Mentalidade de crescimento no relacionamento

Por que alguns relacionamentos desabam diante das primeiras tempestades, enquanto outros se mantêm firmes apesar dos desafios?

Qual o segredo?

Será que o segredo para um relacionamento duradouro se esconde na maneira como reagimos aos percalços da vida? E, mais importante, podemos nós, como indivíduos e casais, aprender e crescer a partir dessas experiências?

Estas perguntas nos levam a refletir sobre a importância do tipo de mentalidade que temos.

Quando falo do tipo de mentalidade, estou falando do conjunto de crenças que possuímos a nosso respeito, mas também sobre nossa parceira/o e a respeito do nosso relacionamento.

A mentalidade que adotamos em nossa vida amorosa condiciona a qualidade da relação.

A escritora e pesquisadora americana Carol Dweck, em seu livro “Mindset“, nos apresenta dois tipos de mentalidades: a fixa e a de crescimento.

Ela nos mostra como essas mentalidades impactam não apenas nosso desenvolvimento pessoal, mas também a forma como nos relacionamos com a pessoa que amamos.

Gente com mentalidade fixa é gente que acredita que, para o relacionamento funcionar, deve haver uma compatibilidade inata entre os parceiros. Ou seja, a pessoa alimenta a ideia de que, se falta compatibilidade, não há nada para fazer.

Por outro lado, gente com mentalidade de crescimento vê os desafios como oportunidades para fortalecer e aprofundar seus vínculos amorosos.

A diferença entre essas duas mentalidades torna-se mais evidente quando enfrentamos conflitos.

Uma pessoa que acredita que o esforço é um desperdício no relacionamento é uma pessoa que está plantando sementes de destruição no casamento.

Aaron Beck, renomado psiquiatra, diz que uma das crenças mais destrutivas de uma relação é esta: “Se é preciso que façamos esforço, deve haver algo seriamente errado em nosso relacionamento”. Essa crença é destrutiva.

Gente, não funciona assim não.

Quem pensa desse jeito ignora a realidade de que todos os relacionamentos, mesmo os mais felizes, demandam trabalho, comprometimento e a superação de diferenças inevitáveis.

John Gottman, talvez o maior pesquisador de relacionamentos no mundo, diz: “Todos os casamentos exigem um esforço para se manter nos trilhos; há uma tensão constante […] entre as forças que unem e as que podem separar”.

Gente que acredita numa compatibilidade inata, que a boa dinâmica da relação (se for para acontecer) acontece naturalmente, gente que pensa assim geralmente também acredita que os parceiros devem ser capazes de ler a mente um do outro. É gente que acredita que, se deseja uma coisa, o parceiro/a deve adivinhar.

Por mais que existam afinidades entre duas pessoas, a sintonia dificilmente será perfeita. Haverá descompassos.

E no que diz respeito às expectativas que alimentamos, se não compartilhamos com a pessoa que amamos, ela dificilmente vai descobrir o que queremos.

Se você não diz o que te ofende, o que te alegra, o que você sonha, o que você espera do outro, o outro nunca vai saber.

Então, como podemos aplicar essas lições em nossas próprias vidas amorosas?

O primeiro passo é cultivar uma mentalidade de crescimento, tanto individualmente quanto como casal. Isso significa abraçar os desafios como oportunidades para aprender e crescer juntos.

A comunicação aberta e honesta é fundamental; ela nos permite expressar nossas necessidades e desejos de forma clara, superando a falsa noção de que nosso parceiro pode, ou deve, adivinhá-los sem que sejamos expressos.

Além disso, é essencial reconhecer e valorizar o esforço mútuo na construção e manutenção de um relacionamento saudável. Isso envolve uma disposição para trabalhar através das diferenças, perdoar as falhas e celebrar as conquistas juntos.

Pegou a ideia?

Gente, ao adotarmos uma mentalidade de crescimento em nossos relacionamentos, abrimos as portas para uma conexão mais profunda e significativa com nossos parceiros.

O amor verdadeiro é uma jornada a ser percorrida juntos, com coragem, determinação e, acima de tudo, um compromisso inabalável com o crescimento mútuo.