Municipalização do serviço de água e esgoto. Não gostei do que vi

Uma comissão de vereadores de Maringá vai a Uberlândia e Uberaba, em Minas Gerais, para conhecer o serviço de água e esgoto daquelas cidades. Por lá, a gestão é dos municípios.

Os parlamentares vão fazer viagem oficial, com tudo pago. Eu também resolvi conhecer os benefícios da municipalização do sistema. Mas optei por viajar até Uberaba pelo Google. Mais rápido, fácil e sem custos.

E o que descobri não me deixou nenhum pouco empolgado. O primeiro problema: não são raras as interrupções de abastecimento. É comum faltar água nos bairros da cidade. E não é de hoje. Pesquisa rápida e básica nos jornais de Uberaba mostram que a população sofre constantemente com o problema há vários anos. Em tempos de pouca chuva, o problema se acentua.

A população reclama. Gente, como o advogado Leandro Correa Ribeiro, diz que a Codau, Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba, presta “um serviço público de péssima qualidade”.

E os preços não são melhores que os praticados por uma companhia como a Sanepar. No ano passado, em agosto, as tarifas foram reajustadas em 11,75%. A menor delas saltou para R$ 21,34. O custo do esgoto, que era de 50% do valor da tarifa de água, passou para 60%.

Em janeiro deste ano, o Jornal da Manhã tratou dos problemas enfrentados pela população da cidade. Sustentou que recebe reclamações diariamente por conta dos serviços prestados pela Codau. E elas são variadas. Vão desde a falta de abastecimento, passando pela ausência de planejamento da empresa até a vazamentos constantes de água. Estes por um motivo simples: pouco investimento na rede. Há muitas obras inacabadas, as tubulações são antigas e não resistem a pressão da água.

Outro jornal da cidade, o Jornal de Uberaba, tratou da corrosão das estruturas. A matéria foi publicada no último dia 10. Trouxe depoimentos de moradores que disseram já estar “acostumados” com a necessidade de quebrar o concreto da calçada para tentar resolver os vazamentos de água. Mas a solução definitiva nunca acontece.

Também não é difícil encontrar queixas contra a companhia em função da cobrança irregular de serviços não prestados.

Essas informações estão disponíveis para qualquer que tiver um pouco de disposição para pesquisar notícias a respeito dos serviços de água e esgoto prestados pela Codau. Ainda não pesquisei sobre a empresa de Uberlândia. Mas não é difícil. Basta usar o Google e saber distinguir quais fontes são um pouco confiáveis, preferencialmente os jornais da cidade.

Claro, o que apontamos aqui não é conclusivo. É interessante ver de perto a qualidade dos serviços municipalizados. Por isso, a viagem da comissão se justifica. Mas, lamentavelmente, o que nossos vereadores verão provavelmente são os resultados oficiais – mostrados pela empresa. Não terão como ouvir a população. E, por isso, talvez o relatório que vão trazer das cidades mineiras não seja assim tão revelador.

2 comentários em “Municipalização do serviço de água e esgoto. Não gostei do que vi

  1. Além de tudo que foi escrito, já perceberam a sujeira que está a água que se diz trata que chega em nossas casas. Não é água limpa, e sim barro.

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