. Ninguém abandona o marido, a esposa sem uma razão.

Algo estava acontecendo. Talvez a parceria ofendida não verbalizava. E falhou ao não tratar do problema. Falhou, ao não dialogar.

Mas quem é pego de surpresa com um pedido de divórcio também falhou. Não viu os sinais. Não viu que a outra pessoa não estava inteira na relação, que estava incomodada.

Quem não enxerga o distanciamento do outro também é responsável pelo fracasso da relação. Porém, talvez não seja responsável pelo que motivou o distanciamento da companheira, do companheiro.

Terceiro ponto, quem é pego de surpresa com um pedido de divórcio e não recebe explicações, vai ter dificuldade para seguir em frente.

E sabe por quê? Porque precisamos fechar ciclos. Nosso cérebro precisa disto. A gente quer entender. E enquanto não entende, aquilo fica incomodando. Esse incômodo causa sofrimento emocional.

E aqui entra o quarto ponto: a gente precisa fechar ciclos. Porém, não temos controle de tudo.

Se o parceiro ou a parceira vai embora e não dá explicações, restam três coisas a fazer.

Primeira, enfrentar o luto. Lidar com a perda. E enquanto lida com a perda, tentar avaliar os erros e acertos do relacionamento para não repeti-los.

Segunda, aceite que não há nada a fazer e, mesmo sem entender os motivos, admitir que não há explicação para tudo.

Este processo é muito difícil, mas necessário.

Por isso, a terceira dica: se não conseguir elaborar sozinho/a a ruptura e a falta de explicações, busque ajuda profissional.

Preste bem atenção: ninguém merece parar no tempo e deixar de viver em função de alguém que não teve o respeito sequer de dar as explicações necessárias.

Então busque ajuda e se reconstrua!

Desvendando o divórcio: Causas, estatísticas e conselhos para fortalecer seu relacionamento

Você já se perguntou o que realmente leva os casais ao divórcio?

Surpreendentemente, o dinheiro não é o principal culpado, como muitos imaginam. Hoje, vamos entender as verdadeiras razões por trás dos términos de relacionamentos.

Dados recentes do CDC dos Estados Unidos mostram um aumento nos divórcios, com quase 690.000 casos em 2021, um salto significativo em relação a 2020.

Uma pesquisa da Forbes Advisor destaca os principais motivos de discórdia entre casais – e que resulta em separações:

Carreira (46%)
Diferenças na criação dos filhos (43%)
Distribuição das tarefas domésticas (43%)
Relações familiares (39%)
Amizades (35%)
Questões financeiras (28%)
Problemas de saúde (9%)

Interessante notar que quase metade dos entrevistados apontou a carreira como o maior ponto de conflito, seguido de perto pelas diferenças na parentalidade.

Outra pesquisa que acessei sobre causas do divórcio (realizada pela Associação Espanhola de Advogados de Família) identifica outras razões para o fim dos casamentos: o desgaste emocional, problemas de comunicação, infidelidade, desafios econômicos e diferenças na educação dos filhos.

Essas informações são cruciais para entendermos como o divórcio afeta inúmeras vidas pelo mundo e para ajudar casais a tomarem decisões mais conscientes em seus relacionamentos.

Dicas para fortalecer seu relacionamento:

Comunicação Aberta: Mantenha as linhas de comunicação abertas e honestas. Falar sobre sentimentos, expectativas e frustrações é essencial.

Equilíbrio Trabalho-Vida: Procure um equilíbrio saudável entre sua carreira e sua vida pessoal.

Educação dos Filhos: Discuta e alinhe as abordagens de parentalidade. Respeite as diferenças e encontre um terreno comum.

Gestão Financeira Conjunta: Seja transparente e cooperativo nas questões financeiras.

Tempo de Qualidade Juntos: Dedique tempo para fortalecer o vínculo afetivo, compartilhando experiências e criando memórias positivas.

Lembrando que cada relacionamento é único, e o mais importante é encontrar o que funciona melhor para você e seu parceiro. Cultivar um relacionamento saudável e duradouro é uma jornada contínua, repleta de aprendizado, compreensão e, acima de tudo, amor.

Por que tantos casamentos acabam em divórcio?

Você já se perguntou por que tantos casamentos acabam em divórcio? Muitas vezes, a resposta está na falta de cuidado com o amor.

