Etiqueta para usar o Whatsapp

Você tem bom senso ao usar o Whatsapp?

O Whatsapp é um dos aplicativos mais incríveis já criados. Ele facilitou demais a comunicação entre as pessoas. Além das mensagens de texto, podemos enviar áudio, vídeo, documentos, fazer chamadas de áudio e de vídeo – inclusive com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

Hoje, por exemplo, o Whatsapp é uma importante ferramenta de vendas para as empresas – principalmente para pequenos empreendedores.

Segundo a própria Meta, empresa dona do Whatsapp, Facebook, Instagram e outras importantes ferramentas, os brasileiros estão entre os principais usuários do aplicativo de mensagem.

Aqui, as pessoas enviam mais figurinhas, participam de mais enquetes e mandam quatro vezes mais mensagens de voz do que em qualquer outro lugar.

Além de preferido dos brasileiros, o WhatsApp é uma ferramenta de trabalho importante para 84% da população.

Porém, embora esteja em praticamente todos os celulares, o Whatsapp, por vezes, causa muitos incômodos. E tem sido fator importante de estresse e ansiedade para muita gente. Mas, quem sabe, falo especificamente sobre isso noutra ocasião.

Hoje, quero falar sobre algumas regrinhas que podem nos ajudar a usar o Whatsapp com bom senso. A revista Forbes Brasil publicou um conteúdo muito bacana sobre o assunto. Eu adaptei que vou apresentar pra você uma espécie de “etiqueta para usar o Whatsapp”.

Vamos lá?

Horários: Não é porque alguém está online que pode ou deve responder imediatamente. Envie a mensagem e tenha paciência para esperar a resposta. As pessoas têm mais coisas para fazer do que responder mensagens do Whatsapp.

Mensagens de trabalho fora do expediente: Se não é horário de trabalho da pessoa, provavelmente não é hora de enviar uma mensagem, exceto em emergências.

Precisa ligar? Pergunte. Mandar uma mensagem curta perguntando se a pessoa pode falar, é uma boa prática. E, fora do expediente, a ligação deve ser apenas para assuntos pessoais, não profissionais.

Cumprimente as pessoas: Assim como no dia a dia você usa “bom dia, boa tarde, tudo bem?”, no WhatsApp também use as regras básicas de sociabilidade. Mas seja direto. Um “Oi, tudo bem?” seguido imediatamente do seu assunto é mais eficiente do que esperar uma resposta.

Por sinal, reforço, quando mandar o “oi, tudo bem?”, escreva o restante da mensagem. Quando a outra pessoa abrir, já saberá o que você quer. Do outro lado, a pessoa nem sempre está disponível para trocar mensagens simultâneas com você.

Por isso, se é essencial ter a outra pessoa online, explique – “oi, tudo bem, preciso falar com você. Quando tiver um tempinho, me chama”. Nestes casos, talvez uma ligação seja mais útil.

Cuidado com os áudios: Áudios podem ser práticos para quem envia, mas nem sempre para quem recebe. Às vezes, a outra pessoa está num ambiente em que não consegue ouvir. Então, se precisar mandar áudio e não for alguém muito próximo de você, pergunte antes se pode. E vá direto ao ponto. Elabore primeiro a mensagem na sua cabeça pra não ficar divagando.

Atenção aos grupos: O combinado não sai caro. Cada grupo pode ter sua própria dinâmica. Porém, evite mensagens desnecessárias. A maioria das mensagens de “bom dia”, de “motivação” são ignoradas.

Alguns comentários e até perguntas podem ser desnecessárias. Talvez sejam mais úteis se você encaminhar diretamente ao autor da mensagem.

Respeite as regras de convivência. No grupo, se alguém responde mensagens de madrugada, não significa que todos devam fazer o mesmo. Ah… E não esqueça: conteúdos polêmicos não contribuem em nada nesses grupos.

Se o grupo é de trabalho, use para trabalho. Se é para relacionamento familiar, use para notícias da família, troca de fotos, delicadezas… Não coloque no grupo o que não faz parte do propósito do grupo.

