A dependência de Amy Winehouse

Texto do programete que produzo para a Rede Novo Tempo:

Uma das melhores cantoras da atualidade é a inglesa Amy Winehouse. Tida como uma das grandes revelações da música contemporânea, a cantora, de 25 anos, é unanimidade no meio artístico. Sua voz lembra a das grandes divas negras do jazz. Mas o que tem de talento, Amy Winehouse tem de escândalos e dependência química. A jovem inglesa é dependente de drogas pesadas, já foi presa várias vezes e dificilmente passa dois meses sem dar entrada em algum hospital. Os motivos são os de sempre: complicações por uso abusivo de drogas.

No último fim de semana de novembro, o marido da cantora, Blake Fielder falou ao jornal inglês “News of the world”. Na entrevista, ele admitiu que foi o responsável por ter transformada Amy em viciada. Por isso mesmo, disse que está abandonando a mulher. Ele disse: “agora queiro deixar ela salvar sua vida”.

A entrevista de Blake Fielder chega a ser chocante. Ele contou que, não raras vezes, enquanto se drogavam, ele e a mulher cortavam os braços e perdiam os sentidos. Era uma espécie de sinal de lealdade – um Romeu e Julieta as avessas.

Sabe amigo, a entrevista desse jovem de 26 anos me chamou a atenção. Fez-me pensar no quanto nossos relacionamentos nos afetam para o bem ou para o mal. Amy Winehouse é hoje uma mulher desfigurada. Qualquer pessoa que já tenha visto uma imagem da cantora inglesa, talvez chegar a pensar que aquela moça era a transfiguração do demônio. A beleza de Amy se foi. Suas tatuagens, sua magreza excessiva, seu cabelo estranho, sua maquiagem pesada e olhar estranho causam diversas sensações, menos a de que Amy seja uma pessoa com a qual gostaríamos de conviver.

Mas a entrevista de Blake Fielder é reveladora. Amy poderia estar esbanjando seu talento musical, diante de grandes platéias do mundo, sem ter em seu currículo tantos escândalos. E suas passagens por hospitais, envolvimento em brigas, prisões poderiam ser evitadas se a cantora tivesse compartilhada da companhia das pessoas certas. O próprio ex-marido de Amy já admitiu sua influência negativa na vida da jovem.

Olhando para esta história, que nada tem de conto-de-fadas, não é difícil entender que o meio em que vivemos determina o que somos. Não é difícil concluir que nossas amizades, nossos amores podem ser determinantes na nossa existência. Quando convivemos com pessoas problemáticas, trazemos para junto de nós aqueles problemas todos e abrimos a porta de nossa vida para aceitarmos como naturais comportamentos reprováveis.

Lembro neste momento do salmo primeiro. O primeiro verso diz:

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

O salmista não está propondo aqui um comportamento discriminador, preconceituoso. Não é esta idéia. A proposta é dizer “feliz é o homem que escolhe bem seus amigos. Feliz é o homem que sabe com quem anda. Felizes são as pessoas que entendem que nem tudo que é ofertado nos faz bem”.

Pense um pouco mais sobre isto. Entenda que a vida pode ser muito mais fácil quando escolhemos bem nossas companhias.

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