Confesso a você que tenho dificuldade para responder esta pergunta. Ela foi enviada por um dos nossos ouvintes.
E tenho dificuldade para responder porque se trata da imagem que a pessoa tem de si mesma.
A escritora e pesquisadora Carol Dweck, no livro “Mindset” – um livro que se tornou moda entre palestrantes, youtubers e, frequentemente é citado em podcasts – ressalta o seguinte:
“A opinião que você adota a respeito de si mesmo afeta profundamente a maneira pela qual você leva sua vida. Ela pode decidir se você se tornará a pessoa que deseja ser e se realizará aquilo que é importante para você.”
Esta citação aparece no comecinho de uma de minhas aulas sobre “Mentalidade Criativa e Empreendedora”, na universidade.
O que a autora diz, em resumo, é o seguinte: primeiro, possuímos um conjunto de crenças pessoais. E entre as crenças que possuímos, existem algumas que dizem respeito a nós mesmos. Ou seja, são ideias que possuímos a nosso respeito.
Eu tenho uma imagem de mim mesmo. Você tem uma imagem a seu respeito.
E esta imagem – ou opinião, como ela prefere dizer -, afeta nossas ações. As nossas atitudes são respostas da opinião que temos a nosso respeito.
Por exemplo, se você acredita que é capaz de aprender a pintar, você vai buscar as técnicas adequadas, vai se esforçar, vai dar o seu melhor e vai aprender a pintar. Por outro lado, se você acha que pintura não é algo pra você, você vai ficar exatamente no lugar onde – não vai aprender nada e nunca vai pintar nada.
Noutras palavras, agimos a partir da opinião que temos a nosso respeito.
Tem rapaz que perde a chance de namorar com a moça que ele tanto gosta porque olha pra si e pensa: ah… ela não vai gostar de mim, ela vai dizer não pra mim.
E por ter essa opinião, não age. Por não falar com a moça, perde a chance de, quem sabe, conquistá-la.
Quanta gente passa a vida sonhando em abrir o próprio negócio e, por ter a opinião de quem não vai ter sucesso, que vai fracassar, nunca começa?
Por isso, a pesquisadora Carol Dweck, conclui que, a opinião que você tem a respeito de si mesmo, pode decidir se você se tornará a pessoa que deseja ser e se realizará aquilo que é importante para você.
É justamente por isso que não é fácil responder a pergunta do ouvinte: o que fazer quando não acreditamos em nós mesmos?
A pergunta do ouvinte está no campo das crenças, da opinião que ele tem de si mesmo.
Ele me disse o seguinte:
Não tenho conseguido vencer a mim mesmo, no sentido de acreditar em mim mesmo!
E aí ele me fez um relato específico do que ele vive na igreja. Ele escreveu:
Meu pastor até me dá oportunidades na igreja e já disse que estou pronto; eu até monto uma msg mas na hora de aplicar ou explicar para igreja eu travo e não consigo passar do jeito que coloquei no papel! Pode me ajudar?
Onde está o problema do nosso ouvinte? Na opinião que ele tem a respeito de si mesmo. Ele precisa acreditar que é capaz.
Então, pra quem vive situação semelhante, vou deixar algumas dicas rápidas.
Primeira, use a técnica DCD do escritor e psiquiatra Augusto Cury. Coloque em dúvida a opinião que você tem a respeito de si mesmo, critique essa ideia e declare que você é capaz.
Ou seja, comece um processo de diálogo interior; você vai confrontar este medo, vai criticar as ideias que você tem de si mesmo. Por que você trava? O que te faz pensar que não é capaz?
Segundo, a partir das respostas que encontrar, mostre para você mesmo que essas ideias não fazem sentido.
Um exemplo: se você acha que pregar é difícil por causa das pessoas que estarão ali assistindo, afirme para si mesmo – eu me preparei, eu organizei as ideias e, se eu errar, o que vai acontecer? Vou ser apedrejado? Não. Algumas pessoas podem rir de mim? Podem. Mas e daí, o que eu perco com isso?
Por fim, lembre-se que toda a primeira vez é ruim. Às vezes, desastrosa. Só ficamos habilidosos com o tempo, com a repetição. Porém, sem a primeira vez, não tem segunda, terceira…
Então aceite o desastre. Ria de si mesmo, se der errado. E faça de novo, sabendo que o pior já passou.
Geralmente, travamos diante de situações que são novas, porque não acreditamos em nossa capacidade e também em função do medo do que os outros vão pensar. Porém, com toda sinceridade, todo mundo está ocupado demais com seus problemas.
As pessoas podem rir de nós, falar a nosso respeito, mas só somos alvos dos outros quando estamos nos movimentando, quando estamos tentando fazer a diferença.
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