O escritor Augusto Cury diz que quem acha que o amor dura para sempre e não se preocupa em cultivá-lo poderá se assustar quando seu parceiro perder o encanto e pedir o divórcio.

Será que você está cometendo esse erro?

Deixa eu te dizer uma coisa… A gente comete este erro sem querer cometê-lo. Às vezes, estamos tão ocupados, preocupados com tantos problemas… E aí a gente até sabe o que precisa fazer, mas não faz.

E não faz não por má vontade, por falta de interesse. Não faz porque a rotina toma todos os espaços da nossa vida e a gente acha que dá pra deixar pra depois.

Às vezes, a gente pensa: poxa, preciso tirar um tempinho toda semana pra dar uma saidinha com minha esposa. Mas aí vem os compromissos, a gente sempre chega cansado em casa e pensa: vou fazer isto na próxima semana.

Acontece que a próxima semana chega e nela encontramos os mesmos problemas de sempre: seguimos sem tempo e seguimos cansados.

E, detalhe: talvez seja só comigo, mas eu confesso que a cada semana parece que estou mais cansado. Acontece isso aí com você?

Gente, o amor é como uma plantinha que precisa de água, luz e adubo para crescer e florescer. Se você deixar de regar, de iluminar e de nutrir o seu amor, ele vai murchar e morrer.

A gente precisa cultivar o amor todos os dias, com gestos de carinho, respeito, admiração e gratidão. Esses são os ingredientes que mantêm o encanto e a paixão vivos.

Mas como fazer isso na prática? Como demonstrar ao seu parceiro que você ainda o ama e valoriza? Aqui vão algumas sugestões:

Elogie o seu parceiro sempre que possível. Reconheça as suas qualidades, os seus esforços, as suas conquistas. Mostre que você se orgulha de estar ao lado dele.

Surpreenda o seu parceiro com pequenos mimos. Pode ser um bilhete, uma flor, um chocolate, um abraço, um beijo. O importante é mostrar que você pensa nele e quer agradá-lo.

Reserve um tempo para conversar com o seu parceiro. Não é pra conversar sobre problemas. É importante discutir as dificuldades. Mas estou falando aqui de conversar… Conversar qualquer coisa. Às vezes, chego em casa e dona Rute está ansiosa. Ela quer contar as fofocas do trabalho, coisas que dizem respeito às pacientes dela… É isso, gente, conversar!

Outra coisa boa para valorizar o relacionamento… Faça coisas novas com o seu parceiro. Saia da rotina, explore novos lugares, experimente novas atividades, aprenda novas habilidades. Não precisa ser perfeito. É pra se divertir junto e criar novas memórias.

Cuide da sua aparência e da sua saúde. Não se descuide do seu corpo, da sua mente, da sua alma. Mantenha-se bem – cheiroso(a); alimente-se bem, durma bem, relaxe… Seja uma pessoa feliz e atraente.

Mais uma sugestão: seja menos implicante. Se você convive todos os dias com uma pessoa e todos os dias ela implica com tudo, isso vai cansando, desgastando. Tem coisas que, de fato, são importantes para manter a casa organizada, honrar os compromissos… Mas avalie se você não está exagerando com coisas pequenas.

Essas são apenas algumas ideias de como você pode cultivar e valorizar o seu casamento.

Lembre-se: o amor é uma escolha diária. Você precisa decidir todos os dias amar o seu parceiro e fazer dele a sua prioridade. Só assim você poderá evitar o divórcio e ter um casamento feliz e duradouro.

Três perguntas para se fazer antes de casar. PODCAST

O pesquisador americano Karl Pillemer, após ouvir dezenas de casais que estão juntos há várias décadas, listou alguns conselhos sobre o amor. O estudo dele resultou num livro, porém três aspectos aparecem em destaque. Digamos que são três chaves que podem ajudar quem deseja encontrar a pessoa certa… Não apenas alguém para passar um tempo, mas uma pessoa que permita uma convivência fácil ao longo da vida.

Clique e ouça!

Dê o play para ouvir!

Cuidando do relacionamento todos os dias

Ouça o podcast! Dê o play!

Você já parou para pensar na complexidade que é um relacionamento? Já percebeu que é como uma dança delicada onde duas pessoas tentam sincronizar seus passos para criar movimentos harmoniosos?

