Decisões que se tornam amargas

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Você já se arrependeu de alguma decisão? Já fez alguma escolha, quebrou a cara e sentiu vontade de voltar atrás?

E aí… Já?

Eu já. Prefiro nem fazer lista das coisas que gostaria de voltar atrás… O arrependimento geralmente provoca dor, muita dor.

Tem gente que diz: “ah… não me arrependo de nada do que eu fiz”. Bom, se a pessoa não se arrepende de nada provavelmente foi muito sábia em suas escolhas ou tem dificuldade para admitir que alguns de seus fracassos e até de problemas que sofre hoje são fruto de decisões erradas do passado.

Arrepender-se é uma forma de aprendizado. Só se arrepende quem entende que poderia ter feito diferente. E que a decisão anterior não foi a melhor.

Porém, hoje, quero listar alguns pontos sobre decisões passadas.

Primeiro, não dá para voltar atrás. Tem decisões que se tornam amargas. Muito amargas.

Dias atrás, uma colega viu um dos meus textos sobre escolhas e comentou: “Ronaldo, tem decisões que se tornam tão amargas… O que fazer?”.

Então… não dá para voltar atrás. Mesmo quando interrompemos a jornada, já não voltamos ao ponto de partida.

Deixa eu exemplificar… Imagine que você considere errado ter deixado a cidade onde sempre viveu para morar noutro lugar, em busca de novas oportunidades. Você pode voltar? Pode. Mas você não encontrará mais a vida que você tinha.

Quando retornar para a antiga cidade, você será outra pessoa; a cidade onde você morava também mudou, porque as pessoas mudaram no tempo em que você esteve ausente.

Retornar pode ser bom? Pode. Mas o tempo em que esteve fora sempre representará um vazio; sempre será uma memória de uma decisão errada.

Tá entendendo?

Talvez a decisão errada seja um casamento. E aí? O que fazer?

Tem gente que casa pensando: “ah… se der errado, a gente separa”.

Pois é… A separação pode parecer uma solução. Mas o que muita gente parece ignorar é que este casamento fracassado será levado como memória (talvez traumática) por toda uma vida. Além disso, se tiver filhos, essas crianças serão vítimas de uma decisão errada.

Portanto, não dá para voltar atrás.

Um segundo ponto, embora algumas decisões se revelem desastrosas, é preciso se perdoar.

Escute, as escolhas do passado foram feitas com a mentalidade de uma outra época; éramos pessoas diferentes. Este diálogo interior precisa acontecer…

Quando a culpa bate à porta por algo que foi feito no passado, precisamos dizer para nós mesmos: ei, você fez bobagem! Você foi um tolo! Mas você é uma outra pessoa hoje. Então vamos em frente.

Acolher a si mesmo, com seus erros, fracassos, é fundamental para seguir vivendo. Se pecou, se magoou alguém, peça perdão… Mas não fique preso às escolhas do passado.

Terceiro ponto, não dá para corrigir o passado, mas muitas vezes é possível acertar o futuro.

E isso depende de uma posição ativa, como protagonista da própria história, sem nunca se enxergar como vítima.

A decisão errada do passado não precisa se tornar uma herança eterna.

Com sabedoria, é possível começar novas histórias, construir novos caminhos e ter uma vida melhor.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay