Brigas podem destruir relacionamentos

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Toda discussão, no relacionamento, é desgastante. E, com frequência, tem potencial para deixar marcas na história do casal.

O ideal é que os casais não discutissem; apenas dialogassem – mesmo quando há o embate de ideias.

Porém, a vida real de um casal não é um mar de rosas. Todo mundo perde a razão de vez em quando. Vez ou outra, “a casa cai”, né?

Enquanto o casal briga, ainda existe um casal – ou pelo menos, a tentativa de duas pessoas seguirem como casal. O silêncio, a ausência de embates, é indicador de que o relacionamento está em grave crise ou já acabou. Essas duas pessoas podem viver juntas, mas, na alma, estão separadas.

Eu acredito nisso. Penso os embates são necessários. Eles fazem parte das negociações diárias para que o relacionamento funcione.

Porém, noto que, com frequência, as discussões se tornam ofensivas. Na briga, quase sempre há o desejo implícito de vencer, de ferir o outro. E é nesse jogo que as mágoas podem surgir.

Pede-se perdão depois, perdoa-se… mas palavras ditas não voltam atrás. Na memória, fica o registro da ofensa, da humilhação.

E é justamente esse registro negativo que vai distanciando o casal.

Às vezes, nem há necessidade de palavras ofensivas para que a mágoa se instale. Pode ser um gesto, um semblante irônico, carregado de desprezo. Tudo isso fica registrado e machuca o romance.

Quando discutimos com a pessoa amada, nem sempre nos damos conta que estamos plantando sementes que produzirão dissabores futuros e até desamor.

O amor se conquista e deve ser alimentado diariamente. Atitudes que ofendem, que magoam, esfriam os sentimentos.

Com o tempo, perde-se a intimidade, o desejo, a empolgação. Falta inclusive disposição para o sexo. A relação pode até ser mantida, pode-se reconhecer os benefícios da companhia do outro…

Mas não tem a mesma graça, a mesma vivacidade. E isso não é porque a paixão foi embora. É porque, no coração, ainda ecoam os gritos, as ofensas, os gestos grosseiros, os semblantes cheios de rancor…

E é por isso que aprender a discutir de forma construtiva se torna vital. A chave é substituir a vontade de vencer pelo desejo de compreender. Quando um casal escolhe ouvir atentamente, em vez de preparar a próxima réplica, a dinâmica muda. É importante focar na resolução, não no conflito.

A comunicação eficaz envolve expressar sentimentos e necessidades sem acusar ou diminuir o outro.

Falar em primeira pessoa – verbalizar expressões do tipo “eu sinto”, “eu percebo” – ajuda a evitar que o parceiro se sinta atacado. A empatia deve ser a bússola do diálogo – tentar entender a perspectiva do outro, mesmo que não concorde com ela.

O respeito mútuo é essencial.

Lembre-se de que a pessoa com quem você está discutindo é aquela que você ama. As brigas devem ser espaços seguros para expressar desacordos, sem medo de julgamento ou retaliação. Palavras e ações devem visar a cura, não a ferida.

E, quando necessário, uma pausa pode ser benéfica. Se as emoções estiverem muito altas, é válido dizer: “Preciso de um momento para pensar”. Isso evita que palavras impensadas causem danos irreparáveis.

Por fim, faz bem lembrar que o objetivo não é nunca brigar, mas sim saber como tratar dos conflitos de maneira a fortalecer o relacionamento e não destruí-lo.

O amor, em sua essência, é um constante aprendizado sobre o outro e sobre si mesmo.

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