Como apagar as mágoas que causamos nas pessoas?

O que fazer se você magoou alguém? O que fazer se essa pessoa que você feriu não consegue esquecer o que você fez?

Dias atrás, eu falei sobre a importância de gerenciar as nossas emoções. Nossas emoções são bênçãos de Deus pra nós! Experimentamos o mundo com nossas emoções.

Como seria a chegada de uma criança tão esperada na família se não existissem as emoções? A vida é melhor com alegria, com entusiasmo… E mesmo as emoções dolorosas têm papel importante em nossa vida.

Porém, quando ficamos com raiva, irados, precisamos dar conta de não deixar essas emoções sabotarem nossa vida. A própria Bíblia diz: Irai-vos, mas não pequeis. Está em Efésios, capítulo 4 – orientação do apóstolo Paulo.

Na perspectiva dos estudos apresentados pelo escritor e pesquisador Daniel Goleman, a gestão das emoções é exercício de inteligência.

E uma das coisas que a prática da inteligência emocional pode evitar é que a gente fale algo sem pensar, no calor das emoções, e magoe alguém.

Nesta semana, recebi o recado de uma ouvinte. No calor das emoções, ela falou o que não devia falar; ela machucou o marido. Curiosamente, ela fez isso e, no dia seguinte, ouviu nossa mensagem sobre a gestão das emoções.

Ela correu para pedir perdão ao marido, mas ele disse que não sabe se consegue perdoá-la. Não é a primeira vez que ela é agressiva verbalmente e, agora, já tem muita mágoa guardada no coração do marido.

Ei, escuta o Ronaldo: palavras não têm volta. Aquilo que fazemos não se apaga.

Quando estudamos o funcionamento do cérebro, entendemos inclusive uma coisa: as coisas negativas sempre vencem. O peso de uma palavra ríspida é maior do que três palavras carinhosas que você diz para alguém.

Por isso, o pesquisador sobre relacionamentos, o psicólogo americano John Gottman recomenda que, para cada coisa que fere seu parceiro ou parceira, você precisa de cinco coisas positivas para tentar compensá-la.
Ou seja, diariamente, se queremos investir em nosso relacionamento, o melhor é não causar mágoas. A melhor estratégia é não ferir. Porque depois de ferido, não é fácil reconectar, reaproximar.

Esta é uma das principais razões dos relacionamentos esfriarem ao longo dos anos. Se todos os dias, somos ríspidos, grosseiros, vamos plantando mágoas, dores, ressentimentos. Por mais que se peça perdão, cada nova atitude negativa reaviva na memória aquilo que já foi vivido.

E o pior, a ferida de hoje se soma a todas as feridas anteriores.

Aí você diz: mas então não perdoou.

Perdoou. Perdoou sim.

Mas você não consegue dizer pra memória apagar o que já foi vivido. Por isso, cada nova atitude negativa serve de gatilho para trazer de volta tudo aquilo que está guardado.

E essas memórias, mesmo em alguém que ame muito, que seja generoso na relação e até se silencie, evitando confrontos… Mesmo numa pessoa com essa personalidade, essas memórias causam tristeza e, principalmente, afastamento emocional.

Consequências? Perda de empolgação com o relacionamento, desconfiança na capacidade da outra pessoa se controlar emocionalmente… Perda da parceria – você prefere evitar uma conversa, um diálogo, porque sabe que pode se machucar. E a perda da intimidade – inclusive sexual.

Portanto, é sempre melhor evitar. Evidente que, dentro de um relacionamento, sempre existirão confrontos. Mas não podem ser a regra. Nenhum relacionamento resiste se acontecer brigas diárias, agressões verbais diariamente.

Mas e aí, o que fazer se a mágoa já instalada?

Primeiro passo, pedir perdão. Pedido sincero e sem justificativas. Sem justificar porque agrediu. Pede perdão e diz que fará tudo para não acontecer de novo.

Vai resolver o problema? Não.

Mas aí entra o segundo passo: compromisso com a mudança. Você disse que faria de tudo para não acontecer de novo. Então faça. E espere.

Se a mudança for permanente, o outro vai perceber e, aos poucos, você reconquista a confiança do seu parceiro/a. Não vai apagar o passado, mas o passado ficará cada vez mais distante. E as boas atitudes do presente vão se sobrepondo ao passado, tornando as feridas menos dolorosas.

A verdadeira nobreza está em ser superior ao que você era no passado

“Não há nada de nobre em ser superior a outra pessoa, a verdadeira nobreza está em ser superior a teu antigo eu”.

