A verdadeira nobreza está em ser superior ao que você era no passado

“Não há nada de nobre em ser superior a outra pessoa, a verdadeira nobreza está em ser superior a teu antigo eu”.

Demais, né?

A frase não é minha; a frase é de um escritor premiado do século passado. Estou falando de Ernest Hemingway.
E a citação de Hemingway é preciosa. E dela tiramos pelo menos quatro lições.

A primeira delas é sobre a comparação. Comparar-se com os outros pode ser uma armadilha. Todas as vezes que a gente se compara a gente sai perdendo. Ainda que, na comparação, a gente se julgue melhor que a outra pessoa, a gente sai dessa prática menor, porque alimentamos no coração o orgulho, a presunção, a arrogância, o individualismo e silenciamos a compaixão, o amor, o altruísmo, a generosidade.

E se você se compara e se acha menor do que o outro, também deprecia a si mesmo e fere sua autoestima. Sem contar que, ao nos compararmos, o outro se torna um diferente de nós e quase um inimigo, alguém que devemos superar, derrotar. Por isso, na comparação, nunca há ganho.

A segunda lição que aprendemos com a frase de Hemingway é que não há nada de nobre em se julgar superior. Quem se julga superior abre mão de olhar para si, ver suas próprias fraquezas e trabalhar para superá-las. Quem se julga superior, confronta os valores do Céu, já que o próprio Cristo disse que quem quer ser o primeiro deve ser o primeiro a servir o outro.

E, na perspectiva cristã, o serviço não é um ato de marketing, não funciona para promover a pessoa, para destacá-la, mas como uma atitude de desprendimento em que ajudo o outro, mas se fiz isso com a mão direita, a mão esquerda sequer fica sabendo – como ensinou Jesus.

A terceira lição da frase “Não há nada de nobre em ser superior a outra pessoa, a verdadeira nobreza está em ser superior a teu antigo eu” é a mensagem central da citação de Hemingway: o que há de mais de nobre em cada um de nós é superarmos a nós mesmos.

A Bíblia fala, por exemplo, de santificação. E o que é o processo de santificação? Uma mudança diária em busca de um modo de vida que glorifique a Deus. E essa verdade se aplica a tudo o que fazemos.

Como você era como profissional no ano passado? Hoje, você deve ser melhor do que era.

Como você era como marido, como esposa há cinco atrás? Hoje, você deve ser melhor do que era.

Como você era como filho na adolescência? Hoje, você deve ser melhor do que era.

A nobreza está em ser hoje melhor do que o seu antigo eu.

Muitas vezes, medimos nosso sucesso com base em padrões externos, em vez de valorizar o crescimento interno e as pequenas vitórias diárias. Imagine o impacto positivo de valorizar cada esforço para ser mais paciente, mais amoroso, mais presente.

Um filósofo chines (Confúcio) dizia que “Aquele que conquista a si mesmo é o mais poderoso guerreiro”. Ser superior ao nosso antigo eu é um ato de amor próprio e respeito pelos outros.

A busca por ser melhor a cada dia é a quarta lição que temos na citação de Hemingway. Se existe um “antigo eu” significa que há um abandono de certas práticas, de hábitos nocivos e a disposição constante de mudar para tornar-se uma pessoa melhor – e uma pessoa é melhor quando ela cresce como ser humano. Isto quer dizer que ela está buscando ser melhor em seus relacionamentos, em sua vida profissional, ser melhor aprendiz e, principalmente, ter melhor relacionamento com Deus.

Pegou a ideia?

Gente, mudar é possível. Ninguém está condenado a ser sempre a mesma pessoa. E não há nada mais incrível do que crescer como pessoa. Aqui está a verdadeira nobreza: ser hoje melhor do que você foi ontem.