Concentre-se no que é essencial: a arte de definir prioridade

Já se encontrou navegando pelo oceano infinito da internet quando deveria estar trabalhando em um projeto importante? Essa é uma cena comum na sociedade moderna e ilustra a facilidade com que somos distraídos, especialmente em um mundo repleto de estímulos constantes.

A nossa era é dominada por notificações, mídias sociais, e uma série de outros atrativos que competem por nossa atenção. Uma simples verificação de e-mail pode transformar-se em horas de procrastinação.

Quantas vezes nos pegamos assistindo a vídeos aleatórios no YouTube, no Tik Tok ou navegando sem rumo pelas redes sociais quando deveríamos estar focados em tarefas mais importantes?

Epicteto, o antigo filósofo estoico, nos ensinou sobre a importância de se concentrar no que realmente importa.

Ele disse: Concentre-se em sua principal obrigação. Existe tempo e lugar certos para diversão e distração, mas você nunca deve permitir que elas passem por cima dos seus verdadeiros objetivos pessoais.

Uau! Demais, né? Que ensinamento precioso – principalmente para os nossos dias.

Para o filósofo, não deveríamos ser escravizados por nossas distrações ou emoções, mas sim dominá-las para que possamos viver uma vida com propósito e significado.

Na verdade, gente, não são as notificações do celular, não é o lazer, o entretenimento que esvazia nossa vida. O problema está em não sabermos separar as coisas.

Sabe aquela coisa de ter um tempo para cada coisa na vida? Salomão escreveu que há um tempo para tudo na vida.

E quando temos algo para fazer, deveríamos nos concentrar em sua realização, em sua conclusão. E com verdadeiro empenho.

O escritor Henry David Thoreau observou que “A maioria dos homens leva vidas de silencioso desespero”, muitas vezes porque permite que as distrações do mundo exterior ditem o curso de suas vidas.

É fato que aquilo que é obrigação geralmente demanda energia, é cansativo, desgastante.

É bem mais divertido ficar vendo vídeo na internet, assistindo programa de televisão…

Mas quando nos distraímos, deixamos de ser produtivos.

Recordo que, meses atrás, enquanto estava numa obra lá em minha casa, vi várias vezes alguns dos operários no celular, no whatsapp durante o trabalho… E faziam frequentes interrupções.

Eles ganhavam por etapa da obra realizada. Logo, quando mais rápido terminassem, em menos tempo estariam com o dinheiro na mão, serviço concluído e oportunidade para assumir um outro trabalho.

Mas se deixavam distrair…

Na faculdade, todos os anos, vejo meus alunos se envolvendo com projetos desnecessários, preocupados com festas e, quando o semestre termina, por vezes, perdem duas semanas em provas substitutivas para recuperar notas… E essas provas custam caro. Às vezes, mesmo com as substitutas, reprovam.

Qual o problema? Falta foco, objetivo. Se estivessem concentrados na principal obrigação não teriam problemas.

Para não cairmos na armadilha das distrações, precisamos cultivar um senso de dever interno, um compromisso com nossos verdadeiros objetivos.

O grande Viktor Frankl, psiquiatra, afirmou que “aquele que tem um porquê para viver pode enfrentar quase qualquer como”. Em outras palavras, quando temos um propósito claro, as distrações se tornam menos atraentes.

Mas, como fazer isso na prática? Primeiro, é essencial definir claramente nossos objetivos e reconhecer as distrações por aquilo que realmente são: obstáculos temporários.

Em segundo lugar, precisamos de autodisciplina.

Lembremos das palavras de Epicteto, que nos incentivam a não sermos dominados pelas circunstâncias, mas a dominá-las.

O equilíbrio não está em eliminar as distrações, mas em saber quando e como desfrutá-las, sem que elas nos desviem de nossos verdadeiros propósitos.

No fim das contas, a vida é curta demais para ser vivida à mercê das distrações. Portanto, concentre-se no essencial, priorize sua principal obrigação e, assim, alcance o verdadeiro sentido da realização.