Emoções descontroladas sabotam vidas

Você já agiu por impulso? Já fez alguma coisa sem pensar e, depois, se arrependeu? No calor das emoções, agiu e, quando os ânimos acalmaram, tudo o que você queria era voltar atrás? Quantas vezes deixou que a raiva, o medo ou a ansiedade tomassem conta, prejudicando suas relações pessoais e profissionais?

Acho que você já fez isso… Eu já fiz. E posso garantir: todas as vezes que agi sob efeito de fortes emoções, me arrependi.

Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional, afirma: “para o bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum.”

É isso, gente, quando são as emoções que dominam, a coisa desanda.

A frase do Daniel Goleman nos faz refletir sobre a importância de gerenciar nossas emoções de maneira sábia e inteligente.

As emoções são parte essencial da nossa experiência de vida. Elas nos conectam com os outros e nos dão energia para agir.

A gente experimenta a vida, a gente vivencia as mais diferentes situações também com nossas emoções. A gente se alegra, chora… A gente se irrita… Ficamos ansiosos, ou calmos.

Tentar calar as emoções seria matar parte de nós.

O filósofo Baruch Spinoza disse que “a emoção, que é a essência do ser humano, é a maneira como experimentamos a vida”. Sem elas, a vida seria monótona e sem cor. Porém, quando perdemos o controle das emoções, corremos o risco de nos sabotarmos.

Vamos pensar no dia a dia. Imagine um trabalhador que, após um dia estressante, explode de raiva com seu chefe após uma cobrança por uma tarefa que talvez não tenha sido executada. Essa reação pode custar-lhe o emprego.

Pense no marido que, depois de ter problemas no trabalho, é grosseiro com a esposa. Ele fere a mulher e pode produzir mágoas que talvez ela carregue no coração por toda vida.

Ou então, pense em um estudante que, dominado pela ansiedade antes de uma prova, não consegue se concentrar e acaba tirando uma nota muito abaixo do esperado.

Esses exemplos mostram como as emoções descontroladas podem sabotar nossas vidas.

Pesquisas mostram que o descontrole emocional pode afetar nossa saúde física. A raiva constante pode elevar a pressão arterial, enquanto o estresse crônico pode levar a problemas cardíacos. No campo das relações, a falta de controle emocional pode destruir amizades e romances. E no trabalho, pode prejudicar nossa produtividade e reputação.

Daniel Goleman e outros estudiosos apontam que a chave para evitar esses prejuízos é desenvolver a inteligência emocional. Isso significa reconhecer nossas emoções, compreendê-las e, mais importante, saber como gerenciá-las.

Mas como fazer isso na prática? Aqui estão algumas sugestões:

  1. Aprenda a identificar suas emoções à medida que elas surgem. Pergunte a si mesmo: “O que estou sentindo agora? Por quê?”
  2. Não basta identificar as emoções, é preciso saber como reagir diante delas. Não se deixar controlar pelas emoções. Portanto, em momentos de tensão, respire fundo e conte até dez – até 100, se necessário. Se estiver para explodir, saia do ambiente onde está e vai respirar. Você precisa oxigenar o cérebro. Isso pode ajudar a acalmar a mente e evitar reações impulsivas.
  3. Sei que, quando as emoções estão à flor da pele, é difícil pensar. Mas tente. E tente lembrar que, do outro lado, existe uma pessoa igual você. E que nunca vale a pena agredir, maltratar… por mais que a outra pessoa pareça não merecer respeito.
  4. Cultive conexões positivas, saudáveis. Ter uma rede de apoio pode te ajudar a lidar melhor com os desafios emocionais – inclusive chamando sua atenção, te fazendo lembrar do compromisso de se controlar.
  5. Cuide de você. Durma bem, pratique atividades que promovam bem-estar, como exercícios físicos, hobbies que você goste. Quando cuidamos bem de nós mesmos, geralmente temos mais energia para gerenciar nossas emoções.

Lembre-se, as emoções são parte da vida. Elas nos fazem humanos. No entanto, permitir que elas dominem nossas ações sem a mediação do intelecto pode nos levar a situações difíceis.