Economia da solidão: como o mercado se adapta à tendência de viver sozinho

Você sabia que o crescimento de parcela da população que vive sozinha é tão significativo que já surgiu um segmento da economia que se chama “economia da solidão”?

É isso mesmo… “Economia da solidão”. Trata-se de um mercado específico para atender pessoas solitárias.

O capitalismo não perde tempo, né? Tudo é dinheiro. E como muitas pessoas estão vivendo sozinhas, o mercado tem se organizado para garantir um atendimento diferenciado para quem vive nessa condição.

O jornal Folha de São Paulo tratou deste tema dias atrás. Segundo dados do Instituto Gallup e da Meta, aproximadamente 24% da população de 142 países se declara muito ou razoavelmente solitária.

Este fenômeno tem despertado o interesse de empresas de diversos setores, que percebem oportunidades de negócios e investimentos nesse mercado em expansão.

A chamada “economia da solidão” abrange uma variedade de setores, incluindo tecnologia, alimentação e serviços.

Empresas estão lançando produtos e serviços direcionados para atender às necessidades e preferências desses indivíduos solitários. E aí tem muita coisa acontecendo… Desde opções de entretenimento até soluções práticas para o dia a dia.

Por exemplo, às vezes, a pessoa vive sozinha e quer ir a um restaurante. Mas chega no local só tem mesa para quem vai acompanhado… A pessoa fica até meio deslocada. Sem contar que, se for mulher, ao ocupar uma mesa de dois lugares ainda corre o risco de um engraçadinho querer ocupar o outro lugar para flertar… É chato para a pessoa; para o dono do restaurante, não é bom para os negócios.

No Brasil, o número de pessoas que se dizem sozinhas está em crescimento. Cerca de 15% dos entrevistados pelo Instituto Gallup afirmaram ser sozinhos, indicando um considerável potencial de mercado.

Essa mudança de comportamento também está refletida no aumento da procura por serviços como reservas de mesas individuais, opções de viagem silenciosa em aplicativos como o Uber e até mesmo robôs de companhia, como o Lovot, que mais parece um bichinho de estimação e pede até carinho.

E a “economia da solidão” também já notou que esses indivíduos que vivem sozinhos tendem a gastar menos em certos itens, como alimentação, ao escolherem opções mais econômicas e embalagens compactas.

Então, pegue a dica: se você é comerciante, trabalha na área de serviços ou produtos, não ignore esse mercado em expansão – o das pessoas sozinhas. Crie estratégias para atendê-las bem!

Enfim…

Essa escolha deliberada de viver sozinho pode também influenciar positivamente a economia, com maior capacidade de poupança e tomada de decisões de consumo mais conscientes.

Porém, além da informação deste fenômeno contemporâneo com efeitos na economia, vale uma pergunta: até que ponto a solidão faz bem?

Talvez, do ponto de vista econômico, existem vantagens.

Mas há pelo menos dois outros aspectos que precisam ser considerados.

Por que as pessoas preferem viver sozinhas?

E até que ponto a solidão afeta nossa saúde emocional?

As respostas não são simples e merecem inclusive dois novos textos.

Mas, pra hoje, quero finalizar com um recado: morar sozinho ou sozinha não significa necessariamente ser uma pessoa sozinha.

Existem muitas pessoas que vivem sozinhas, mas não são solitárias. Elas têm amigos, se envolvem com a comunidade…

Para essas pessoas, o movimento da chamada “economia da solidão” é positivo, porque representa uma espécie de respeito às pessoas que não estão sempre acompanhadas.

Pra quem vive sozinho, sozinha, e quer fazer uma viagem, faz bem ter opções de viagem que não sejam pensadas apenas para quem tem um companheiro, companheira ou esteja com amigos…

Para quem vive só, é legal não se sentir estranho num restaurante porque não está acompanhado.

Porém, escuta o Ronaldo: ainda que o mercado crie alternativas para humanizar as relações de consumo para pessoas que vivem sozinhas, não aceite a solidão como normal.

Você pode não ser casado, casada… Mas não pode abrir mão das conexões familiares, das boas amizades… Sua saúde mental agradece!