Crianças e adolescentes estão em perigo. Hoje, é quase impossível garantir que os menores nunca vejam pornografia.
Vamos falar sobre isso?
As novas tecnologias, potencializadas pelo acesso à internet, colocam a informação a apenas alguns cliques de distância.
Essa facilidade, porém, traz novos desafios, especialmente quando se trata da proteção de nossas crianças e adolescentes. Um dos maiores perigos que rondam o mundo digital é o acesso à pornografia.
Em entrevista recente ao jornal ABC, um dos maiores periódicos espanhóis, a psicóloga Anna Salvia, especialista em educação sexual, fez um alerta crucial. Ela disse: “Hoje em dia, é impossível garantir que os menores nunca vejam pornografia”.
A especialista destacou que, com a proliferação de smartphones e tablets, o conteúdo pornográfico está mais acessível do que nunca, e muitas vezes disfarçado em sites e aplicativos aparentemente inofensivos.
Isso reforça algo que a gente tem insistido aqui: os pais não podem ficar omissos. Eles devem tomar agir, porque a pornografia não só está acessível como também “normaliza a desigualdade e a violência sexual contra as mulheres”, além de produzir uma visão estereotipada sobre o sexo.
E pra você entender a urgência de agir pra evitar que seu filho/a tenha acesso à pornografia, vou listar alguns riscos do acesso a esse tipo de conteúdo.
Primeiro – Desenvolvimento sexual distorcido: A pornografia apresenta uma visão irreal e fantasiosa do sexo, podendo levar a expectativas irreais e frustrações na vida sexual real. A pornografia “mostra uma maneira irreal de ter relações sexuais”, o que distorce gravemente a percepção dos jovens sobre a sexualidade saudável.
Segundo – Comportamentos de risco: A exposição à pornografia violenta ou degradante pode aumentar a chance de comportamentos sexuais agressivos ou de risco.
Terceiro – Vício e isolamento: O consumo excessivo de pornografia pode levar ao vício, comprometendo o desempenho escolar, social e profissional do jovem.
Quarto – Problemas de autoestima: A comparação com os corpos irreais da pornografia pode gerar baixa autoestima e insatisfação com a própria imagem.
Quinto – Dificuldades nos relacionamentos: A visão distorcida do sexo pode prejudicar a comunicação e a intimidade em futuros relacionamentos. A psicóloga Anna Salvia salienta a importância de diferenciar o sexo real do sexo pornográfico. A pornografia cria expectativas irreais que prejudicam relacionamentos íntimos saudáveis.
Diante de tantos problemas, o que os pais podem fazer?
Vou dar cinco dicas:
Diálogo aberto: Converse com seus filhos sobre sexualidade de forma natural e aberta, desde cedo. A psicóloga Anna Salvia encoraja os pais a tomar a iniciativa e começar a conversa. Não dá pra fingir que o problema não existe.
Educação digital: Ensine seus filhos sobre os perigos da internet e como se proteger de conteúdos impróprios, reforçando a necessidade do uso consciente das tecnologias digitais.
Controle parental: Utilize ferramentas de controle parental para restringir o acesso a sites e aplicativos pornográficos. Essa é uma estratégia essencial.
Monitoramento: Acompanhe o comportamento online de seus filhos. Saiba por onde seus filhos navegam, confira o histórico…
E, por fim, se você notar que seu filho está apresentando comportamentos preocupantes relacionados à pornografia, procure ajuda profissional.
Lembre-se: a prevenção é sempre o melhor caminho.
Ao manter um diálogo aberto com seus filhos e educá-los sobre os perigos da pornografia, você estará protegendo-os de riscos que podem ter consequências graves para o desenvolvimento físico e emocional.
Cabe aos pais auxiliar os filhos a desenvolver uma visão crítica sobre a pornografia, inclusive para que estejam preparados para tomar decisões acertadas sobre a própria sexualidade.