Demais, né?

A frase não é minha; a frase é de um escritor premiado do século passado. Estou falando de Ernest Hemingway.
E a citação de Hemingway é preciosa. E dela tiramos pelo menos quatro lições.

A primeira delas é sobre a comparação. Comparar-se com os outros pode ser uma armadilha. Todas as vezes que a gente se compara a gente sai perdendo. Ainda que, na comparação, a gente se julgue melhor que a outra pessoa, a gente sai dessa prática menor, porque alimentamos no coração o orgulho, a presunção, a arrogância, o individualismo e silenciamos a compaixão, o amor, o altruísmo, a generosidade.

E se você se compara e se acha menor do que o outro, também deprecia a si mesmo e fere sua autoestima. Sem contar que, ao nos compararmos, o outro se torna um diferente de nós e quase um inimigo, alguém que devemos superar, derrotar. Por isso, na comparação, nunca há ganho.

A segunda lição que aprendemos com a frase de Hemingway é que não há nada de nobre em se julgar superior. Quem se julga superior abre mão de olhar para si, ver suas próprias fraquezas e trabalhar para superá-las. Quem se julga superior, confronta os valores do Céu, já que o próprio Cristo disse que quem quer ser o primeiro deve ser o primeiro a servir o outro.

E, na perspectiva cristã, o serviço não é um ato de marketing, não funciona para promover a pessoa, para destacá-la, mas como uma atitude de desprendimento em que ajudo o outro, mas se fiz isso com a mão direita, a mão esquerda sequer fica sabendo – como ensinou Jesus.

A terceira lição da frase “Não há nada de nobre em ser superior a outra pessoa, a verdadeira nobreza está em ser superior a teu antigo eu” é a mensagem central da citação de Hemingway: o que há de mais de nobre em cada um de nós é superarmos a nós mesmos.

A Bíblia fala, por exemplo, de santificação. E o que é o processo de santificação? Uma mudança diária em busca de um modo de vida que glorifique a Deus. E essa verdade se aplica a tudo o que fazemos.

Como você era como profissional no ano passado? Hoje, você deve ser melhor do que era.

Como você era como marido, como esposa há cinco atrás? Hoje, você deve ser melhor do que era.

Como você era como filho na adolescência? Hoje, você deve ser melhor do que era.

A nobreza está em ser hoje melhor do que o seu antigo eu.

Muitas vezes, medimos nosso sucesso com base em padrões externos, em vez de valorizar o crescimento interno e as pequenas vitórias diárias. Imagine o impacto positivo de valorizar cada esforço para ser mais paciente, mais amoroso, mais presente.

Um filósofo chines (Confúcio) dizia que “Aquele que conquista a si mesmo é o mais poderoso guerreiro”. Ser superior ao nosso antigo eu é um ato de amor próprio e respeito pelos outros.

A busca por ser melhor a cada dia é a quarta lição que temos na citação de Hemingway. Se existe um “antigo eu” significa que há um abandono de certas práticas, de hábitos nocivos e a disposição constante de mudar para tornar-se uma pessoa melhor – e uma pessoa é melhor quando ela cresce como ser humano. Isto quer dizer que ela está buscando ser melhor em seus relacionamentos, em sua vida profissional, ser melhor aprendiz e, principalmente, ter melhor relacionamento com Deus.

Pegou a ideia?

Gente, mudar é possível. Ninguém está condenado a ser sempre a mesma pessoa. E não há nada mais incrível do que crescer como pessoa. Aqui está a verdadeira nobreza: ser hoje melhor do que você foi ontem.

Emoções descontroladas sabotam vidas

Você já agiu por impulso? Já fez alguma coisa sem pensar e, depois, se arrependeu? No calor das emoções, agiu e, quando os ânimos acalmaram, tudo o que você queria era voltar atrás? Quantas vezes deixou que a raiva, o medo ou a ansiedade tomassem conta, prejudicando suas relações pessoais e profissionais?

Acho que você já fez isso… Eu já fiz. E posso garantir: todas as vezes que agi sob efeito de fortes emoções, me arrependi.

Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional, afirma: “para o bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum.”

É isso, gente, quando são as emoções que dominam, a coisa desanda.

A frase do Daniel Goleman nos faz refletir sobre a importância de gerenciar nossas emoções de maneira sábia e inteligente.

As emoções são parte essencial da nossa experiência de vida. Elas nos conectam com os outros e nos dão energia para agir.

A gente experimenta a vida, a gente vivencia as mais diferentes situações também com nossas emoções. A gente se alegra, chora… A gente se irrita… Ficamos ansiosos, ou calmos.

Tentar calar as emoções seria matar parte de nós.

O filósofo Baruch Spinoza disse que “a emoção, que é a essência do ser humano, é a maneira como experimentamos a vida”. Sem elas, a vida seria monótona e sem cor. Porém, quando perdemos o controle das emoções, corremos o risco de nos sabotarmos.

Vamos pensar no dia a dia. Imagine um trabalhador que, após um dia estressante, explode de raiva com seu chefe após uma cobrança por uma tarefa que talvez não tenha sido executada. Essa reação pode custar-lhe o emprego.

Pense no marido que, depois de ter problemas no trabalho, é grosseiro com a esposa. Ele fere a mulher e pode produzir mágoas que talvez ela carregue no coração por toda vida.

Ou então, pense em um estudante que, dominado pela ansiedade antes de uma prova, não consegue se concentrar e acaba tirando uma nota muito abaixo do esperado.

Esses exemplos mostram como as emoções descontroladas podem sabotar nossas vidas.

Pesquisas mostram que o descontrole emocional pode afetar nossa saúde física. A raiva constante pode elevar a pressão arterial, enquanto o estresse crônico pode levar a problemas cardíacos. No campo das relações, a falta de controle emocional pode destruir amizades e romances. E no trabalho, pode prejudicar nossa produtividade e reputação.

Daniel Goleman e outros estudiosos apontam que a chave para evitar esses prejuízos é desenvolver a inteligência emocional. Isso significa reconhecer nossas emoções, compreendê-las e, mais importante, saber como gerenciá-las.

Mas como fazer isso na prática? Aqui estão algumas sugestões:

  1. Aprenda a identificar suas emoções à medida que elas surgem. Pergunte a si mesmo: “O que estou sentindo agora? Por quê?”
  2. Não basta identificar as emoções, é preciso saber como reagir diante delas. Não se deixar controlar pelas emoções. Portanto, em momentos de tensão, respire fundo e conte até dez – até 100, se necessário. Se estiver para explodir, saia do ambiente onde está e vai respirar. Você precisa oxigenar o cérebro. Isso pode ajudar a acalmar a mente e evitar reações impulsivas.
  3. Sei que, quando as emoções estão à flor da pele, é difícil pensar. Mas tente. E tente lembrar que, do outro lado, existe uma pessoa igual você. E que nunca vale a pena agredir, maltratar… por mais que a outra pessoa pareça não merecer respeito.
  4. Cultive conexões positivas, saudáveis. Ter uma rede de apoio pode te ajudar a lidar melhor com os desafios emocionais – inclusive chamando sua atenção, te fazendo lembrar do compromisso de se controlar.
  5. Cuide de você. Durma bem, pratique atividades que promovam bem-estar, como exercícios físicos, hobbies que você goste. Quando cuidamos bem de nós mesmos, geralmente temos mais energia para gerenciar nossas emoções.

Lembre-se, as emoções são parte da vida. Elas nos fazem humanos. No entanto, permitir que elas dominem nossas ações sem a mediação do intelecto pode nos levar a situações difíceis.

Você sabe pedir? Aprenda a pedir!

Você já se perguntou por que, às vezes, nossos pedidos não são atendidos da forma que gostaríamos? Por que, em algumas situações, mesmo quando pedimos algo, o resultado não é o esperado?

Ei… Será que a gente realmente como pedir o que a gente quer?

Dias atrás, eu entrevistava uma psicóloga, a doutora em Educação Gescielly Tadei, e, ao falar sobre a relação entre a esposa e o marido, ela disse: esposa, aprenda a pedir para o seu esposo o que você quer. Se você não pedir, ele não vai te atender.

Gente, isto é um problema. Deixa eu ilustrar.

Pense na seguinte situação: uma mulher, frustrada porque o marido estava passando tempo demais no trabalho, me disse: “Pedi que ele não passasse tanto tempo no trabalho”.

Aí sabe o que aconteceu?

Três semanas depois, ele se inscreveu para participar de um torneio de futebol.

O que deu errado aqui? O que esta esposa fez de errado?

Vamos analisar… Ela comunicou com sucesso o que não queria — que ele passasse tanto tempo no trabalho —, mas não disse o que realmente queria.

Ela queria que ele passasse mais tempo com ela e as crianças, mas isso não ficou claro. Se ela tivesse pedido diretamente: “Gostaria que você passasse pelo menos uma noite por semana em casa comigo e com as crianças”, o resultado poderia ter sido muito diferente.

Eu já disse aqui: precisamos nos comunicar com clareza, sem apostar no que fica subentendido.

Para saber pedir, é crucial utilizarmos uma linguagem positiva, específica e clara. Evitar frases vagas, abstratas ou ambíguas é essencial.

Por exemplo, pedir “tratamento justo” é vago. O que significa “tratamento justo”?

Ou ainda… “Não quero que me trate assim”. Tratar assim como? Qual o tratamento que está incomodando? Explique.

Cada pessoa pode interpretar de uma forma diferente.

Devemos formular nossos pedidos em termos de ações concretas que os outros possam realizar.

Não adianta você ficar dizendo para os seus colegas de trabalho: estou precisando de ajuda, não estou dando conta… Se você quer que alguém te ajude, você precisa falar com quem pode ajudar e dizer qual ajuda necessita.

Vale a mesma coisa em casa. Não adianta reclamar que a louça está sempre suja e ninguém te ajuda, mas você não dizer: ei, fulano, lava esta louça pra mim agora?

E, detalhe, se quer que a pessoa seque e guarde, diga isso. Verbalize.

Pedir pra lavar não inclui o pedido pra secar e guardar. Se quer que também seque e guarde, peça.

Se pedimos ajuda, mas não especificamos o que isso significa, podemos acabar frustrados quando nossos pedidos não são atendidos da maneira que imaginávamos.

Além disso, é importante considerar como formulamos nossos pedidos. Às vezes, expressamos nosso desconforto esperando que o outro entenda nosso pedido.

Por exemplo, uma mulher diz ao marido: “Estou aborrecida porque você se esqueceu da manteiga e das cebolas que pedi para o jantar”. Para ela, é óbvio que ela está pedindo para ele voltar à loja. Mas, para ele, pode parecer que suas palavras foram ditas apenas para ele se sentir culpado.

Esse tipo de comunicação pode levar a mal-entendidos e ressentimentos.

Então, como podemos melhorar a forma como pedimos as coisas? Primeiramente, precisamos ser claros e específicos. Em vez de dizer “Quero que você seja mais responsável”, devemos especificar o que significa ser responsável em termos de ações concretas: “Gostaria que você se lembrasse de comprar os ingredientes para o jantar quando eu pedir”.

Em segundo lugar, devemos utilizar uma linguagem positiva. Em vez de focar no que não queremos, devemos destacar o que queremos que aconteça: “Eu adoraria que passássemos mais tempo juntos aos finais de semana” em vez de “Você nunca passa tempo comigo”.

Por fim, volto a repetir, a gente deve evitar pressupor que o outro compreende nossos pedidos implícitos. Ser direto e específico evita mal-entendidos: “Por favor, você pode ir à loja comprar manteiga e cebolas agora?” em vez de “Estou aborrecida porque você esqueceu”.

Então, da próxima vez que precisar pedir algo, lembre-se dessas dicas. Ser claro, específico e positivo pode fazer toda a diferença.

Quando nossos pedidos são bem formulados, as chances de serem atendidos aumentam significativamente, e nossos relacionamentos se tornam mais harmoniosos e satisfatórios.

Não tente vencer sozinho: busque sua rede de apoio

Como você reage às dificuldades? Você busca ajuda ou você se isola? O escritor e pesquisador Shawn Achor, autor do livro “O jeito Harvard de ser feliz”, oferece um conselho poderoso. Ele diz: “Quando deparamos com uma ameaça ou problema inesperado, a única maneira de nos salvar é nos agarrar às pessoas ao nosso redor e jamais soltá-las.”

O escritor lista inúmeras provas científicas que confirmam algo que já suspeitamos: fica mais fácil superar as dificuldades quando contamos com uma rede de apoio.

Na vida da gente, enfrentamos diversos desafios – sejam eles profissionais, pessoais ou emocionais. Às vezes, as coisas ficam tão difíceis que tudo que gostaríamos de fazer é sumir. Sumir, desaparecer. E como não dá pra sumir do mapa, tentamos nos virar… Frequentemente, tentamos lidar com os problemas por conta própria.

Porém, como aponta Shawn Achor, quando tudo fica difícil, precisamos recorrer à nossa rede de apoio. Mas o que significa não se isolar, mesmo que a vontade seja ficar longe de tudo e de todos?

Antes de responder essa perguntinha, preciso ressaltar: é fácil nos fecharmos e nos isolarmos justo no momento em que mais precisamos recorrer aos outros. E isso acontece porque não queremos nos expor, nos mostrarmos fracos, fragilizados. O problema é que, quando nos isolamos, privamos a nós mesmos do apoio emocional e psicológico que é essencial para superar crises.

