Como falar com seu filho adolescente para que ele te escute?

Falar é fácil, né? Difícil mesmo é falar de uma maneira que o filho escute. Conversar com nossos filhos deveria ser algo fácil, mas não é. Na verdade, a gente tem dificuldade para dialogar – não importa com quem. Qualquer conversa que demanda um pouco mais de atenção, que trata de algo mais complexo, é um processo sofrido pra muita gente.

E não é diferente com os filhos.

Prefere ouvir? Dê o play!

Muitas vezes, os pais se sentem frustrados, ignorados ou desafiados pelos seus filhos, que parecem viver em um mundo à parte. Mas, entenda: é possível estabelecer uma relação de confiança, respeito e diálogo com os adolescentes, seguindo algumas dicas simples.

Pegue as dicas:

Seja breve e direto. Os adolescentes não têm paciência para ouvir longos discursos ou sermões. Por isso, tente transmitir a sua mensagem de forma clara e objetiva, usando frases curtas e simples. Evite repetir as mesmas coisas ou dar muitas explicações.

Às vezes, a gente parece ter a impressão que, para que o outro entenda, é necessário repetir 20 vezes a mesma coisa. Isso cansa e o filho/a bloqueia a informação. Na prática, ele não escuta o que você falou.

Dê espaço para que o seu filho também se expresse e faça perguntas. Diálogo é isso: um fala, o outro escuta… Depois, quem escutou também fala, se expressa, questiona…

Mostre interesse e empatia. Os adolescentes precisam se sentir compreendidos e valorizados pelos seus pais. Por isso, demonstre que você se importa com o que ele pensa, sente e faz.

Escute com atenção, sem interromper ou julgar. Reconheça os seus pontos de vista, mesmo que não concorde com eles. Tente se colocar no lugar dele e entender o que ele está vivendo.

Escolha o momento certo. Não se trata de se tornar refém do seu filho. Trata-se de ter bom senso. Seu filho é uma pessoa, um ser humano – como você. Quando você está cansado, irritado ou teve um dia complicado, como você se sente? Tem disposição de ter uma conversa mais difícil?

Então, entenda isso… Procure um momento em que ele esteja mais relaxado, receptivo e disposto a dialogar. Pode ser durante uma refeição, um passeio, uma atividade em família… Enfim, escolha um momento mais calmo. E que você também esteja bem, com paciência inclusive para ser questionado/a. Evite abordar assuntos delicados ou polêmicos quando ele estiver com os amigos, na frente da TV ou do celular.

Use o humor e a criatividade. Os adolescentes gostam de se divertir e de se surpreender. Por isso, use o humor e a criatividade para tornar as conversas mais leves e interessantes.

Seja positivo e elogie. Os adolescentes precisam de incentivo e reconhecimento dos seus pais. Por isso, seja positivo e elogie os seus esforços, os seus progressos e as suas conquistas.

Demonstre que você valoriza seu filho. Evite criticar, comparar, culpar ou rotular o seu filho. E quando falo de comparação, isso é forte, viu? Toda comparação é desastrosa. Não use o irmão, a irmã… o amigo/a de seu filho como referência.

Estabeleça limites e regras. Ser legal com seu filho, não significa abrir mão da autoridade. Pais são pais, não são amiguinhos.

Os adolescentes precisam de orientação e disciplina dos seus pais. Por isso, estabeleça limites e regras claras, coerentes e consistentes para o seu filho.

Explique o porquê das suas exigências e as consequências de não cumpri-las. Seja firme, mas flexível. Negocie quando for possível e mantenha a sua palavra. Aplique as sanções com justiça e proporcionalidade.

Expresse o seu amor e o seu apoio. Os adolescentes, acima de tudo, precisam de amor e apoio dos seus pais.

Por isso, expresse o seu amor e o seu apoio de forma verbal e não verbal. Diga que você o ama, que se orgulha dele, que confia nele, que está ao seu lado. Abrace, beije, acaricie, sorria, olhe nos olhos. Mostre que você é o seu maior aliado e que pode contar com você para o que precisar.

Por fim, uma última dica: não se coloque como pessoa perfeita e que não erra. Seu filho sabe que você está mentindo e te conhece melhor do que você pensa. Mostre suas vulnerabilidades, reconheça seus defeitos… Desarme-se antes de conversar com seu filho. Seja verdadeiro sobre quem você é.