Nenhum relacionamento é fácil. Sim, são duas pessoas diferentes tentando fazer funcionar a vida a dois. A poetisa Maya Angelou tem uma frase que traduz perfeitamente a busca constante por fazer dar certo. Ela disse, “No amor, não há perfeição, apenas aprendizado.” E esse aprendizado é uma jornada constante, que requer ajustes e concessões diárias.

E por que essas concessões são necessárias? Porque somos diferentes. Temos nossas próprias opiniões, formas de enxergar a vida, preferências, e todos esses fatores moldam o funcionamento de uma casa, de um relacionamento.

Um gosta de acordar cedo o outro prefere acordar tarde. Um quer a casa quietinha, com poucas visitas; a outra pessoa ama a casa cheia, gente entrando e saindo…

Essas pequenas diferenças, por vezes, são fonte de estresse, trazendo tensão para a vida a dois. Sim, amigos e amigas, o relacionamento tem potencial de estar sob constante estresse.

Como disse o escritor Nicholas Sparks em um de seus romances, “As pessoas não são perfeitas… muito menos no casamento”.

E sabe de uma coisa? Reconhecer que todos os dias são dias favoráveis para o relacionamento desandar é fundamental para preservá-lo.

Essa percepção é essencial para entendermos que a vida a dois é potencialmente estressante. Se você não tiver consciência de que a qualquer hora um novo conflito pode começar, você deixará de investir no cuidado do relacionamento.

Então isso significa que não vale a pena viver a dois? Claro que vale! O relacionamento é cheio de possibilidades para crescimento e evolução conjunta.

O filósofo Alain de Botton disse: “O amor é algo que temos que aprender, e carregamos ansiedades e confusões conosco desde o passado”. Ou seja, a nossa história pode colocar tudo a perder. Por isso, para dar certo, é preciso aprender todos os dias a se relacionar com o parceiro/a.

E essa aprendizagem inclui como lidar com o estresse no dia a dia do casamento.

Então, como podemos aliviar esse estresse no relacionamento?

Primeiro, a comunicação é essencial. Um diálogo aberto e respeitoso permite que ambas as partes expressem suas necessidades, desejos e preocupações.

Segundo, praticar a empatia. Entender que seu parceiro é diferente de você, vê o mundo e o próprio relacionamento de forma diferente de você e também se estressa por coisas que talvez não estresse você. Ter empatia pelas lutas dele/a pode ajudar a aliviar a tensão.

Terceiro, cultivar momentos de lazer juntos. Atividades que vocês gostam podem ser uma válvula de escape para o estresse. Tudo o que ajuda a sair da rotina traz alívio e renova os vínculos.

Quarto, buscar apoio externo quando necessário. Um conselheiro matrimonial ou terapeuta pode proporcionar ferramentas úteis para lidar com o estresse em um relacionamento.

E por fim, lembrar que o amor não é apenas um sentimento, mas um ato de vontade. Isso significa optar por amar e cuidar do outro, mesmo diante dos momentos mais estressantes. Como afirmou o renomado autor de “As 5 linguagens do amor”, Gary Chapman: “O amor é uma escolha que você faz todos os dias”.

É essa escolha, esse ato voluntário, que alimenta a chama de um relacionamento, permitindo que ele supere as adversidades e cresça apesar das tensões.

As indiretas no relacionamento: entenda por que não tem como funcionar

Você costuma dar indiretas? Você quer falar alguma coisa, mas não fala diretamente… Não diz com todas as palavras…

Você faz isso?

As indiretas até são um recurso de comunicação em alguns casos. Mas será que funciona no relacionamento?

Gente, nos relacionamentos amorosos, as indiretas quase sempre dão errado. Entenda por quê!

Assista o vídeo!

Votos de casamento devem ser uma promessa futura

Votos de casamento não são uma declaração de amor presente; votos de casamento são uma promessa de amor futuro.

Votos de casamento envolvem compromisso mútuo. Mas representam essencialmente uma declaração de luta contínua por fazer dar certo o relacionamento.

Quem casa, geralmente se casa pensando no momento presente. A pessoa está apaixonada; acha que encontrou alguém legal, um companheiro/a e, por identificar coisas boas na outra pessoa, decide dar um passo mais sério e se casa.