Segundo Shawn Achor, as pessoas mais bem-sucedidas, em vez de se voltarem para dentro de si, elas se aproximam ainda mais de sua rede social de apoio. Ter uma rede de apoio não apenas nos ajuda a lidar com problemas imediatos, mas também fortalece nossa resiliência a longo prazo.

Mas, entenda, para não se isolar é preciso ser verdadeiro, ser autêntico. Tem gente que acha que, para se aproximar, precisa usar máscaras. Não, não funciona. Para contar com uma rede de apoio é preciso se permitir ser vulnerável, buscar ajuda e compartilhar suas emoções.

E o que é uma rede de apoio?

Uma rede de apoio é composta por amigos, familiares, colegas de trabalho, mentores, sua comunidade religiosa. Uma rede de apoio é a sua turma; são pessoas que oferecem suporte emocional, prático e espiritual. Elas nos fornecem um senso de pertencimento e nos lembram de que não estamos sozinhos em nossas lutas.

Entenda: precisamos das pessoas; elas precisam de nós. Portanto, quando precisar de ajuda, reconheça esta necessidade. Aceita que está sobrecarregado e não se isole.

Não espere as pessoas oferecerem ajuda. Em vez disso, dê o primeiro passo para se conectar com alguém de confiança. Verbalize suas necessidades. Supere a vergonha, vença o orgulho e diga: preciso de socorro!

Pode ser uma ligação, uma mensagem de texto ou um encontro pessoal. Compartilhe seus sentimentos e permita-se ser vulnerável. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza; só corajosos pedem ajuda; só os humildes pedem socorro.

Mas não esqueça de, hoje, construir e fortalecer suas conexões sociais. Não deixe pra depois aquilo que mais importa. Pessoas importam.

Nos tempos de tranquilidade, plantamos sementinhas para contar com uma rede de apoio nos tempos difíceis. Cultivamos hoje para que as relações estejam fortes, fortalecidas, quando os momentos difíceis chegarem – e eles vão chegar.

Adolescente: Como reduzir o tempo de uso do celular?

Se o uso excessivo do celular faz mal pra saúde mental dos nossos adolescentes, o que dá pra fazer?

Em alguns casos, só orar, viu?

No texto anterior, eu falei sobre alguns dos problemas mais comuns do uso excessivo de celular. E, infelizmente, recebi alguns recados do tipo:

Tenho uma filha de 16 anos. Ela vive no celular. E se tento tirar o aparelho dela, ela se torna outra pessoa. Minha casa vira campo de batalha. O clima fica insuportável.

Teve uma mãe que me contou ter feito de tudo para não dar o celular pra filha antes da garota completar 15 anos. Mas o pai discordou e deu o aparelho quando a menina ainda nem tinha entrado na adolescência. Hoje, a garota ignora a família e vive no celular.

É isso, gente, o celular é viciante – inclusive pra nós. Eu já citei aqui que, em média, nós brasileiros passamos 5 horas e 19 minutos por dia usando a internet no celular. Os dados são da pesquisa We Are Social, de 2024.

Detalhe, os brasileiros estão presentes em pelo menos 8 redes sociais diferentes.

Somos apaixonados pelo mundo virtual.

E se nós, adultos, temos dificuldade para usar racionalmente o aparelhinho, o que dizer das nossas crianças e adolescentes?

As redes sociais foram pensadas para nos manter ali, presos a elas. Noutras palavras, foram feitas para viciar.

Além disso, estudos mostram que o uso de smartphones ativa os circuitos de recompensa do cérebro, liberando dopamina, que é a mesma substância química liberada durante experiências prazerosas como comer ou fazer sexo. Essa liberação de dopamina reforça o comportamento de uso do celular, tornando-o um hábito difícil de quebrar.

Por isso, minha defesa número 1 é: pais, eduquem seus filhos para o mundo digital; ensinem como usar o celular e, se possível, retardem ao máximo a entrega de um aparelho só para eles.

Depois que o celular se tornar parte deles, parte do que são, tudo fica muito mais difícil.

E aí, o que fazer se seu adolescente não larga o celular?

A primeira coisa é entender este contexto que acabei de citar. Se o aparelhinho já faz parte da vida dele, se fica horas e horas ligado na telinha, você vai precisar agir com sabedoria.

O confronto não é a melhor estratégia. Tudo o que for fazer terá que ser dialogado, conversado, negociado.

