O que seu filho vê na internet?

filhosDá trabalho ser pai. Não estou dizendo pai no sentido do gênero masculino. Muito menos do papel genitor. Falo da função educativa dos pais.

Dias atrás conversava sobre o assunto. Sustentava a tese que a vida da gente muda. E não apenas pelas horas de sono perdidas no meio da noite. Nem das vezes que se leva ao médico. Tampouco das despesas com roupas, alimentos etc. Muda porque, para a dinâmica funcionar, é necessário envolver-se, deixar de olhar para si mesmo e cuidar de um outro ser.

Essa tarefa não é nada fácil. A gente se ocupa demais da nossa vida. Por vezes, acha que “cuidar” é cuidar do material. Não deixar faltar nada. Colocar nas melhores escolas, oferecer inglês, natação… Garantir os brinquedos mais modernos. Alguns pais até demonstram afeto. Oferecem carinho, atenção.

Entretanto, hoje, isso não basta. Tem que envolver-se e participar do cotidiano dos filhos. Isso significa saber o que a molecada faz na internet.

Teve uma época que precisávamos saber o que os filhos assistiam. Hoje, é fundamental conhecer por onde navegam. Que sites visitam? Que vídeos vêem? Com quem conversam?

Nossos filhos não têm apenas acesso à rede. Eles dominam as tecnologias melhor que nós. Conhecem serviços que desconhecemos. Usam o computador, o tablet, o celular… Baixam programas, aplicativos. Quando paramos cinco minutinhos ao lado deles, ficamos admirados com a habilidade que possuem ao navegar. Ao mesmo tempo, assustados. E por medo do desconhecido, deixamos nossos filhos por conta deles mesmos.

Fora da rede, os consideramos crianças; mas, quando estão na web, preferimos ignorar o que fazem.

Sabe o que é pior? Quando descobrimos que fizeram algo que consideramos errado, disparamos a falar. Gritamos, discursamos, colocamos de castigo. Silenciamos a própria responsabilidade. Afinal, é a falta de orientação que leva nossos filhos a navegarem por portos inseguros.

Até jogos que os pequenos usam nos tablets podem abrir chats para diálogos com desconhecidos. Podemos confiar? Será que o risco é zero? Convenhamos, qualquer moleque com domínio tecnológico desenvolve um aplicativo e coloca na rede. E aí nossos filhos usam…

Não dá mais para ignorar. Precisamos acompanhar, vigiar. Não se trata de proibir. Mas de conhecer e auxiliar nossos filhos com diálogo franco, sincero.

Dá trabalho, né? Porém, é assim que funciona. Quem quer educar direito, deve envolver-se. Do contrário, não pode reclamar depois e ficar se lamentando “onde foi que eu errei?”.

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