Acontece que pouca gente vislumbra que, ao se casar, não terá aquele mesmo homem/mulher por toda a vida. Você se casa com uma pessoa, mas aquela pessoa será outra, depois outra, e outra ao longo da vida. Mudamos; tornamo-nos pessoas diferentes.

Tempos atrás, li um texto em que o autor dizia: ao longo da vida, minha mulher viveu com pelo menos cinco homens diferentes durante o nosso casamento; e esses cinco homens sempre eram eu.

Por isso, votos de casamento não podem ser apenas uma declaração de amor presente; votos de casamento devem vislumbrar o futuro e representar um forte compromisso para resistir a todas as mudanças que virão. E para seguir amando a outra pessoa, mesmo com tudo que ainda vai acontecer.

A mitologia grega traz um episódio envolvendo o herói Ulisses que nos ensina uma lição poderosa sobre permanecer fiel à esposa em qualquer circunstância.

A literatura revela que, quando Ulisses estava a caminho da ilha das Sereias, o herói sabia que enlouqueceria (e cederia à tentação) ao ouvir a voz das sereias que ficavam sobre as rochas.

Ninguém que passava pela ilha das Sereias resistia ao canto delas. O canto tinha o poder de colocar os homens num estado de transe; perderiam a razão, a capacidade de comandar os próprios pensamentos e atitudes. E não havia como Ulisses e seus homens voltarem para casa sem passar pela ilha.

Estaria o casamento de Ulisses condenado? Não, o compromisso dele com Penélope era mais importante do que qualquer outra coisa.

Ulisses sabia que a insanidade provocada pelo canto das sereias seria temporária; duraria até ele sair do alcance da voz das sereias. Enquanto estivesse temporariamente fora de si, aquele guerreiro não queria fazer alguma coisa que pudesse ter consequências negativas permanentes na vida dele e da esposa.

Por isso, ele tomou uma atitude preventiva. Ulisses teve a ideia de colocar cera nas orelhas de seus marinheiros; ele também se amarrou ao mastro do navio e ordenou à tripulação que mantivesse seu curso de navegação, mesmo que ele gritasse e tentasse fugir do mastro para ir ao encontro das sereias.

A estratégia funcionou. Ulisses e a tripulação foram bem-sucedidos. Eles não foram seduzidos pelas sereias e seguiram viagem.

Ulisses faz parte da mitologia grega. A história dele chegou até nós por meio da literatura, mas o episódio ilustra a importância de, no casamento, estarmos preparados para o futuro do relacionamento.

Existem altos e baixos. Embora isso pareça clichê, é a verdade a respeito da vida. Quando a gente se casa, quase sempre se casa com a ilusão de que os problemas só acontecem com os outros.

A gente acha que nosso casamento nunca vai entrar em crise. Porém, a crise chega. E quando chega, apenas as pessoas que estiverem comprometidas com um voto de relacionamento a qualquer prova, apenas essas pessoas vão dar conta de superar a crise.

O pastor Timothy Keller, no livro “O significado do casamento”, cita estudos longitudinais que revelam algo que parece surpreendente.

Escute só: dois terços dos casamentos infelizes hoje se tornarão uniões felizes depois de cinco anos se os cônjuges persistirem, não se divorciando.

Consegue acreditar nisso?

De cada três casamentos infelizes hoje, dois estarão muito bem daqui a cinco anos – se houver disposição do casal que trabalhar pela restauração do casamento.

E, olha, posso garantir pra você: esta estatística é realidade também no meu relacionamento. Se em algum crise que eu e dona Rute vivemos, se tivéssemos nos separado, eu não poderia estar falando com você hoje sobre nós.

Então, esteja comprometido todos os dias em permanecer fiel ao seu voto de “até que a morte os separe” para sua parceira, para seu parceiro.

O compromisso de fazer dar certo é que não nos deixa abandonar a pessoa amada quando a crise chega.

Imagem de Pixabay

Egoísmo no relacionamento

Prefere ouvir? Dê o play!

Frequentemente, os relacionamentos fracassam em virtude do egoísmo. Somos egoístas. Queremos que o outro nos respeite, nos atenda, nos faça feliz.

Queremos que a outra pessoa seja bondosa, generosa e não nos dê trabalho.

E sabe quando isso começa a se revelar? Quando a gente decide se casar.