Ainda assim, algumas coisas são essenciais. Entre elas, estabelecer o tempo de uso e o horário do uso. Tipo: pode usar depois das obrigações – estudar, fazer a tarefa, ajudar em casa etc. As obrigações primeiro. Depois, o lazer.

Outro limite essencial: na hora das refeições, nada de celular. Mas isso vale pro seu filho e pra você também. Se você come olhando para a telinha, a conexão familiar já foi pro lixo.

Mais um ponto necessário: monitore o uso. Você precisa saber o que seu filho acessa. É fato que ele/a deve saber usar o aparelhinho muito melhor do que você. Então procure aprender e ficar mais esperto/a. Seu filho pode estar consumindo conteúdos que não fazem bem a ele ou, pior, pode estar se conectando a criminosos.

Outra coisa que você pode e deve fazer: incentive seu filho a participar de atividades presenciais que demandem a presença dele ali, offline. Por exemplo, esporte, música, arte… Faça também programas familiares fora de casa, que permitam que as pessoas da família experimentem situações reais (não virtuais).

Por fim, uma última dica: conversem. Conversem abertamente. Mas sem julgamentos e acusações. Ficar gritando, atacando, acusando não ajuda. Conversem, falem sobre os riscos do uso excessivo, reconheçam os benefícios…

E, principalmente, tenha a maturidade de entender que só a força vontade do seu filho/a (ou seja, mesmo que ele/a se esforce) não vai tirar o celular da mão dele/a. O celular é viciante. Então vocês, juntos, precisam construir estratégias para ficarem menos tempo no celular. Por isso, conversem muito!

Celular e adolescentes: os riscos do uso excessivo

Você sabia que o uso excessivo do celular pode fazer mal aos adolescentes? Na verdade, faz mal pra todo mundo, né? Inclusive faz mal para o casamento.

O uso excessivo de celular por adolescentes pode trazer alguns riscos para a saúde emocional.

Sei que não é nada fácil tratar sobre isso com a moçadinha, mas é necessário.

O uso excessivo dos smartphones pode levar a uma série de problemas. Vou listar alguns problemas.

1) Ansiedade e depressão: O uso excessivo de celular pode aumentar os níveis de ansiedade e depressão em adolescentes. Eles podem se sentir pressionados a estar sempre conectados e atualizados nas redes sociais.

Um estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh encontrou uma correlação entre o tempo gasto nas redes sociais e o aumento dos sintomas de depressão e ansiedade em adolescentes. Aqueles que passavam mais tempo nas redes sociais apresentavam maiores níveis de sintomas depressivos e ansiosos em comparação aos que passavam menos tempo conectados .

2) Isolamento social: Deixa eu explicar… Embora estejam conectados pelos celulares, por vezes, adolescentes que ficam muito tempo online perdem a conexão física, presencial. Quando adolescentes passam muito tempo no celular, perdem contato com amigos e familiares, perdem o olho no olho, e até a capacidade de interagir presencialmente. E, gente, a conexão presencial é fundamental para a saúde emocional e para o desenvolvimento dos afetos.

3) Distúrbios do sono: O uso de dispositivos móveis antes de dormir pode prejudicar a qualidade do sono, causando insônia e outros distúrbios. E o sono, como os estudos científicos mostram, é fundamental para o desenvolvimento do adolescente.

4) Baixa autoestima: O constante uso de mídias sociais pode levar adolescentes a comparar suas vidas com as dos outros, levando a uma baixa autoestima e a sentimentos de inadequação.

5) Cyberbullying: O uso excessivo de celular pode aumentar a exposição a cyberbullying, o que pode levar a problemas emocionais, como ansiedade, depressão e baixa autoestima. E, pior, o mundo virtual tira a inibição e, de certo modo, facilita a agressividade, o ataque ao outro, porque, na tela, o outro não parece um igual, não parece um semelhante… parece ser apenas a miragem de um personagem.

6) Perda da concentração: O uso frequente de celular pode reduzir a capacidade de concentração e aumentar ainda mais os níveis de estresse e ansiedade. A constante necessidade de responder a notificações e mensagens pode fragmentar a atenção e gerar um cansaço mental. O efeito no processo de aprendizagem é significativo. E, nós professores enxergamos isso claramente em sala de aula: o aluno não se consegue ouvir o professor com atenção por 10 anos.

Mas e aí, o que os pais podem fazer?

Há várias medidas que os pais podem tomar para ajudar os filhos adolescentes a fazer um uso saudável e equilibrado do celular – e ainda volto a falar sobre isso, com mais profundidade, noutro texto. Mas, hoje, deixo duas dicas:

Primeira, estabeleça limites. Não se trata de proibir, mas de limitar o tempo de uso e os horários de uso.

