Lidando com pessoas interesseiras: estabelecendo limites e preservando seu bem-estar

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Você já se sentiu usado por alguém que só te procura, só te liga quando precisa de um favor, um conselho ou um ombro amigo? Como lidar com esse tipo de situação sem se sentir magoado ou explorado?

Este é o assunto de hoje. E foi sugerido por uma das nossas ouvintes lá no meu Instagram.

Gente, pra começar, preciso fazer um esclarecimento: é evidente que muita gente só nos procura para pedir ajuda porque, hoje, todo mundo anda na correria. Vida difícil, estressante e aí, só quando a situação aperta e não há mais nada a fazer, a pessoa pede socorro.

Também é importante dizer que, segundo um estudo publicado na “Revista de Personalidade e Psicologia Social, uma publicação da Associação Americana de Psicologia, dos Estados Unidos, as pessoas tendem a subestimar o quanto os outros estão dispostos a ajudar.

Isso significa que, para muitas pessoas, não é nada confortável pedir ajuda, porque acreditam que não serão acolhidas. Além disso, podem se sentir desconfortáveis ou até humilhadas. E, por isso, se pedem ajuda, é porque realmente precisam.

Porém, infelizmente, existem umas figurinhas que parecem desprovidas de bom senso. O comportamento interesseiro e oportunista é uma realidade. Este comportamento pode ocorrer em diferentes ambientes, como no trabalho, na família ou nas amizades.

Inspirado nas ideias de Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional, podemos dizer que as pessoas interesseiras são aquelas que têm dificuldade em se preocupar com os sentimentos dos outros e tendem a priorizar seus próprios benefícios. Elas podem usar estratégias como a manipulação, a sedução ou a chantagem para conseguir o que querem.

Mas por que elas agem assim? Uma das possíveis explicações é que elas têm uma baixa autoestima e uma grande carência afetiva. Elas não se sentem valorizadas por si mesmas e dependem da aprovação dos outros para se sentirem bem.

Por isso, elas buscam constantemente a atenção e o reconhecimento das pessoas que admiram ou que podem lhes oferecer algo em troca. Elas também podem ter medo de se envolver emocionalmente e preferem manter relações superficiais e passageiras.

Como podemos identificar as pessoas interesseiras? Algumas características que podem nos alertar são:

Elas só entram em contato quando precisam de algo ou quando estão em dificuldade.

Elas não demonstram interesse genuíno pela nossa vida, pelos nossos sentimentos ou pelos nossos problemas.

Elas não são gratas pelo que recebem e não retribuem os favores ou as gentilezas.

Elas mudam de atitude conforme a conveniência e não são leais ou confiáveis.

Elas falam mal dos outros pelas costas e podem nos trair se isso lhes for vantajoso.

Como podemos agir diante das pessoas interesseiras? Aqui vão algumas dicas:

Estabeleça limites e aprenda a dizer não. Não aceite fazer coisas que vão contra os seus princípios ou que prejudiquem a sua saúde ou o seu bem-estar. É preciso se respeitar para se fazer respeitar.

Seja assertivo e expresse os seus sentimentos. De maneira respeitosa, diga à pessoa como você se sente quando ela te procura apenas por interesse e peça que ela mude de atitude. Uma conversa honesta pode esclarecer mal-entendidos e abrir caminho para um relacionamento mais saudável.

Avalie o valor do relacionamento: Algumas relações, embora desequilibradas, podem ser valiosas para você. Por outro lado, se um relacionamento lhe causar mais dor do que prazer, talvez seja hora de reavaliá-lo.

Não se deixe levar pela culpa ou pela pena. Se, como bom cristão, você quiser ajudar a pessoa, estará fazendo uma boa coisa. Mas, se fizer se sentindo usado/a, com raiva de você (cheio de sentimentos negativos) por não estabelecer limites, não há nenhuma bênção em sua atitude.

Lembre-se, você é a única pessoa responsável por gerir as suas emoções. Navegar por relacionamentos desequilibrados pode ser difícil, mas, com sabedoria, é totalmente possível. Então, continue investindo em seu crescimento e não esqueça que cada interação é uma oportunidade de aprender e crescer.