Pense comigo, o que leva duas pessoas decidirem se casar?

Na cultura ocidental de hoje, quase sempre, a pessoa “decide se casar porque se sente atraído por outra pessoa. Acredita que ela é maravilhosa”; acha que ela vai atender todos os desejos e vontades. Aí vai lá e casa – acha que vai viver no paraíso, que a outra pessoa vai fazê-la feliz.

Isso é tão comum que tem gente que faz planos sobre como será seu casamento sem sequer consultar a outra pessoa para saber o que ela pensa.

Acontece que, como lembra o pastor e escritor Timothy Keller, “passado um ano ou dois [do casamento], ou mesmo um mês ou dois, três coisas costumam acontecer”:

Primeiro, você começa a descobrir o quão egoísta é aquela pessoa que parecia maravilhosa. Segundo, você descobre que a pessoa maravilhosa está passando por uma experiência parecida; o parceiro/a começa a lhe dizer que você é egoísta, que só pensa em você.

Por fim, você até reconhece que em parte você realmente é egoísta, mas chega à conclusão de que o egoísmo de seu cônjuge é mais problemático do que o seu. E o problema é que o outro não entende seus motivos.

Não é bem assim?

Trata-se de uma ocorrência comum, especialmente se você acha que teve uma vida difícil e sofreu muito. Você pensa com seus botões: “Concordo que não devo agir dessa maneira, mas você não me entende”.

De certo modo, a gente acha uma justificativa para agir do jeito que agimos. E o outro precisa entender e acolher.

Nossa bagagem de sofrimento nos faz minimizar a gravidade do nosso próprio egocentrismo.

Lamentavelmente, “muitos casais chegam a esse ponto num período relativamente curto”. Em poucos meses, já estão em crise. O egoísmo emerge e o relacionamento afunda.

O que fazer quando isso acontece?

Há pelo menos dois caminhos a seguir. Primeiro, você pode concluir que sua bagagem de sofrimento é mais fundamental que seu egocentrismo e decidir que, se seu cônjuge não entender seus problemas e não cuidar de você, a relação não vai dar certo.

Essa é sempre uma escolha desastrosa; vai agredir o amor próprio da outra pessoa e não te fará feliz.

Além disso, provavelmente, seu parceiro/a não talvez não aceite preencher todas as suas carências, especialmente se ele estiver pensando a mesma coisa a respeito de você!

E ai o que acontece na sequência é um distanciamento emocional que pode até resultar numa melhora nas relações diplomáticas ou numa espécie de cessar-fogo depois de demoradas negociações.

Porém, o problema seguirá ali. A insatisfação seguirá incomodando e o relacionamento será infeliz.

Como então resolver o problema?

Aqui está o segundo caminho, o melhor deles: a alternativa para esse casamento é tomar a decisão de considerar seu próprio egoísmo um problema fundamental e tratá-lo de modo mais sério do que trata o egoísmo de seu cônjuge.

Por quê? Porque só você tem completo acesso a seu egoísmo e só você é inteiramente responsável por ele. Cada cônjuge deve levar a Bíblia a sério e assumir o compromisso de “entregar-se a si mesmo”. Deve parar de inventar desculpas para o egoísmo e começar a arrancá-lo pela raiz à medida que o egoísmo é revelado nas práticas diárias de convivência.

Ei, escute o Ronaldo: se cada um dos cônjuges disser: “vou tratar do meu egocentrismo como o principal problema do casamento”, o casal tem a perspectiva de um relacionamento feliz.

Imagem de Pexels por Pixabay

Relacionamentos possessivos ou cuidadosos?

Quem é você no relacionamento? Como você age com a pessoa amada?

Dias atrás, recebi a sugestão de uma ouvinte (dos podcasts e rádio Novo Tempo) para falar sobre a diferença entre ser possessivo e ser cuidadoso.

O que você acha: tem diferença?

Tenho a impressão que quase toda pessoa possessiva arruma a desculpa de que é apenas cuidadosa. Será que estou errado?

Relacionamentos são complexos, porque pessoas são complexas. Cada pessoa tem seu jeito de ser e, frequentemente, carrega uma história que tem efeitos sobre as práticas cotidianas.