E a segunda, muito diálogo. Muita conversa. E dando o seu exemplo de uso racional e sensato do seu celular.

Cinco coisas que silenciamos a respeito das mães

Frequentemente, ao falarmos sobre as mães, citamos algumas dificuldades, mas silenciamos angustias que muitas mulheres/mães carregam em seus corações.

Ser mãe é uma jornada incrível, de amor, alegria e momentos inesquecíveis. Mas não são raras as mulheres que vivem sentimentos contraditórios: sentem-se realizadas por serem mães, mas também se sentem cansadas e até um tanto arrependidas da escolha que fizeram.

Entre os desafios que as mães enfrentam, alguns deles são mais comentados, como noites mal dormidas e as birras épicas dos filhos. Mas existem outros desafios que muitas vezes ficam escondidos, quase invisíveis para a maioria das pessoas.

Hoje, vamos explorar cinco desses desafios da maternidade que nem sempre recebem a devida atenção:

  1. A culpa da mãe:

A culpa materna é um peso que muitas mulheres carregam, mesmo sem perceber. Ela pode surgir em diversas situações, desde se sentir cansada demais para brincar com as crianças até questionar se está tomando as decisões certas.

Muitas vezes, a mulher gostaria de ter tempo para si mesma, mas o filho está lá, impedindo seus planos. Isso produz culpa. Ela não gostaria de ver o filho como um “peso”, mas não pode impedir este tipo de pensamento.

Outras vezes, a culpa aparece por conta da raiva, da irritação que esta mãe sente em função do que a criança é capaz de fazer. A mulher sente raiva da criança e por sentir raiva, vem a culpa.

  1. A invisibilidade da mãe (é outra coisa que a gente quase nunca fala):

As mães muitas vezes se dedicam tanto aos seus filhos que acabam se tornando invisíveis para o mundo exterior. Frequentemente, nem a própria família consegue enxergar as necessidades dessa mulher.

Ela parece invisível. E se sente invisível.

As necessidades e desejos das mães (que antes de serem mães, são mulheres) podem ser deixados de lado, e elas podem se sentir isoladas e solitárias.

  1. A pressão da perfeição:

A sociedade impõe uma imagem irreal de perfeição às mães.

As mulheres são bombardeadas com imagens de mães impecáveis ​​que parecem ter tudo sob controle. Este discurso social, e até midiático (hoje, potencializado pelas redes sociais com a influenciadoras que parecem mães perfeitas) pode levar a sentimentos de inadequação e frustração.

Mais um ponto:

  1. O julgamento constante:

As mães estão constantemente sob o julgamento de outras pessoas, desde familiares e amigos até completos estranhos.

Se a criança faz birra, a culpa é da mãe. Se não vai bem na escola, o que essa mãe tá fazendo pra ajudar?

Se descuida da aparência, se engorda…

O que não faltam são julgamentos.

Isso pode ser extremamente desgastante e fazer com que as mulheres se sintam inseguras sobre suas habilidades maternas.

Por fim, a gente ainda silencia:

  1. A perda da identidade:

Ao se tornar mãe, muitas mulheres sentem que perdem parte de sua identidade. A vida gira em torno dos filhos, e os hobbies, sonhos e relacionamentos pessoais podem ficar de lado.

Muitas mulheres precisam abandonar seus projetos pessoais. E nem sempre isso fica bem resolvido pra elas. O que faz com que muitas mulheres não consigam identificar o próprio valor, saber quem, de fato, são…

Pois é, gente…

Para as mães, em datas especiais, a gente diz “feliz dia das mães”, dá um beijo, às vezes, um presente… Mas nem sempre enxergamos o que vai na alma de muitas mulheres, mães que silenciam suas dores, inseguranças e até sentimentos de culpa, invisibilidade, a tristeza pelos julgamentos, a perda da própria identidade.

Por isso, hoje, eu quis dar visibilidade a essas cinco coisas que quase nunca pensamos sobre os desafios de ser mãe.

Se, como filhos, maridos, irmãos, família enxergarmos um pouquinho as dores de nossas mães, poderemos apoiar nossas mães, nossas mulheres.

Elas merecem ser incentivadas, apoiadas, auxiliadas, acolhidas.

E você, mulher/mãe, saiba que é normal se sentir culpa, se se sentir invisível, pressionada… Mas não deixe que esses sentimentos consumam seu prazer de viver, sua alegria de ser mãe.

