Golpe do bilhete premiado

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Quem cai no golpe do bilhete premiado? Eu me surpreendo sempre quando vejo o noticiário e descubro os perfis das vítimas. É impressionante! Tem gente simples, mas tem gente supostamente esclarecida. E o que leva a pessoa a ser seduzida? Primeiro, a habilidade dos criminosos; segundo, a ganância.

Soube do caso de uma professora. Ela perdeu R$ 100 mil. E os golpistas não levaram mais, porque não quiseram. A vítima sacou o dinheiro, que era de uma casa que havia vendido, e só não deu outros R$ 100 mil porque os bandidos não esperaram pela grana.

É curioso ouvir o relato dos funcionários do banco. Eles a questionaram sobre o motivo do saque. Ela respondeu que aplicaria na compra de um sítio. Como estranharam o comportamento da cliente, insistiram que negócios não podem ser feitos de última hora, que poderia estar sofrendo um golpe. A professora sustentou que era esperta e ninguém ia passá-la para trás. As lágrimas de desespero, enquanto registrava a ocorrência na delegacia, demonstram que nem sempre dá para ser auto-confiante.

Sabe, eu nunca acreditei em dinheiro fácil. Nem apostas eu faço. Conheço gente que vez ou outra embarca em “novidades”, aquelas parecidas com pirâmides, e até faturam seus trocados. Existem inclusive alguns produtos que são vendidos dessa forma: você ganha pelo simples fato de alguém, que foi seu cliente, estar vendendo o tal objeto. Porém, pra mim, não dá. Talvez eu seja conservador demais, ou seguro demais.

Acho, porém, que a ganância tem norteado as escolhas de muita gente. O golpe do bilhete só seduz porque a pessoa vê ali uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Pior, há uma motivação que vai para além da ganância. Enquanto o golpe se desenvolve, a vítima acredita que está se dando bem, que vai se dar bem cima do outro “tolo”. Ou seja, há um desejo desonesto. O estímulo, que faz funcionar o golpe, nasce da ganância combinada com certo “mau-caratismo”; não tem nada a ver com “vou ajudar o outro comprando o bilhete”.

Ou seja, se nossas motivações fossem virtuosas, éticas, o golpe nunca se efetivaria.

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