Por fim, uma última dica: ter o contato do médico, veterinário ou terapeuta no WhatsApp não significa que estarão disponíveis 24 horas, 7 dias por semana. Não seja invasivo.

Pegou a ideia?

Use essas regrinhas de etiqueta no Whatsapp. Mais do que usar o bom senso, trata-se de usar o aplicativo de maneira saudável.

Fez sentido pra você? Curta, comente e compartilhe!

Abraços do Ronaldo

Você contribui para a desinformação?

Lembro que, quando era repórter de jornal, fiz algumas matérias sobre campanhas de vacinação. Era comum, ao tratarmos dos resultados da campanha, divulgarmos os objetivos alcançados, que cerca de 95% das pessoas do público-alvo tinham sido vacinadas.

Eu deixei a reportagem no final de 2005. Foi quando me tornei âncora e passei a apresentar as notícias atrás de uma bancada, sem o contato direto com as ruas.

Na época, ainda não falávamos em redes sociais. Tínhamos alguns blogs em crescimento, o Orkut se popularizando, mas não conhecíamos o Facebook, Twitter e tampouco cogitávamos a existência de um meio tão poderoso para o compartilhamento de conteúdos, como o Whatsapp.

Esses dispositivos mudaram a maneira de nos comunicarmos. Deram voz às pessoas; hoje, todos somos consumidores e produtores-disseminadores de conteúdos noticiosos.

Isso parece maravilhoso, mas também tem se tornado um grande problema.

Já em 2018, um estudo apontava que a cobertura vacinal contra a poliomielite, a chamada paralisia infantil, havia caído 17%; já a redução da tríplice-viral, 15%. Como a eficiência das vacinas no combate a determinadas doenças depende de um índice de cobertura de 95% do público-alvo, qualquer redução significa uma janela para o retorno de doenças graves e limitantes – e até erradicadas -, como é o caso da paralisia infantil.

E qual a razão dos brasileiros estarem deixando de tomar vacina? A divulgação de mentiras na internet, principalmente nas redes sociais e no whatsapp. São comuns títulos atrativos do tipo: “Vacinas obrigatórias: o que está por trás disso? Elas são confiáveis?”.

Teorias da conspiração e conteúdos mentirosos, fakes, sempre existiram. Mas as tecnologias digitais potencializaram a desinformação.

Hoje, ninguém está isento de ser pego por uma mentira que circula nas redes ou em mensagens do whatsapp. Esses conteúdos podem dizer respeito a políticos e a política, mas também tratam de empresas, celebridades e, infelizmente, até mesmo de questões relacionadas à saúde.

O retorno de casos de sarampo no Brasil está diretamente ligado à disseminação de conteúdos falsos na internet. O próprio Ministério da Saúde reconhece a relação entre o retorno do sarampo e aos conteúdos fakes que circulam nas redes e que levam as pessoas a deixarem de se vacinar.

Mais recentemente, em função do novo coronavírus, o Ministério da Saúde e as secretarias de Saúde de Estados e Municípios precisaram criar alertas e desmentidos para desconstruir as mentiras que são espalhadas em textos, memes, vídeos etc. sobre o vírus, sobre formas de contágio ou mesmo de prevenção.

Curiosamente, a vacina contra a covit-19 nem foi descoberta e inúmeros conteúdos fakes já são disseminados criando expectativas de cura ou ideias conspiratórias sobre as pesquisas em andamento.

E por que tudo isso acontece? Primeiro, porque existem pessoas maldosas, mal intencionadas ou simplesmente ignorantes que estão dispostas a produzirem e espalharem esses conteúdos falsos. Mas, o mais importante: isso ocorre porque as informações falsas são acolhidas por gente de todas as classes, estudadas ou não, e que prefere confiar em mentiras.

