Como você encara seus pensamentos negativos?

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Como você lida com aqueles pensamentos intrusos que chegam carregados de negatividade em seu cérebro?

Gente, ninguém controla o que vai pensar. Ninguém! Os pensamentos surgem em nossa mente de maneira totalmente espontânea.

Por vontade própria, você pode até tentar buscar na memória alguma lembrança… Mas você não controla o aparecimento daquela lembrança da primeira humilhação sofrida provocada por um chefe desumano e nada educado.

Você não tem como impedir o retorno das memórias de agressões físicas sofridas quando casada com um marido violento… É impossível impedir que palavras que causaram dor pronunciadas por um filho retornem a sua mente.

Também não dá para evitar que preocupações surjam do nada atravessando seus pensamentos… Você senta um pouco para relaxar e, quando menos espera, está pensando em sua filha e naquele namorado dela que parece um sujeito preguiçoso e pouco comprometido com o relacionamento.

Não dá para evitar os pensamentos.

Mas e aí… Se não dá para evitar, vamos aceitar o sofrimento passivamente?

Os pesquisadores da mente têm algumas sugestões. Embora frequentemente usem palavras – ou conceitos – diferentes para falar sobre as estratégias de enfrentamento desses pensamentos negativos, todos apontam que é preciso questionar e se posicionar, mentalmente, com relação a esses pensamentos.

A técnica defendida pelo escritor e psiquiatra Augusto Cury, um dos mais importantes estudiosos da mente, é chamada de DCD – duvidar, criticar e decidir.

Segundo o autor, essa técnica permite reeditar as janelas traumáticas.

E como fazer isso? Vamos lá.

Quando um pensamento intruso aparece, seja um memória negativa ou uma preocupação, a primeira atitude é colocar em xeque esse pensamento, duvidar dele.

Não se trata de negar uma lembrança ou aquela preocupação, mas de conversar consigo mesmo e dizer: ei, será que isso tem a ver comigo mesmo? Será que isso não é um problema daquela pessoa que fez isso comigo? Será que eu mereço ficar revivendo essa dor? Será que resolve alguma coisa me preocupar com isso hoje?

O segundo passo é criticar esse pensamento intrusivo. Criticar o pensamento é dizer para si mesmo quando aquela memória surgir: ei, eu não sou essa pessoa que aquele sujeito falou que eu era, sou não!; esse chefe me humilhou, mas ele é que é um bruto, desrespeitoso…

Não sei se você está entendendo o processo… Mas criticar é colocar em xeque aquela memória negativa que, por vezes, te faz se sentir um nada, te faz se sentir um fracasso.

Mesmo que seja um ato de violência que você sofreu. Você pode dizer: não, eu não tive culpa; não, eu não sou responsável por isso; talvez eu tenha sido fraco(a) naquela época, mas hoje sou outra pessoa, eu aprendi, eu cresci, eu sou diferente…

E quando você faz isso, já está entrando no terceiro passo da técnica DCD: você está decidindo, está declarando sua força, sua capacidade de enfrentar as circunstâncias.

Decidir é dizer pra si mesmo que aquela preocupação não faz sentido. Ou mesmo que você não tem controle sobre aquela situação e, por isso, vai seguir em frente.

Vou te dar um exemplo: no dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia, fiquei muito mal. Os pensamentos negativos iam e viam em minha mente. Depois de uma manhã péssima, comecei a duvidar, criticar aqueles pensamentos e, por fim, decidi: eu continuaria com minha vida, porque eu não podia fazer nada, absolutamente nada.

Nenhuma publicação na internet, nenhuma reclamação verbalizada, nenhum ataque nas redes ao presidente russo mudaria os fatos. Ficar pensando nas implicações e consequências da guerra não mudaria o cenário. Porém, se eu continuasse depressivo, se eu perdesse horas de sono, eu seria ainda mais prejudicado. Minha produtividade cairia, meu humor me deixaria mais negativo e tudo que é meu, que está sob meu controle, sofreria os prejuízos da minha condição emocional.

Pegou a ideia?

Gente, sempre digo que não temos controle com o que acontece conosco – incluo aqui: não temos controle dos pensamentos que surgem em nossa mente. Porém, podemos escolher como reagir.

Adote essa técnica quando pensamentos intrusivos aparecerem em sua mente. Não tenha medo de dialogar com você, de duvidar, criticar e decidir viver a vida plena que Deus planejou pra você!

Imagem de maximiliano estevez por Pixabay 

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