É por isso que nenhum relacionamento está blindado às crises

Tenho visto gente fazendo sucesso com livros e palestras apresentando ideias de como blindar o relacionamento. Ou seja, essas pessoas sustentam o discurso de que é possível construir um relacionamento pleno, feliz e fechado às tentações, traições etc.

Geralmente listam uma série de coisas que o casal deve fazer como se uma bem sucedida vida a dois fosse resultado de um manual de comportamento do tipo “faz isso, faz aquilo… pode isso, não pode aquilo”.

Porém, as coisas não funcionam assim.

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E sabe por quê?

Porque você pode fazer tudo pela relação. Você pode ser uma pessoa que luta diariamente pelo relacionamento. E faz de Deus o seu maior parceiro. Mas você não pode fazer o seu companheiro, a sua companheira, ter as mesmas atitudes que você tem.

Gente, eu acredito no investimento diário, na construção mútua de um relacionamento feliz. Porém, não acredito em blindagem.

Viver a dois é vida a dois. Você pode fazer tudo, mas só pode ser responsável por seus atos.

Embora suas atitudes afetem a vida do outro, o outro também deve fazer a parte dele. E isso de boa vontade, por ter objetivos comuns, por sonhar os mesmos sonhos que você sonha.

Quando a gente aceita dividir a vida com alguém, deve entender que essa caminhada está sujeita a todo tipo de dificuldade.

E isso exige que as duas pessoas envolvidas estejam comprometidas com um mesmo propósito: superar todas as adversidades a fim de preservarem o relacionamento.

Acho incrível a tese do “felizes para sempre” vendida pelos contos de fadas, porém ela é falsa. Os contos de fadas nos enganaram.

Não é por que o casal está feliz hoje que amanhã o casal seguirá feliz.

A vida nos surpreende. E coisas ruins acontecem, inclusive com pessoas boas.

Uma das ilusões que muitas vezes alimentamos é de que a pessoa amada nunca vai nos decepcionar. Mas vai. É evidente que vai. Em algum momento, a pessoa vai falhar…

E nós também vamos falhar. E isso por uma razão muito simples: somos humanos.

Humanos não são robôs, nem sempre dão conta de seguir a receita, de fazer tudo certinho.

A gente até pode saber o que tem que fazer, mas nem sempre faz.

Por exemplo, eu apresento aqui em diferentes textos uma série de atitudes que podem ajudar o relacionamento, mas tenho consciência que colocar em prática é uma outra coisa.

A gente sabe o que precisa fazer. Mas nos faltam forças, motivação e, às vezes, até por não estarmos tão empolgados com a parceiro/a, negligenciamos aquilo que deveríamos fazer para o relacionamento, de fato, estar protegido de tentações ou problemas.

Nossa natureza, muitas vezes, parece desejar que as coisas funcionem sem esforço, sem investimento. É assim que somos.

Nem sempre estamos com paciência; nem sempre temos forças para ficar fazendo coisas e coisas em prol da relação.

E, volto a dizer, ainda quando temos toda essa disposição, não há garantia de que a parceira/o fará o mesmo.

Por isso não acredito nas “receitas” de como blindar o relacionamento.

Isso quer dizer que devemos deixar de investir no relacionamento? Evidente que não.

Relacionamentos são fadados ao fracasso. Esse é o destino de todo romance, se não houver o desejo e esforço diário por “fazer dar certo”.

A ideia de blindagem da relação pode levar, inclusive, ao comodismo. A pessoa se acomoda, acha que o relacionamento está blindado e esquece que todos os dias há uma nova batalha a ser enfrentada para que a vida a dois funcione.

Como cristãos, também não podemos esquecer que o inimigo também luta todos os dias para destruir as famílias.

Por isso, o desafio é diário. Investimento constante. Não dá pra ter uma folguinha…

Quando se tem o parceiro, a parceira como prioridade… Quando se tem o viver bem a dois como objetivo maior, existe uma chance de dar certo. Cada um faz a sua parte. E Deus abençoa. Deus honra! E o relacionamento se torna uma bênção para a vida dos dois, dos filhos… E pessoas são abençoadas pelo testemunho de um casal feliz.

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