E é esta condição que nos move e move o mundo.
Por sermos insatisfeitos, nenhuma conquista é duradoura. Ela produz uma sensação boa, de gratificação, por algumas horas, dias, semanas. Porém, logo queremos mais. Um novo desafio, uma nova conquista.
Essa lacuna, que parece estar em nosso interior, é a condição da própria existência da humanidade.
Para o homem, ter criado a carroça não foi suficiente. Facilitou o transporte por algum tempo, mas era preciso mais. Essa vontade de algo ainda melhor, resultou, hoje, em máquinas poderosas, modernas, que não atendem apenas ao desejo de transporte confortável e seguro; traz outros tantos benefícios – até mesmo o de status e poder.
A insatisfação nos motiva a estudar mais, trabalhar mais, produzir mais.
Gente satisfeita é gente que estaciona, deixa de conquistar e perde o tesão pela vida. Não há razão para começar um novo dia se não encontramos nele um motivo para fazer algo maior e melhor.
Entretanto, a lacuna de insatisfação também não é nada positiva se nos tornamos gananciosos, egoístas, ansiosos e não conseguimos nos alegrar com as pequenas vitórias.
A ausência se torna angústia, tristeza. E o que já tem deixa de ter valor.
Se o olhar estiver sempre voltado para o que ainda não temos, abrimos mão de viver o presente, de curtir o que é nosso, de vibrar com as pessoas que amamos… Deixamos de sentir o fluir da vida.
A insatisfação é motivadora, mas também é necessário comemorar cada momento.
Por outro lado, é fundamental compreender que a minha conquista não pode ser resultado da derrota do outro, da miséria alheia.
Devo ganhar para que outros ganhem.
Se a conquista é só minha, se não faz outras pessoas sorrirem, não beneficia a coletividade, ela se apequena, é mesquinha, não contribui para o desenvolvimento de um mundo melhor.
O sorriso é mais feliz quando sorrimos juntos.