Alguém que, por exemplo, sofreu uma traição no passado pode ter muito mais dificuldade para confiar num novo parceiro/a. Alguém que sofreu algum tipo de abuso vai ter mais dificuldade para ter intimidade sexual.

Nossas histórias significam em nossas práticas. E o relacionamento é profundamente afetado por tudo o que já vivemos.

Por isso algumas pessoas desenvolvem comportamentos bem pouco produtivos na vida a dois.

E ser possessivo ou cuidadoso, como questiona a ouvinte, também é reflexo de uma história de vida. Reconhecer isso é importante para que a avaliação não seja sobre caráter, mas lembre que se trata de um traço de personalidade que pode ter sido desenvolvido como resultado de memórias ou traumas.

Entretanto, ser possessivo ou cuidadoso não são aspectos positivos no relacionamento.

Quando a ouvinte me mandou recado, ela disse:

Professor, meu companheiro me acusa de ser possessiva, mas eu sou apenas cuidadosa. Procuro ajudá-lo, busco lembrá-lo das coisas, tento impedi-lo de fazer alguma bobagem…

Ela citou uma série de características e, após ouvi-las, pude concluir que, de fato, essa mulher não é necessariamente possessiva.

Um parceiro possessivo é aquele/a que tenta controlar a vida da outra pessoa. Geralmente é extremamente ciumento, não respeita a privacidade e, quando contrariado, costumo reagir de forma bastante raivosa. Um parceiro/a possessivo anula o outro, rouba a sua identidade e, aos poucos, destrói a autoestima da pessoa que ele/a diz amar.

Se você vive com uma pessoa possessiva, busque ajuda urgente! Seu relacionamento está condenado e você se tornará apenas um vislumbre do ser humano que você poderia ser.

Porém, o parceiro que se diz cuidadoso/a, na prática, tem traços de possessão. E acaba por acaba por ocupar uma espécie de papel maternal e ou paternal no relacionamento. Noutras palavras, o homem ou a mulher que se colocam como cuidadosos estão agindo como pai ou mãe da outra pessoa.

Sabe aquela coisa de: “olha, não esquece de levar a blusa!”, “ei, não é legal ser amiga da fulana”?, “não esquece de passar na sua mãe hoje”, “já marcou o seu dentista?”, “eu acho que seu chefe está te explorando, você devia reclamar”…

Quando isso acontece como uma atenção mútua e de forma esporádica, pode até normal. Porém, se a pessoa faz isso com tudo e em todo o tempo, algo está errado.

Tem gente que toma conta da alimentação, da agenda… Tem gente que define a vida do outro… Algumas mulheres decidem o dia o futebol do homem… Alguns homens deliberam até quem é o ginecologista da esposa.

É fato que algumas pessoas até gostam disso; se acomodam e permitem que o parceiro/a guie suas vidas. Acabam aceitando que o marido ou a esposa sejam uma espécie de substituto de seus pais.

Porém, isso não é nada saudável para o relacionamento.

Primeiro, porque impede o exercício da autonomia. E ser adulto implica em ser autônomo, em saber o que quer, o que gosta…

Uma pessoa que não exerce a autonomia no relacionamento, muitas vezes, se torna passiva também no trabalho e noutras atividades.

Segundo, porque o relacionamento perde o equilíbrio. Um relacionamento em que uma das partes exerce um papel paternal ou maternal pode levar o outro a se acomodar. A pessoa acaba se sentindo desobrigada de assumir as responsabilidades. E aí, na dinâmica da casa, pode acabar sobrando tudo para apenas uma pessoa.

Terceiro, porque se este cuidado não é bem-vindo, a pessoa que é vítima do cuidado se sente desrespeitada. O cuidado soa como invasivo. E isso causa conflitos constantes e o aparecimento de sentimentos negativos em relação ao outro.

Quarto, os filhos são prejudicados. Uma educação saudável depende de boas referências. Se não tem equilíbrio entre pai e mãe, os filhos terão uma imagem enviesada do que é um relacionamento – e poderão reproduzir os mesmos problemas na vida adulta ou até podem tentar evitar um compromisso como o casamento.

Portanto, entenda: se você tem cuidado de tudo para a outra pessoa, ligue o alerta.

Se a pessoa reclama, está na hora de um diálogo muito sincero para estabelecer limites nesta relação.

Se a outra pessoa não reclama, avalie, com sinceridade, se você não está agindo como mãe ou pai da sua parceira/o.