Você é gente, pessoa, humana. Não precisa ser perfeita. Ame-se, se cuide!

Permita-se errar, aprenda com seus erros e celebre suas vitórias.

Fica aqui meu reconhecimento a todas as mães, mas que antes de serem mães, são mulheres.

Como desenvolver uma mentalidade positiva?

Depois de falar aqui sobre as razões para ser mais positivo, teve gente que mandou oizinho pra mim no Instagram dizendo:

Ah, professor, eu não consigo. Eu já tentei. Eu sou meio amargurado, negativo. Tenho dificuldade de ver a vida de forma positiva.

Mas teve gente que também disse:

Para com isso, Ronaldo. Neste mundo, tudo dá errado. Como ficar pensando positivo?

Pois é, gente. Tem de tudo. Levo inclusive bronca dos ouvintes.

Mas, sabe de uma coisa? Eu também não sou a pessoa mais positiva do mundo. Pelo contrário, eu preciso me vigiar pra não ficar destilando negatividade. Dona Rute, vez ou outra, me ajuda ligando o botão de alerta:

Ei, para de ser negativo!

Anos atrás, eu lia um autor e, depois de ver várias considerações sobre os benefícios de ser positivo, eu anotei no meu caderninho:

O que custa tentar ser positivo? Se for dar errado, vai dar errado mesmo. Minha negatividade não vai mudar o cenário. Mas ser positivo me torna mais leve e ainda pode trazer outros benefícios.

Ou seja, ser mais positivo, pra mim, é uma escolha diária, uma luta diária.

E talvez seja assim com você também. Algumas pessoas parecem nascer com este dom: o dom de olhar o mundo de forma mais positiva.

Sim, algumas pessoas são mais positivas do que outras. E isso naturalmente.

Algumas pessoas realmente parecem ter uma predisposição para serem mais otimistas. No entanto, isso não quer dizer que outras estejam condenadas a serem negativas.

Todos nós podemos trabalhar para desenvolver uma mentalidade positiva.

Mas o que é ter uma Mentalidade Positiva?

Ter uma mentalidade positiva não significa ignorar os problemas ou fingir que tudo está bem. Significa, sim, encarar as dificuldades com uma atitude de resolução e esperança.

A mentalidade positiva nos permite ver o mundo de maneira mais otimista e encontrar oportunidades mesmo nas dificuldades.

Tal Ben-Shahar, professor de Psicologia Positiva em Harvard, destaca que desenvolver uma mentalidade positiva envolve cultivar hábitos que promovam tanto a satisfação imediata quanto o propósito a longo prazo.

E como fazer isso? Vamos lá. Algumas sugestões pra você!

Entenda seus próprios pensamentos e emoções. Este é o primeiro passo. Se você não consegue enxergar sua negatividade, você não poderá enfrentá-la e trabalhar para mudar. Portanto, identificar padrões negativos é o primeiro passo para substituí-los por positivos.

Cerque-se de pessoas positivas. Se todo mundo ao seu redor é negativo, você também será negativo. Nós espelhamos as emoções e comportamentos das outras pessoas, como nos lembra Daniel Goleman, autor de Inteligência Emocional. Então… Procure passar mais tempo com pessoas que têm uma atitude positiva.

Pratique a gratidão. Reserve um momento do seu dia para refletir sobre pelo que você é grato. Anotar três coisas pelas quais você é grato todos os dias pode fazer uma grande diferença no seu bem-estar.

Questione seus pensamentos negativos. Quando perceber pensamentos negativos, questione se eles são realmente verdadeiros ou se há uma forma mais positiva de ver a situação. Tem alguma base para essa negatividade toda? Tem fundamento?

Cuide da sua mente e do seu corpo: Gente que dorme mal é gente que tem o humor alterado e isso afeta a maneira como enxergamos a vida. Gente que não cuida do corpo, que não se exercita, que não se movimenta, é gente que não produz hormônios do bem-estar. Gente que só ouve e assiste notícias negativas, que assiste filmes, séries tensas, negativas, gente que fica horas e horas nas redes sociais, é gente que desenvolve uma espécie de tristeza, de depressão, que rouba o ânimo, a motivação. Então cuide da sua mente e do seu corpo. Isso vai te ajudar a ter uma mentalidade positiva.

Pegou a ideia?

Conquistar uma mentalidade positiva é um processo contínuo e pessoal. Não significa que você nunca terá dias difíceis e nem que não terá recaídas. É preciso treinar a mente. Mas quanto mais você treinar a mente para ver o mundo de forma mais positiva, mais preparado você vai estar para ser positivo.