As pessoas também são responsáveis pela rede de desinformação que cresce no mundo. Gente que acredita no que recebe no whatsapp e desacredita de conteúdo produzido por cientistas ou profissionais da comunicação, que possuem inclusive uma responsabilidade legal pelo conteúdo que divulgam.

As inúmeras pesquisas, inclusive internacionais, que apontam que cerca de três de cada quatro mensagens de whatsapp são falsas, não parecem suficientes para desestimular algumas pessoas de passarem adiante conteúdos falsos.

As fakes news têm causado inúmeros prejuízos para a sociedade – prejuízos que vão da redução na cobertura vacinal, passando pelo consumo equivocado de determinados produtos e medicamentos para combater doenças como a covit-19, até julgamentos mentirosos sobre empresas e pessoas, sejam elas personalidades políticas ou não.

É fato que nem sempre é simples identificar as notícias falsas. Mas também não é impossível. Eu costumo dar três dicas bem básicas e até genéricas: não compartilhe nenhum conteúdo noticioso ou mensagens de supostos médicos, policiais, gente da polícia federal etc. que chegue pelo whatsapp, messenger ou esteja nas redes sociais, mas que não tenha origem conhecida e reconhecida.

Outra dica, não acredite em nada que tenha um título espetaculoso – do tipo: “vamos compartilhar sem dó” ou “passe adiante antes que tirem do ar”.

A terceira e última dica vem da Bíblia. O texto sagrado recomenda que sejamos prudentes! A prática da prudência – que pode ser compreendida por cautela, certa desconfiança, moderação -, pode nos salvar de espalharmos a desinformação.

Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber as notificações!

O conforto das mentiras nas redes pessoais

Diariamente, recebo nas minhas redes pessoais inúmeros textos, vídeos, áudios com conteúdos políticos. Não abro nenhum. Quer dizer, em alguns casos, até espio pra ver a fonte, de onde veio, quem produziu… Se trata-se de um material informativo elaborado por empresas sérias, idôneas, e o tema me interessa, até dou uma espiada. Mas, como regra, descarto o material que vem pelo whatsapp, messenger, email, vídeos do Youtube…

E faço isso por uma razão: o conteúdo que circula inbox nas redes pessoais frequentemente sofreu algum tipo distorção. Pode até ser humorístico – um meme, por exemplo -, mas a chance de apresentar uma versão verossímil é quase nula.

Infelizmente, eu sou a exceção. A regra, hoje, é o consumo de conteúdos pelos aplicativos. Com isso, as pessoas pautam seus argumentos e decisões baseadas em conteúdos duvidosos. E é impressionante como algumas dessas pseudo-informações são capazes de fazer com que a gente duvide até do que assiste ou vê num canal sério.

Ainda ontem, tive que assistir de novo a sabatina feita pela equipe da Isto É com a então pré-candidata à presidência, Manuela D´Avila, em junho deste ano. O que ela falou na entrevista não repercutiu na época. Porém, há cerca de 30 dias, um trecho editado de uma fala da Manuela circula nas redes para sustentar a tese de que a agora candidata a vice na chapa do PT se declara não cristã.

Eu precisei assistir de novo porque até eu estava duvidando do que tinha entendido. Quase comprei a versão editada e mentirosa. Assisti duas vezes para ter a certeza que minhas conclusões não estavam erradas e a fala da candidata, de fato, havia sido distorcida.

Pois é… O fenômeno que vem sendo chamado de pós-verdade tem esse efeito: relativiza a verdade e banaliza a mentira. Esses conteúdos em vídeo, texto ou memes provocam uma desordem na opinião pública. A objetividade dos fatos se perde em meio ao discurso emocional, que nos pega em nossas fragilidades. O medo, o preconceito, a vitimização, a hostilidade são técnicas eficazes de persuasão.

Afetados por esse universo pseudo-informativo, perdemos o rigor, a capacidade de racionalizarmos, ficamos cegos. Chegamos ao ponto de, mesmo diante dos fatos, preferirmos acreditar na versão distorcida. Parece que ela é mais confortável, melhor que a própria verdade.

Lamentável que seja assim.