Pelo bem do seu relacionamento, reavalie suas práticas e repense o que você acha que é um cuidado normal. Mudar pode fazer vocês dois mais felizes.

Imagem de Юрий Урбан por Pixabay

Chantagem no casamento

O que fazer quando o parceiro diz que vai se mudar para outro país? Acompanha e deixa tudo para trás? Abandona o relacionamento?

Esta situação foi apresentada por uma de nossas ouvintes. Ela está diante de um dilema. Quer preservar o relacionamento, quer seguir a orientação bíblica de priorizar o casamento, mas, na prática, se sente ameaçada, manipulada.

No relato que recebi, a ouvinte conta que o marido não faz nenhuma questão de continuar com ela. O marido disse que não tem interesse no casamento e, caso ela queira ficar com ele, terá que acompanhá-lo. Ele inclusive já está providenciando passagem e tudo o que precisa para ir para a Europa.

A atitude dele foi inesperada. Ela está sem chão. Não gostaria de ir. Nunca pensou deixar o país dela e tampouco ficar longe da família.

Confesso que, quando li o relato dela, fiquei muito incomodado. Eu já vivi muita coisa e fiz escolhas erradas na vida. Isso me ensinou que a gente não tem o direito de fazer escolhas atropelando as pessoas que estão conosco. Não é ético. Não é moral. Trata-se de um desrespeito.

Diante do cenário, pensei algumas coisas sobre o casamento que quero compartilhar com você!

Primeira, esteja comprometido com o seu relacionamento, mas exija ser respeitado/a. Para quem é casado, não existe nada mais importante do que o seu casamento. Mas o seu parceiro/a têm o dever de te respeitar.

Segunda, respeitar, no relacionamento, também significa dialogar. Qualquer pessoa pode ter um plano pessoal de comprar um carro, um celular, mudar de cidade ou pais. Mas, quando se é casado, isso precisa ser conversado. Nada pode ser decidido sem diálogo.

Eu sempre digo às pessoas solteiras: descubram os sonhos de seus futuros parceiros/as e façam os seus combinados. Dias atrás, brinquei com uma aluna: ei, você quer ser jornalista em Brasilia? Se tiver uma chance, você vai querer arrumar as malas e ir para a capital do pais? Então fale com o namorado sobre isso.

Sabe por quê? Se casar e uma oportunidade dessa aparecer, ele vai te acompanhar? E se ele sempre sonhou permanecer na cidade onde moram?

Mas é evidente que ao longo da vida muita coisa acontece. Às vezes, o que não era plano ontem, pode se tornar um sonho hoje.

E aí entra a necessidade do diálogo. No diálogo, tudo se discute, tudo se negocia.

Terceiro ponto, no casamento, não há espaço para o egoísmo. Se a pessoa só olha para o próprio umbigo, o relacionamento está condenado. Por isso, tudo precisa ser negociado. Às vezes, um terá que abrir mão e negar a si mesmo por um valor maior: o casamento. Porém, entenda, se só uma pessoa está cedendo, esse relacionamento se tornou abusivo.

Quarto, a chantagem nunca pode ser utilizada no casamento. É fato que, às vezes, a gente quer muito alguma coisa. Mas se alguém diz para o parceiro/a “ah… se você quer ficar comigo, vai ter fazer isso”, essa pessoa ainda não entendeu nada sobre amor, relacionamento e respeito.

Chantagem é instrumento do diabo. Quando você diz para o outro: “eu quero isso e, se você não quiser, tô indo embora”, o que está fazendo é chantagem. E, na chantagem, não existe amor. Na chantagem, existe apenas egoísmo, manipulação, desrespeito.

Portanto, escute o Ronaldo: quando a gente se casa, o casamento é prioridade. A gente luta (junto) pela preservação do relacionamento. Mas essa é luta que se faz a dois, com a ajuda de Deus e tendo como base a Palavra do Senhor, já que esta é uma instituição dada pelo próprio Criador.

No casamento, não há espaço para o “eu quero”, para o “eu vou”… No casamento, é “nós queremos”, “nós vamos”, nós fazemos… Dois se tornam um. E este milagre acontece todos os dias, quando há a humildade de praticar o amor.

Imagem de RENE RAUSCHENBERGER por Pixabay